sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cristãos admitem não ter “atitudes cristãs”

Pesquisa online chama atenção para comportamento


O falso cristianismo usa máscaras para cada ocasião 
Uma pesquisa online, encomendada pelo grupo cristão do Texas Changing the Face of Christianity Inc. [Mudando a cara do cristianismo] foi divulgada esta semana. Embora não tenha intenção de ser uma análise científica, trata-se de uma amostragem para identificar como os cristãos vivem os ensinamentos de Jesus. Pelos dados apresentados, descobriu-se que um em cada quatro crentes admite que não é “muito cristão” em sua rotina de vida.

Os dados foram coletados ao longo de 22 meses, com 8.475 pessoas respondendo a um breve questionário de 10 perguntas. “Os resultados são preocupantes, como cerca de 25% dos cristãos admitindo que raramente vivem os ensinamentos de Jesus Cristo”, disse R. Brad White, fundador do grupo. “Nossa missão é reverter os estereótipos negativos sobre os cristãos, ajudando-os a se tornam mais semelhantes a Jesus Cristo. Nosso objetivo é trabalhar com as igrejas locais e ajudar a transformá-los em cristãos espiritualmente maduros que possam representar melhor a nossa fé diante do mundo”. Ainda segundo a pesquisa, 3.6% se consideram “longe de Cristo” e 24.8% dizem ser “cristãos mundanos”.

Do lado positivo, 38.1% se consideram “bons cristãos” e 33.5% são do grupo identificado como “cristãos espiritualmente maduros”. “Apenas um pouco mais de um terço dos cristãos acreditam que sua vida é consistente com sua fé”, disse White. “Estes são os cristãos espiritualmente maduros, com transformação cristã legítima, que representam Jesus Cristo bem através de suas palavras e ações. Estes cristãos se envolvem com o mundo de uma forma positiva e amorosa e realmente trazem glória a Deus”.

A pesquisa procurou abordar não apenas os hábitos pessoais, como o tempo gasto lendo a Bíblia ou em oração. Foram apresenta várias questões sobre como a pessoa reage ao ser ofendido no trânsito, como trata os homossexuais ou o que faz ao descobrir que um amigo está traindo a esposa.

Toda vez que o questionário identificou alguém classificado como “espiritualmente maduro”, a pessoa recebe uma mensagem que diz: “Nós precisamos de você em nossa equipe… de verdade. Suas respostas sugerem que você é um cristão maduro, tem uma relação forte de amor com Cristo e com os outros, é um modelo para os outros em sua caminhada cristã”.

Você pode responder o Quiz aqui (em inglês).

Fonte da notícia: Notícias GospelPrime
Fonte da imagem: WebDesignFM

O perigo da teologia sem a ortopraxia

Por Samuel Torralbo

O termo “ortodoxia” é empregado pelos protestantes para se referir ao sumario de doutrinas basilar da fé judaica cristã. No grego a palavra é formada por “órthos” (reto) e “doxa” (opinião), que indica “crença correta”. De modo que, enquanto a ortodoxia mantém a consciência universal da revelação e obra de Deus na historia e na encarnação de Cristo, a heterodoxia (inconformidade doutrinaria) é caracterizada pelas associações com teologias liberais e modismos doutrinários ao longo da historia.

Em tempos como o nosso, onde o avanço da relativização teológica é bastante comum, é vital para a igreja manter os fundamentos bíblicos da fé cristã.

É importante também destacar que, na historia do cristianismo a doutrina ortodoxia contou com os apologistas, que defenderam a fé cristã enfrentando as heresias que surgiam do lado externo (extra muro), enquanto que , os polemistas defendiam a doutrina bíblica do lado de dentro (intra muro), no próprio contexto eclesiológico.

Porém, o maior desafio da teologia cristã nunca esteve atrelada somente aos enfrentamentos apologéticos em relação às doutrinas heterodoxias, mas o principal desafio teológico sempre foi alcançar o sucesso de aplicar na vida pratica do discípulo de Cristo os ensinamentos Bíblicos. De modo que, enquanto a ortodoxia é a crença correta, a ortopraxia -“órthos” (reto) e “praxe” (pratica) é a ação correta.

Sendo assim, a vida cristã de certo modo não subsiste apenas através do entendimento doutrinário bíblico, mas principalmente na aplicação dos ensinamentos nas contingencias reais e praticas da vida comum em comunidade e sociedade.

A verdade crida e seguida deve também ser vivida e praticada. O cristão não pode em razão de preservar a sua fé se esquecer da responsabilidade de vivê-la no mundo. A igreja cristã deve aceitar o desafio de contrariar o espírito do tempo presente, saindo para minar os campos alheios, senão a igreja ira perder a sua verdadeira identidade de serem luz e sal da terra.

Em síntese, a vida cristã não resume em códigos de uma cartilha religiosa, gerando alienação ou deformação na vida pratica, mas de contrapartida, a teologia e a fé cristã possibilitam que o discípulo seja inserido no caminho da vida, influenciando assim, o mundo através da graça de Deus em Cristo Jesus.

Primeiro vi no Genizah

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal!


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Recital na PIB de Palmas (2dez12)

Durante este mês, na Primeira Igreja Batista de Palmas, vários eventos musicais estarão sendo realizados!

No último domingo (2) ocorreu um Recital Natalino Instrumental, com músicos da igreja e também convidados. Abaixo você pode conferir algumas canções executadas por eles.

No próximo domingo, a partir das 18h também ocorrerá um Recital Natalino, só que desta vez Vocal, com participação de solistas, coros e grupos musicais da igreja. Venha prestigiar!












Agradecimentos à irmã Val Medeiro pelos vídeos postados em seu canal no Youtube.

História: Coral da PIB de Palmas (1994)

Uma raridade!

Sob o comando da missionária Berta Lou Hope, o Coral da PIB de Palmas apresenta a cantata "Noite de Milagres", no dia 4 de dezembro de 1994.

O vídeo tem apenas 18 minutos, e foi transcodificado possivelmente de uma fita VHS.

A gravação foi no antigo templo da PIB (ainda aquele da capela pré-moldada), mas desconhece-se quem realmente quem fez a filmagem!

O Coral da PIB de Palmas é um dos mais antigos da Capital do Tocantins.

Foi formado pela missionária Berta Hope ainda em 1993.



Fonte: Vídeo cedido pelo irmão José Renato Guimarães.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Coral da PIB Palmas no Canto Coral 2012

Participação do Coral da PIB de Palmas no Canto Coral 2012, da Fundação Jaime Câmara, em Palmas.

O vídeo foi gravado a partir da exibição do programa Frutos da Terra, exibido pela emissora neste sábado (1° de dezembro)...


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Jornal Batista - edição 49

Leia O Jornal Batista...


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Cristo e a cultura humana

Olá amigos, 

A respeito da notícia que colo mais abaixo deixo, de antemão, minha opinião:
Parte dos evangélicos (notem meu termo - "parte" - e nisto incluo alguns braços, tanto tradicionais quanto pentecostais e neopentecostais!) simplesmente demoniza tudo, ou quase tudo, que desconhece! 
Além de não respeitar (por desconhecer, creio) outras culturas, traz no bojo do seu discurso um pseudo-cristianismo engajado na discriminação, preconceito e ignorância cultural.
Isto (discriminação, preconceito e ignorância cultural - só pra ser bem redundante, porque é preciso para evitar 'leituras' erradas) nada tem a ver com Jesus Cristo e o que o Ele deixou para que fizéssemos.
Imagino o Senhor nos dias de hoje, e como seria Sua abordagem em uma questão como esta...
Vejo pessoas, em nome de Jesus, proferirem verdadeiras aberrações teológicas e, pior, agirem de forma totalmente anticristã e fora dos preceitos deixados pelo Mestre!
Não participar, neste particular da notícia abaixo, de um projeto escolar que versa sobre a cultura de outro país alegando preceitos cristãos é pura tolice!
Se fosse a cultura americana não haveria problema né? Ou se fosse cultura israelense também não, né?
Sou músico, como boa parte de vocês sabe, e ainda vejo - aqui mesmo em nosso nicho tocantinense - muita resistência em nossas igrejas para a utilização da nossa própria cultura no que diz respeito ao louvor musical e cênico! Uma das desculpas que ouço é exatamente essa: 'ah, isso não é bíblico!'.
Tenho minhas próprias resistências (lógico, sou humano e falho também!), mas policio-me para não deixar de ver como Cristo poderia (e pode) usar as nuances culturais de um povo para fazer sua Verdade ser proclamada cada vez mais!

É isto!

E o que você acha? Comente aí...

Eis a notícia, foco gerador do meu desabafo acima:

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Evangélicos se recusam a apresentar projeto sobre cultura africana, no AM

Feira cultural tem como objetivo apresentar África através da literatura.
'A temática fere preceitos bíblicos e contraria nossas crenças', disse aluno.



Professores se reuniram para debater questão  (Foto: Tiago Melo/ G1 AM)
Professores se reuniram com alunos e pais para debater questão (Foto: Tiago Melo/ G1 AM)
Cerca de 14 alunos evangélicos da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima protestaram na frente da instituição nesta sexta-feira (9) contra a temática proposta na sétima feira cultural realizada anualmente na escola.

De acordo com um dos alunos, Ivo Rodrigo, de 16 anos, o tema "Conhecendo os paradigmas das representações dos negros e índios na literatura brasileira, sensibilizamos para o respeito à diversidade", vai de encontro aos preceitos religiosos em que acredita. "A Bíblia Sagrada nos ensina que não devemos adorar outros deuses e quando realizamos um trabalho desses estamos compactuando com a idéia de que outros deuses existem e isso fere as nossas crenças no Deus único", afirmou o aluno.

Para a professora coordenadora do projeto, Raimunda Nonata, a feira cultural tem o objetivo, através da literatura, de valorizar as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como nação. "Através deste projeto podemos proporcionar um debate saudável sobre a diversidade étnico-racial brasileira. Mas não foi isso que aconteceu", disse a professora.

Segundo a professora, os alunos se recusaram a ler livros clássicos como 'Ubirajara', 'Iracema', 'O mulato', 'Tenda dos Milagres', 'O Guarany', 'Macunaíma', entre outros, por apresentarem questões como "homosexualidade, umbanda e candomblé".

Segundo a diretora da escola, professora Isabel da Costa Carvalho, os alunos montaram uma barraca sem a autorização da direção na qual abordaram outra temática que fugia à proposta inicialmente. "Eles montaram uma tenda com o nome 'Missões na África' na qual abordavam a evangelização do povo africano em seu próprio território", explicou a diretora. A diretora afirmou ainda que a atitude dos alunos desrespeita as normas e o plano de ensino da escola.

Alunos realizaram mostra paralela, chamada 'Missões na África' (Foto: Tiago Melo/ G1 AM)
Alunos realizaram mostra paralela, chamada 'Missões na África' (Foto: Tiago Melo/ G1 AM)
Outra estudante, Daniele Montenegro, de 17 anos, argumentou que desde o 2º bimestre os alunos vem apresentando a proposta à direção. "Desde o início do ano que tentamos falar com a diretoria e eles nos negaram uma reunião pra discutir o assunto. Somente nos proibiram de apresentar outro tema. Fomos humilhados em sala de aula por colegas e pelo nosso professor de história", contou a estudante.

A feira cultural, que teve sua primeira edição em 2006, aconteceu na quarta-feira (7) e nesta sexta. Ao final dela, pais, professores, coordenadores, alunos, representantes de turma se reuniram para debater a questão. "Minha filha é uma das melhores alunas da sala e por preconceito por parte dos professores, a nota dela e da turma da 'Missões na África' foi reduzida abaixo da média", afirmou dona Wanderleia Noronha, mãe de Stephane Noronha, de 17 anos, do 3º ano.

Ao final da reunião, o conselho escolar decidiu por mais uma reunião, a ser realizada na proxima semana, que contará com agendes da Seduc. "Discutiremos como ficará a questão das notas dos alunos. Se será necessário fazermos uma avaliação diferenciada para eles ou se avaliaremos o projeto 'Missões na África'", afirmou a diretora.

Fonte: G1 Amazonas

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MPF quer o Real laico

ESTADO LAICO

MPF quer retirar frase

'Deus seja louvado'

das cédulas de reais

Da Redação - 12/11/2012 - 15h23

O MPF (Ministério Público Federal) quer retirar das cédulas de reais a expressão “Deus seja louvado”. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo entrou, nesta segunda-feira (12/11), com um pedido liminar na Justiça Federal para efetuar a mudança.

A procuradoria argumenta que o Estado brasileiro é laico e, portanto, deve estar completamente desvinculado de qualquer manifestação religiosa. Para o MPF, a frase “Deus seja louvado” atenta contra os princípios da igualdade e da não exclusão de minorias já que privilegia uma religião em detrimento de outras.

“Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: ‘Alá seja louvado’, ‘Buda seja louvado’, ‘Salve Oxossi’, ‘Salve Lord Ganesha’, ‘Deus não existe’. Com certeza, haveria agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento sofrido pelos cidadãos crentes em Deus”, exemplifica o procurador Jefferson Aparecido Dias, autor da ação (clique aqui para ler a íntegra).

Para o procurador, o objetivo principal do pedido é proteger a “liberdade religiosa de todos os cidadãos”. Embora Dias reconheça que a maioria dos brasileiros professe religiões de origem cristã, ele lembra que “o Brasil optou por ser um Estado laico” e, portanto, não pode tomar partido de nenhuma religião.


No ano passado, quando passaram a ser impressas as novas cédulas de reais, o MPF recebeu uma representação questionando o porquê da permanência da frase no novo modelo.


Durante a fase de inquérito, a Casa da Moeda – local onde o dinheiro é impresso – informou que cabe exclusivamente ao Banco Central “não apenas a emissão propriamente dita, como também a definição das características técnicas e artísticas” das cédulas.

O Banco Central, por sua vez, lança mão da Constituição Federal para justificar a presença da frase. Logo no preâmbulo da Carta Magna, aprovada em 1988, constam os dizeres: “nós, representantes do povo brasileiro, (...), promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”.

Tradição
Em nota técnica enviada ao MPF, o Ministério da Fazenda afirma que a inclusão da expressão religiosa nas cédulas aconteceu em 1986, por determinação direta do então presidente José Sarney. Posteriormente, em 1994, com o Plano Real, a frase foi mantida pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, supostamente por ser “tradição da cédula brasileira”.

“Não se pode admitir que a inclusão de qualquer frase nas cédulas brasileiras se dê por ato discricionário”, afirma o. Para ele, a legislação brasileira não autorizou o Conselho Monetário Nacional a manifestar preferência por esta ou aquela religião.

Crucifixos 
O dólar norte-americano também contém frase de cunho
cristão: "In God we trust"; na tradução: "Em Deus nós confiamos"

Em março, o TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) havia determinado a retirada dos crucifixos e símbolos religiosos presentes nos espaços públicos dos prédios da Justiça gaúcha.


A decisão, inédita no país, havia sido tomada após requisição da Liga Brasileira de Lésbicas. “É o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico”, argumentara o relator da matéria no TJ-RS, desembargador Cláudio Baldino Maciel.

O procurador do MPF em São Paulo também abordou a questão dos crucifixos em repartições públicas, na ação protocolada nesta segunda. “Quando o Estado ostenta um símbolo religioso ou adota uma expressão verbal em sua moeda, declara sua predileção pela religião que o símbolo ou a frase representam, o que resulta na discriminação das demais religiões professadas no Brasil”, argumentou.

Multa simbólica
A ação também pede que a Justiça Federal estipule multa diária de R$ 1,00 caso a União não cumpra a decisão de retirar a expressão. A multa teria mero caráter simbólico, “apenas para servir como uma espécie de contador do desrespeito que poderá ser demonstrado pela ré, não só pela decisão judicial, mas também pelas pessoas por ela beneficiadas”.

De acordo com o MPF, a liminar não vai aumentar os gastos dos cofres públicos, já que a ação civil pública estipula um prazo de 120 dias para que as novas cédulas comecem a sem impressas.

Número do processo: ACP 00119890-16.2012.4.03.6100 (leia aqui a íntegra da ação)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Visibilidade da igreja ou de Cristo?

Olá amigos,

Como de praxe, ao chegar no meu serviço na Universidade Federal do Tocantins, abro minha caixa de emails, as redes sociais nas quais 'navego' (muito por conta do próprio serviço) e me deparo com a imagem-frase abaixo:


Pus-me a matutar sobre o texto e, rapidamente, abri meu arquivo de sites favoritos - que vai de bandas de rock pesado a teologias cristã e islâmica, passando por outros de discussão jornalística, de comunicação, semiologia, psicologia, antropologia e história (coisas que amo ler e debater sobre) - para tentar tecer uma linha de raciocínio sobre o que a frase me provocou e o que há dito de interessante neles sobre o assunto.

A frase remeteu-em à uma notícia recente da construção de uma megaigreja católica que o sacerdote desta religião, Marcelo Rossi, está a comandar em São Paulo. Também, linkado (ligado) a esta notícia, outra de que o pastor evangélico Silas Malafaia pretende erguer megaigrejas no mesmo estado. Em um hiperlink correlato leio que a militância gay evangélica americana (parece-se uma grande antítese isto) tenta diálogar com megaigrejas quanto às opiniões cristãs sobre o homossexualismo.

É algo muito enfronhado em mim - não gosto muito de igreja grande! Parece que a comunhão fica prejudicada, você acaba não interagindo com todo mundo e, daí, cria-se uma comunidade de conhecidos, não de irmãos! (é meu pensamento!). O que o texto me trouxe de reflexão é que quando a preocupação com a pregação da Palavra de Deus passa a ser menor que a gerada pela administração da igreja, esta perdeu o seu foco principal!

A preocupação em "servir" os crentes ('clientes'?) com a melhor iluminação, o melhor som, a melhor temperatura do ar condicionado, os melhores cânticos, a melhor palavra (principalmente a que não deixa o 'cliente' desgostado ou incomodado com sua vida, principalmente) tem se tornado uma premissa perigosa em nossos dias. Não que tudo isso não seja importante, mas não pode ser maior que a vontade de levar Jesus Cristo a pessoas que não O conhecem! Nosso 'serviço' enquanto servos e propagadores da Palavra de Deus não deveria ser, tão somente, com o quanto a nossa vida reflete a de Cristo? Isto, por sí apenas, nos impediria de ficar sentados domingo após domingo ouvindo sermões mornos e que não geram mudança alguma na vida!

Gosto muito de citar na classe de adolescentes, onde compartilhamos os ensinamentos da Bíblia na Escola Bíblica Dominical, o texto de Mateus 28:19 e 20 (Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém - http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/28). Insto para que eles preocupem-se em viver a Palavra, e não apenas se 'vestir' dela em determinadas ocasiões.

A preocupação exacerbada com a visibilidade da igreja - enquanto entidade civil, humana, falha, às vezes de visão míope e mesmo antropocêntrica (algumas personalistas mesmo!) - não reflete sua verdadeira missão! O caráter da igreja é missiológico - ou seja - a razão da igreja é missões, e não em acomodar (bem) o máximo de pessoas possível e prover a elas 'experiências' emocionais e desprovidas (muitas vezes) de qualquer ligação com o verdadeiro significado de ser cristão!

Deixo abaixo alguns links que podem nos auxiliar a pensar um pouco mais sobre esta verdadeira sanha pelo crescimento a qualquer custo! Estou aberto a críticas e também a outros comentários que, devidamente autorizados, poderão ser postados aqui, à guisa de um fórum para discussões a respeito.

Meus amplexos a vocês!

Seguem os links (há outros mais):

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Nadez em alto estilo


(*) Por Isaltino Gomes Coelho Filho

Gertrude Stein (1874-1946) cunhou o conceito nadez
Não é nudez. É nadez mesmo. É um conceito da filósofa Gertrude Stein. Ela criou o neologismo referindo-se ao vazio interior das pessoas, que lhes dá uma vida incolor. Elas necessitam de motivações, mas não querem causas que exijam engajamento. Também não querem estudar, e receiam coisas profundas. São superficiais e vegetativas. Alimentam-se do vazio e do nada. Isto é a nadez.

Quer ver exemplos de nadez? Selecionei, em três sites, notícias publicadas no dia 7 de janeiro. FOLHA.COM: (1) Fernanda Paes Leme curtiu o mar neste sábado; (2) DiCaprio apresentou nova namorada à mãe; (3) Marco Rizza se aborrece e levanta dedo para paparazzo. IG: (1) Famosos levam seus bebês ao teatro no Rio; (2) Cláudia Jimenez e Miguel Falabella jantam juntos no Rio de Janeiro; (3) Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert curtem peça. UOL: (1) Paula Abdul termina relacionamento com Braston; (2) Top Ana Beatriz Barros vai à praia com namorado; (3) Filme fez Scarlett Johansson parar de comer carne. Tirando-se DiCaprio, que conheço pelo filme “Titanic”, se trombasse com os demais na rua não saberia quem são. Vez por outra encontro alguns desses famosos em vôos ou aeroportos. São-me tão conhecidos como eu para eles. Um cantor chamou-me de alienado porque eu não sabia quem ele era.

São notícias típicas da cultura nadez. Dão às pessoas a sensação de estarem informadas, de estarem por dentro dos bastidores. Sabem coisas. Banais e inúteis, mas sabem. Ajunte-se a isto o prazer que bisbilhotar a vida alheia dá e eis a realização da pessoa da cultura nadez. Ela se sente ocupada e tem uma sensação de cultura. Seu vazio intelectual, emocional e espiritual é preenchido com o nada.

Parece-me, sem querer ser maldoso, que estão surgindo uma cultura e uma geração medíocres. Fui pré-adolescente e adolescente nos anos sessentas. Aquela geração foi às ruas protestar. A geração de hoje vai aos shoppings consumir. Aquela queria transformar o mundo. A atual quer o melhor do mundo. O ideal cedeu espaço para o desfrute. Falta de grandeza.

"As pessoas querem agito, mas não reflexão.
Querem sensações, mas não estudo"
Mas meu grande receio é que a nadez esteja migrando para as igrejas. As pessoas querem agito, mas não reflexão. Querem sensações, mas não estudo. Nada de “pesado” deve ser pregado. Sermão expositivo? Nada disso! Que tal algumas historinhas? A mensagem e o culto devem ser “light”, como as notícias dos sites. O estudo bíblico cede lugar ao “compartilhamento”, um momento em que cada um conta uma história em que, geralmente, é o herói. 

Fui a uma reunião de estudo bíblico na qual as pessoas estavam sem Bíblia. Disseram-me, candidamente, que seu costume era o de compartilhar sua semana uns com os outros. É uma boa prática, mas não deveria receber o nome de “estudo bíblico”. O livro texto não era a Bíblia, mas as pessoas. Não se estudava a Bíblia. Papeava-se. Em muitos cultos nadez, as pessoas ouvem alguma coisa sobre Deus e cantam alguma coisa sobre ele. Mas nada “denso” (como alguém me recomendou para pregar), nada comprometedor. Tudo suave. Tudo nadez.

Alguns de nossos cânticos são nadez pura. O próprio enfoque da vida cristã não é mais o de ideal, mas o de desfrute: como ser abençoado, como conseguir o melhor na vida material, seguindo alguns bons conselhos espirituais. A vida cristã passou a significar uma vida tranqüila, cheia de coisas, e não o investimento da vida e dos bens no reino, num compromisso com o evangelho e com a igreja de Jesus. Nadez espiritual.

Nadez cultural já é lastimável. Mas nadez espiritual é pior. Ilude a pessoa. Leva-a a sentir-se realizada com migalhas que caem da mesa, e não com o pão farto. Leitor, você está na fase da nadez ou do tudez? Não tenho a envergadura de uma Gertrude Stein, mas deixe-me criar um neologismo. O tudez vem do esquecido hino “Tudo, ó Cristo, a ti entrego, tudo, sim, por ti darei”. Tudez dá realização. Nadez é engodo. Opte pelo tudez.

(*) Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho é pastor da Igreja Batista Central de Macapá (AP)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Exposição de bíblias em São Paulo

Exposição de bíblias em SP reúne edições raras e curiosas


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Daniel Tremel/Folhapress

Apesar de ser sinônimo das escrituras sagradas, a palavra bíblia não é um termo religioso e nem sempre serviu para designar os evangelhos.
O livro sagrado dos cristãos era conhecido simplesmente como 'escrituras' até que, em 1487, o termo foi grafado nas primeiras páginas de uma edição para indicar que se tratava do texto retirado dos rolos de papiro. E o nome ficou até hoje.
"A palavra 'bíblia' vem do grego 'biblion', que significa 'rolo'", explica o empresário e bibliófilo Antonio Cabrera Mano Filho, que disponibilizou um exemplar desta edição e outras obras raras para a exposição "A História da Bíblia", em cartaz no Instituto Mackenzie (centro de São Paulo).

Bíblias antigas
           
O termo 'bíblia' apareceu pela primeira vez na edição deste exemplar de 1487
Pequena, mas com peças interessantes e de alto valor histórico, a mostra, que faz parte das atividades de comemoração pelo aniversário de 142 anos do Mackenzie, tem 39 itens, entre obras raras e curiosas, cedidas pelo Museu da Bíblia e pelo colecionador.
Entre as obras mais antigas, estão expostos um fragmento do evangelho de João do século 9º e uma edição do século 13, manuscrita em velino (couro de ovelha).
"Uma bíblia como aquela precisava em torno de 500 a 600 ovelhas e demorava de 12 a 15 anos para ser transcrita", diz Cabrera.
Além da edição de 1487, podem ser vistas a bíblia Poliglota, uma versão bilíngue de 1514 com textos em grego e latim, patrocinada pelo cardeal Francisco de Cisneiros, a primeira edição do Novo Testamento em grego, de 1516, realizada por Erasmo de Roterdã, e a primeira edição em português, com 23 volumes.
Proprietário de uma biblioteca particular com cerca de 63 mil volumes de obras raras, orientada para temas sobre religião, Cabrera diz que uma de suas motivações é preservar a história.
"É um trabalho de gerações, de muita paciência. Tem que ir atrás, participar de leilões, fazer intercâmbios." Muitas peças participam de exposições no exterior pelo interesse que despertam. "Especialmente nos EUA e na Europa há uma preocupação muito grande em preservar. No Brasil, infelizmente, isso não acontece muito", diz.
Outra parte da exposição é dedicado a edições curiosas. Uma delas é a menor bíblia do mundo, com apenas 8 milímetros. Guardada em uma caixinha, vem acompanhada de uma lupa, para quem quiser se aventurar na leitura.
Também está exposto um Novo Testamento à prova d'água, que fica parcialmente mergulhado em um aquário. O livro é feito de material com poliuretano que não deixa a água penetrar e não distorce a letra.
"Quem for para a praia, estiver na piscina, for a uma pescaria, já tem uma bíblia que pode levar e não vai estragar", diz Cabrera.
Na saída, o visitante pode participar de uma edição colaborativa escrevendo um trecho da bíblia em um caderno.

A História da Bíblia - Centro Histórico Mackenzie, prédio 1, rua Maria Antônia, 307, Higienópolis, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/2114-8661. Até 14/11. Seg. a sex., 10h às 20h. Sáb.: 10h às 17h. Informações centrohistorico@mackenzie.br

Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 13 de outubro de 2012

Coral Atitude (PIB do Pará) na PIB de Palmas

Matéria da RedeSat, no Jornal do Meio Dia (neste sábado) sobre a primeira de três noites de apresentações do Coral Atitude, da Primeira Igreja Batista do Pará, na Primeira Igreja Batista de Palmas.

Fé e Saúde - Harold G. Koenig (Revista Veja)

Leitura que vale a pena...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Joaquim Barbosa é filho de evangélica... Tá! Mas, e daí?


Olha,

Desculpem o ceticismo, mas, para mim, não acrescenta muita coisa o fato de o ministro-salvador-da-pátria-de-chuteiras ter sua mãe fiel de uma igreja evangélica. Isso não o gabarita como "servo" de Deus e nem o coloca no panteão reservado àqueles que militam em prol da pregação do Evangelho! O dito "filho de peixe, peixinho é", para mim, não cola em nossa história evangélico-cristã!
Vejo com extrema preocupação esta verdadeira transformação deste homem em herói, principalmente pela ala política de direita (que aliás, é bastante comum em nossas igrejas). É bacana que ele tenha em seu berço a orientação - quero crer ética, do ponto de vista cristão-evangélico - de sua mãe, mas ele também traz consigo uma história que não pode ser mensurada apenas por sua atuação frente aos últimos acontecimentos relacionados ao Mensalão do PT!
Ele, como todos os outros ministros, carregam omissões importantes e que precisam também ser colocadas no mesmo bojo para, então, ser avaliado minimamente!

É o que penso!

Mas, fica a dica de leitura do texto, pinçado de um site evangélico-gospel...

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Joaquim Barbosa é filho de uma evangélica
Mãe de relator do mensalão frequenta Assembleia de Deus há 45 anos.

por Jarbas Aragão

Foto: Felipe Sampaio/SCO/STF
Joaquim Barbosa parece nunca ter se acomodado ao que parecia ser o caminho natural para ele.  O hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, aos 58 anos aparece com destaque na mídia em meio ao histórico julgamento do mensalão.
Filho de um pedreiro, cresceu ouvindo que nas festas de aniversário de famílias mais abastadas deveria ficar sempre no fundo do salão. Mas Joaquim, quando criança, preferia não ir às festas a ter de se submeter à humilhação de ficar separado dos colegas.
Dario Alegria, um primo distante de Joaquim, diz que naqueles tempos os garotos negros da cidade eram vítimas de forte preconceito. “Mas o Joaquim quebrou toda essa lógica, ele era diferente, nunca levava desaforo para casa e não aceitava humilhação”, acredita.
O pai de Joaquim morreu há dois anos. Ele atribui muito do seu perfil à influência de Benedita, sua mãe, evangélica da Assembleia de Deus há 45 anos.
Criado em Paracatu, interior de Minas Gerais, desde criança, Joaquim trabalhou com o pai. Por vezes ajudando a fazer tijolo, em outras entregando lenha num caminhão velho da família.
Joaquim Rath, um amigo de infância do ministro, lembra que na casa da família Barbosa não havia sofá, geladeira nem televisão. Só uma mesa com cadeiras. Ele morava com os pais e mais sete irmãos “Mas com o Joaquim não tinha essa história de negro humilde e pobre, e ele não se subordinava aos ricos e brancos”, lembra.
Em 1971, a família foi tentar a vida em Brasília, a 250 quilômetros de Paracatu. Na capital federal, Joaquim se formou em Direito. Depois, foi aprovado no concurso para oficial de chancelaria do Itamaraty e posteriormente em outro, para procurador da República.
Fez doutorado na Sorbonne, em Paris, foi professor visitante na Universidade Colúmbia, em Nova York, e na Universidade da Califórnia. Barbosa fala quatro idiomas além do português: inglês, alemão, italiano e francês.
O tio, José Barbosa, de 78 anos, lembra que o menino tinha alguns hábitos estranhos: lia tudo o que encontrava, escrevia no ar, cantava em outros idiomas e gostava de andar com o peito estufado, imitando gente importante. “Todos viam que o Joaquim seria alguém quando crescesse”, afirma.
O ministro Joaquim é relator do processo do mensalão. Nos últimos dias condenou por crime de corrupção ativa José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, que formavam a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT). Em novembro vai assumir a presidência do STF.   Na internet já existe uma campanha para que seja presidente da República.
“O ministro incorpora uma espécie de herói do século XXI. Precisávamos de uma pessoa com o perfil dele para romper com os rapapés aristocráticos, pois chegamos ao limite da tolerância com a calhordice no poder”, diz o antropólogo Roberto DaMatta.

Fonte: GospelPrime

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Congresso Igreja Multiplicadora

Participe!



Fonte: PIB em Araguaína / Canal de Jannaly Madeira (Youtube)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Para sermos bem bereanos...


Atenção leitor deste blog!!

Texto necessário para esclarecer os fatos narrados no post anterior - Gospel de rapina

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Conheça os fatos. Ignore os boatos: Taxas sobre a adoração? Cobrança de direitos autorais de músicas executadas nas igrejas?


  REDAÇÃO GENIZAH
 DANILO FERNANDES
 JOANA BERTONNE
 MAURA JARDIM 


Começando com um aparte


O tema não é só polêmico. É complexo. E como a maioria das pessoas desconhece os meandros da questão, fala-se muita bobagem. Esta matéria pretende oferecer subsídios a Igreja sobre o assunto. Para tanto, entrevistamos profissionais do setor, pastores, advogados, executivos de gravadoras, políticos e músicos.

É difícil começar a tratar do assunto sem expor a chaga moral, o ataque leviano à boa práxis cristã subjacente a proposta de obtenção de lucro no ato do louvor ao Senhor Deus no ambiente da adoração congregacional– na igreja, enfim. E, sem confundir ou negligenciar, de forma alguma, o direito que os autores cristãos têm sobre as suas obras quando usadas para fins comerciais na forma de livros, CDs, DVDs, na mídia, shows e quaisquer outras visando lucro - não há nenhuma imoralidade em ser remunerado pelo seu trabalho - achamos necessário, já de inicio, conceder um aparte na direção moral do tema, antes de tratar das questões técnica, legal, política e comercial envolvendo o debate.

O aparte é “involuntário” da parte do autor, uma licença jornalística de nossa parte ao recorrer a ótima opinião emitida por Walter McAlister em seu site acerca da cogitação de cobrança às igrejas pelo uso de canções usadas na adoração. Sobre o tema, McAlister se manifestou informando que as suas congregações foram notificadas a pagar direitos autorais pela execução de músicas de “louvor” nos cultos. Tal cobrança, a exemplo da prática adotada pelo ECAD, envolveria o cálculo de um "imposto", segundo o número de membros da igreja e a frequência aos cultos. O autor da referida notificação seria, segundo o bispo, uma organização chamada Christian Copyright Licensing International Brasil (CCLI - Brasil).

“Soube hoje que as Igrejas Cristãs Nova Vida, da qual sou o Bispo Primaz, foram notificadas de que teriam de pagar direitos autorais pela execução de músicas de “louvor” nos seus cultos. Cada uma de nossas igrejas ficaria, assim, responsável por declarar o número de membros e a frequência aos seus cultos, para que fosse avaliado o imposto a ser pago ao Christian Copyright Licensing International (CCLI), sociedade que realiza a arrecadação e a distribuição de direitos autorais decorrentes da execução pública de músicas nacionais e estrangeiras. Por sua vez, o CCLI repassaria o valor devido aos compositores cujas músicas estão cadastradas.” W. McAlister

Em seu artigo, Walter McAlister nos oferece o seu desagravo completo - com o qual, do ponto de vista da moral e da prática cristã, seriamos totalmente solidários, admitindo que, de fato, a pretensão dos artistas cristãos brasileiros, das gravadoras, dos músicos e da CCLI fosse mesmo cobrar de igrejas por direitos autorais pela execução pública de músicas durante a adoração. De fato, considerando a natureza da atividade religiosa, sendo esta devota, piedosa e, portanto, não lucrativa (ao menos para a maioria) tal cobrança é acintosa e a crítica do bispo seria mui procedente. Não vamos aqui “chover no molhado” – o leitor pode acessar o artigo diretamente no site do autor AQUI.

Contudo, será que de fato, há um movimento de artistas, gravadoras, editoras musicais, etc. visando a imposição da prática de cobrança por direitos autorais de músicas entoadas em cultos? E esta organização internacional CCLI está de fato fazendo a referida cobrança?

Genizah, na qualidade de veículo jornalístico destacou três colaboradores para investigar a questão e oferecer a informação isenta ao leitor (Nota do editor: Por mais que o seu editor tenha tido ganas de apanhar as tochas para queimar a rapaziada gospelenta...)



A lei e a prática atual


Hoje vigora no país a lei n° 9.610/1998 que trata dos direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos. Sendo esta, uma atualização de lei anterior ampliando alguns direitos dos autores. Vale destacar alguns aspectos desta lei relativamente ao tema em discussão nas igrejas:

- A lei não concede às igrejas nenhum tipo de tratamento especial. Ou seja, de acordo com o dispositivo legal a execução de músicas nas igrejas (ao vivo ou mecânica) obrigaria o pagamento aos autores das músicas de seus direitos autorais.

- Eventos filantrópicos, públicos (mesmo sem a cobrança de ingressos), realizados em locais públicos ou privados, independentemente de quem os realize – ai incluidos o poder público (governos de qualquer esfera e autarquias); cervejarias; empresas; casas de show; emissoras de rádio e TV; ONGs; templos pró Jesus, pró Iemanjá ou pró Maomé... Não interessa! A cobrança dos referidos direitos se aplica.

O ECAD não tem cobrado contribuições ou fiscalizado igrejas

Apesar da lei permitir, por liberalidade, em decisão tomada em assembleia reunindo representantes das igrejas católica e evangélica e o ECAD, a empresa privada, sem fins lucrativos, que fiscaliza e cobra os direitos autorais em nome dos autores, editores e associações de editores, decidiu não auferir os direitos de músicas quando estas forem executadas dentro de uma instituição religiosa e as músicas se prestem a acompanhar a orações, sermões, etc. O ECAD, até o momento, não manifestou o desejo de mudar a sua política e passar a cobrar igrejas, tão pouco, anda fiscalizando igrejas com este objetivo.

O único conflito envolvendo igrejas e o ECAD, de que temos notícia, refere-se a posição do organismo pela cobrança por direitos autorais em eventos públicos realizados por igrejas – tais como shows gospel, quermesses e outros. Sobre os quais, diga-se, a cobrança é absolutamente justa, pois, se são shows, é entretenimento, logo, não cabe insenção.

Confira no quadro no final desta matéria as principais dúvidas acerca das atribuições do ECAD.


Atuação legislativa


Por ser esta “isenção” dada às igrejas pelo ECAD, uma situação de caráter precário, sendo passível de mudança e, por entender que esta eventual cobrança é imoral e perniciosa, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), ele próprio autor de diversas músicas de louvor de sucesso, apresentou projeto de lei objetivando garantir esta exoneração de cobrança, na forma da lei. Para tanto, nas atividades parlamentares relativas ao projeto, Feliciano tem convocado o ECAD a prestar esclarecimentos sobre a sua atuação e, a fim de obter a devida atenção da organização em questão, chegou, inclusive, a cogitar a instalação de uma CPI sobre o tema. O projeto do deputado é meritório e deve contar com o apoio e incentivo da igreja evangélica, pois daria fim a qualquer tentativa de mercantilizar a adoração.

Sendo assim, cabe perguntar:

- Quem é a Christian Copyright Licensing International (CCLI), a organização notificando igrejas a pagar por direitos autorais?


Entrevistado por Genizah, o deputado pastor Marco Feliciano nos deu detalhes de seu projeto que irá normatizar a execução das músicas cristãs. Quanto a CCLI, o deputado diz desconhecer o embasamento legal sustentando eventuais notificações de natureza judicial (ou não judicial) que esta organização possa estar dirigindo a igrejas com a pretensão de cobrança de direitos de autores.

O deputado Pr. Marco Feliciano está certo. Segundo a lei LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 no seu artigo 99 as associações de titulares de direitos autorais só possuem um escritório central – empresa privada, veja o quadro no final da matéria – para a arrecadação e distribuição, em comum, dos direitos relativos à execução pública das obras musicais e lítero-musicais e de fonogramas, inclusive por meio da radiodifusão e transmissão por qualquer modalidade, e da exibição de obras audiovisuais. Esta empresa é o ECAD e, este, não têm fiscalizado ou cobrado tais direitos de igrejas. Sendo assim, se a CCLI vêm atuando neste sentido, o faz sem base legal para tal. Resta saber, portanto, se a denúncia do bispo Walter McAlister neste ponto é procedente, ou se estamos diante de um grande mal entendido que está gerando uma polêmica prejudicial a milhares de pessoas, com base em um relato equivocado.

“A critica do bispo McAlister em relação ao atual nível de mercantilismo nas igrejas é absolutamente procedente. De fato, mais do que participar do coro, o Genizah, como muitos outros sites apologéticos puxaram este coro! Este é um clamor antigo dos blogueiros e a adesão da maioria silenciosa é até tardia.” – lembra Danilo Fernandes, blogueiro e profissional de marketing. “Contudo é preciso verificar os fatos da critica pontual. É aquela estória da mulher de malandro. O malandro bate na mulher e se acha justo: ‘Eu não sei por que estou batendo, mas ela sabe por que esta apanhando.’ O mercado gospel anda mesmo precisando de uns catiripapos, não faltam motivos para isto. Mas será que a denuncia que está sendo feita tem procedência, para além das boas e justas intenções dos autores? - pergunta Fernandes.”

Zé Bruno: Vendem uma espiritulidade que não existe.
Para o músico e pastor José Bruno, líder da Banda Resgate: “Eu não conheço o bispo, mas li o seu artigo divulgado nas redes sociais e reconheço ali diversas críticas pertinentes. Está na hora de se avaliar certas coisas na direção de moralizar a musica cristã.” Para o Zé Bruno, não é errado que o músico busque o profissionalismo, no âmbito em que este se aplica, mas é preciso separar as coisas e verificar as motivações. “Como quando alguém quer construir uma carreira em cima de espiritualidade que não existe.

Não faltam exemplos desta prática. Pessoas cobrando caches astronômicos, com um agir profissional em todos os termos, mas na hora do show passam a ‘ministrar’, ‘vendendo’ uma espiritualidade falsa.

O camarada diz: Eu vim aqui hoje porque Deus me chamou para derramar uma unção poderosa neste lugar.... Patati Patata... E não é nada disto!”, opina Zé Bruno. “Ele foi ali porque foi convidado e recebeu um cachê. Unção não se vende. Chamamento espiritual não tem preço e não faltam exemplos de pessoas querendo compensar a falta de talento com misticismo e falsa espiritualidade.”


Os fatos


Se o ECAD está se abstendo de cobrar das igrejas direitos pela execução de músicas nas igrejas e temos notícia de que alguns tribunais já deram sentença em contrário a tal cobrança, com base no princípio de liberdade religiosa, a despeito da lei Nº 9.610, então, cabe a pergunta:

- A quem interessaria a cobrança de direitos de músicas executadas no louvor em igrejas?


- Aos autores de música gospel brasileiros? Não.

Os músicos cristãos estão sendo demonizados por alguns críticos de forma absolutamente injusta e leviana. Querem fazê-los de bode expiatório nesta polêmica. Como cristãos, devemos investigar, antes de proceder um juízo. Goste, ou não, de música gospel, o fato é que a maioria esmagadora dos músicos cristãos se opõe à prática de cobrar das igrejas por direitos autorais de músicas entoadas em cultos. Pesando na defesa desta assertiva, o fato dos mesmos terem publicado as suas músicas em editoras cadastradas no ECAD visando a cobrança de direitos em eventos públicos e, tendo o próprio ECAD, com o conhecimento de todos, liberado tal cobrança, apenas uma eventual minoria descontente com esta direção estaria disposta a dar procuração a CCLI para este fim, se fosse o caso desta empresa estar autorizada a realizar esta intermediação. Também não é o caso. Ademais, vale considerar o fato de que a quase totalidade dos autores nacionais de musica gospel é líder de louvor em suas igrejas e, nem de longe, cogitaria cobrar de suas próprias igrejas pelo uso de suas músicas.

Genizah conversou com alguns artistas sobre a polêmica e o máximo que ouvimos, envolvendo algum tipo de reclamação na matéria de direitos autorais, ficou no âmbito do direito moral. Alguns compositores se ressentem do fato de igrejas "esquecerem" de dar crédito aos autores das músicas quando da execução. Seja nas projeções das letras das músicas em telão ou na impressão em folhetos. Nos dois casos, a obra aparece sem que se explicite a autoria das músicas. Convenhamos, neste ponto, os compositores estão certíssimos.

Até mesmo os blogueiros se ressentem quando outro blogueiro copia as suas matérias sem dar o devido crédito e link. Para para garantir estes direitos de propriedade intelectual existe o CREATIVE COMMONS, serviço adotado por todo editor de site de conteúdo minimamente preparado. O próprio blogueiro Walter McAlister faz uso deste serviço em seu blog a fim de proteger os seus direitos intelectuais, incluindo o artigo que deu origem a esta polêmica.

Dar os devidos créditos de autoria das músicas entoadas é o mínimo que se espera pelo direito moral do autor. As congregações falham muito neste aspecto. Segundo um compositor “de peso” que prefere ficar no anonimato: “Não passa pela cabeça de ninguém cobrar estes direitos de execução de músicas entoadas em cultos, mas quanto a divulgação da autoria, é uma questão de respeito e incentivo ao músico e pode render a este um reconhecimento importante para outros momentos de sua vida ministerial, dando oportunidade ao músico de receber convites, por exemplo”. 

Outro músico muito respeitado em nosso meio, mas que prefere não se identificar para não alimentar a polêmica disse: "Eu tenho livros e músicas publicadas. Os direitos de meus livros são doados à igreja e as músicas... Nem penso nisto. Não fiz para a minha honra e glória. Mas é chato você estar num congresso e ver sua música impressa e o autor dado por desconhecido.  Faço por gratidão a Deus e não me conformo de ver outra pessoa assinando um trabalho meu, como já aconteceu diversas vezes."

Já o líder da Banda Resgate, Zé Bruno também condena a cobrança de direitos de execução pública de músicas em igrejas. “Não há lugar para isto. Isto seria uma corrupção do entendimento da missão da igreja e da natureza do culto ao Senhor. Estas cobranças devem ser restritas às finalidades visando lucro: Rádios, mesmo evangélicas, TVs, shows cobrando ingresso e outros.” 

Já em relação a eventos comerciais, Zé Bruno lembra que mesmo uma prefeitura ou governo estadual, se realiza um show público, com música secular ou gospel, estes recolhem ao ECAD, “como não poderia deixar de ser, afinal, está se obtendo lucro em cima do trabalho artístico do compositor e é justo que estes recebam uma parte rendimentos auferidos pelos empresários que organizaram o show”, avalia.

- As gravadoras? Também não

Não podemos aqui confirmar que esta seja a opinião de todas as empresas do ramo, até porque não ouvimos todas. Genizah conversou com alguns executivos de gravadoras nacionais e internacionais e colhemos a seguinte opinião consensual: Do ponto de vista moral, a cobrança é reprovável. Do ponto de vista econômico é uma temeridade e uma burrice, em bom português. Tudo o que a indústria fonográfica gospel espera (e deseja) é que as músicas de seu catálogo tenham ótima receptividade nas igrejas!


Maurício Soares, da Sony Music
Uma música de apelo congregacional é favorecida comercialmente com a popularidade nas igrejas. Se a música vai bem nas congregações, rende dividendos para o artistas em forma de CDs, DVDs e shows. A maioria dos sucessos fonográficos deste país “estourou” nas igrejas antes de ser um sucesso de mercado. De fato, algumas gravadoras, inclusive, incentivam ministros de louvor a fazerem uso de músicas de seu casting.


A Sony Music Gospel, por exemplo, pretende oferecer em lançamentos futuros, kits de cifras, vídeos e outros recursos gratuitos para o desenvolvimento e apoio aos músicos, facilitando o uso de suas canções pelos ministros de louvor. Maurício Soares, diretor executivo da gravadora declarou:

 “Particularmente acho que a igreja não deve ser cobrada pelo uso das músicas, mas precisam ser mais específicas quanto à autoria das canções. Também acho que em termos ‘autorais’ os eventos precisam pagar ao ECAD e não ficar pressionando os autores pela cessão ‘gratuita’. Também penso que as rádios evangélicas precisam pagar ao ECAD. Pelo que sei, apenas Rede Aleluia e mais umas 3 ou 4 emissoras tem esse costume saudável em nosso meio."

De um grande executivo de gravadora, ouvimos: “Engana-se quem acha que todas as gravadoras não estão atentas a estas questões. Incentivo fortemente a centralidade bíblica das canções, a humildade dos músicos e o seu desejo de não darem margem a idolatria, pois isto não tem lugar na Igreja. Fã clube de ídolo gospel e músicas sem coerência com a Fé têm prazo de validade. São alvo de rejeição.”, vaticinou o executivo.

Para quem é abençoado com a popularidade de seu trabalho nas igrejas, esta é uma alegria não apenas espiritual, mas é também um impulso na carreira”, opinou outro executivo de uma pequena gravadora especializada nacional.



O alvo da polêmica


Isentados todos os “suspeitos tradicionais” de mais este descalabro mercantilista na igreja evangélica, restou a esta reportagem levantar os fatos sobre a denúncia e a empresa denunciada.

A CCLI (site da empresa) está presente em muitos países. É também sabido que os cenários jurídico e econômico em relação ao tema é muito diverso mundialmente, então é preciso esclarecer e entender exatamente qual é a proposta dos serviços da CCLI no Brasil. Afinal, se o entendimento que está sendo amplamente divulgado na internet for verdadeiro teríamos um sério problema. A lei Nº 9.610 possibilita a cobrança pela execução de músicas em igrejas, contudo a empresa autorizado a fazer isto é o ECAD, que não exerce este direito. Ademais,  se a própria lei já desperta no legislativo o ensejo de revisão, estaria a Christian Copyright Licensing International tentando se aproveitar de um vácuo legal-factual para instalar um negócio explorando as igrejas?

Ao entrar no site da empresa alguns aspectos causam estranheza. Falta sensibilidade para a cultura nacional em alguns aspectos. Por exemplo, a empresa tem por slogan (traduzido para o português): CCLI - Incentivando o espírito de adoração! Ainda sem entender o propósito real dos serviços da empresa, desde já slogan é, para dizer o mínimo, infeliz. Alguns diriam, ser um acinte a promoção da ideia de que um músico cristão verdadeiro precisa de incentivo fiduciário para ser um adorador. Nós somos sabedores que há quem assim o faça... Mas enfim, a coisa já começa mal.

A reportagem do Genizah procurou a CCLI nas pessoas do seu gerente operacional, Daniel de Freitas e Jeff Harvey, gerente de relacionamento. Na oportunidade, Daniel de Freitas nos informou que está trabalhando na produção de um comunicado a fim de sanar as dúvidas provocadas pela polêmica.

Jeff Harvey (CCLI): Surpresa com a polêmica e desinformação
Jeff Harvey, estadunidense, recém mudado para o Brasil, missionário e filho de pastores, atua como gerente da empresa há mais de 15 anos. Tendo tido a oportunidade de participar do lançamento da CCLI em outros países, se mostrou surpreso com a polêmica. “Nunca vi uma situação como esta em um lançamento da CCLI. E olha que já estamos em quatro continentes. Há muita desinformação propagada nas redes sociais e nos ressentimos de não termos sidos procurados antes da publicação das críticas. Passei as últimas horas angustiado por conta das ofenças dirigidas a pessoas que, em nada, contribuíram para isto, são vítimas deste mal entendido também. Muitos deles músicos tão queridos e respeitados. Oramos muito, todos aqui, pelo entendimento das pessoas que nos criticaram e, sempre desejando o bem a todos, compreendemos o momento da igreja no Brasil, muito alarmada por tantas coisas negativas. Sabemos que quando se fala em direitos autorais no Brasil, logo se pensa em direitos de execução. A atividade da CCLI não é esta. Agradeço a este veículo por nos dar a oportunidade de esclarecer as coisas. É muito ético e profissional da parte de vocês ouvir todos os lados."

Genizah também entrevistou Daniel de Freitas:

- Genizah – A CCLI está querendo substituir o ECAD?

- Daniel Freitas por CCLI- Não queremos substituir o ECAD e esta nunca será nossa intenção. A atividade da CCLI não tem nenhuma relação com a atividade do ECAD. O ECAD cuida apenas da arrecadação e distribuição dos direitos de execução pública, ou seja, de músicas que são cantadas ou tocadas em locais públicos. No Brasil, esta atribuição é exclusiva do ECAD, conforme Artigo 99 da Lei Federal 9.610. Nenhuma outra entidade pode substituir o ECAD nesta área, a não ser que a Lei de Direitos Autorais seja alterada.

- Genizah - Vocês notificaram as igrejas do bispo McAlister a pagar por direitos de execução de musicas em cultos?

- Daniel Freitas - Não. De forma alguma. Esta informação tem sido divulgada de forma equivocada e imprudente. Nossa atuação não é esta. Para além de acordos com o ECAD, a cobrança pelo que é cantado ou tocado durante os cultos, inclusive, já foi julgada inconstitucional pelos Tribunais por ferir a liberdade de culto. Além disso, tramitam no Congresso Nacional diversos Projetos de Lei que pretendem alterar a Lei de Direitos Autorais brasileira para que as igrejas sejam expressamente isentas pelo pagamento de direitos autorais das músicas que são cantadas ou tocadas em seus cultos. A CCLI apoia esta proposta de alteração que, inclusive, segue a mesma direção da legislação já existente em outros países onde estamos presentes.

- Genizah – Nós vimos o material exibido nas redes sociais a partir do perfil do bispo Walter McAlister. Se tratava de uma notificação, uma cobrança?

Não. Nem notificação, tão pouco de cobrança por direitos de execução. A CCLI enviou propaganda. Informativos de conscientização sobre a Lei Federal 9.610. A CCLI não está notificando ninguém a recolher qualquer tipo de imposto. Inclusive, por ser inapropriado, o termo “notificação” nunca foi utilizado em nossos materiais. E, de mais a mais, quem cobra “imposto” é o poder público. Há muita desinformação neste episódio e os valores ali apresentados referem-se aos serviços que oferecemos.

- Genizah – E que serviços seriam estes?

Oferecemos às igrejas uma ferramenta prática e acessível para regularizar algumas de suas atividades na área de música, de acordo o Artigo 29 da Lei Federal 9.610. A Licença de Direitos Autorais, portanto, supre a necessidade de obter uma autorização prévia dos autores e permite que músicas possam ser utilizadas corretamente em materiais impressos, arranjos personalizados, sistemas de projeção ou bancos de dados, e também em gravações do louvor ao vivo em áudio ou vídeo. Além disso, a CCLI auxilia igrejas e autores participantes no processo de autorização de traduções e versões de músicas.


- Genizah - Fazendo um paralelo com o caso de livros e editoras. Eu tenho aqui em mãos um exemplar de “O fim de uma era” de Walter McAlister, lê-se logo na terceira folha: Editora Anno Domini, a editora do bispo, e abaixo, “Direitos desta edição estão reservados. É vedada, nos termos da lei, a reprodução total ou parcial deste livro.”. Ou seja, a editora conhece os seus direitos e o de seus autores e, que eu saiba, não anda distribuindo seu livro gratuitamente. Um exemplar custa R$ 27,90 na loja do bispo. O que me parece muito justo e correto. Se eu fosse autor de livros não gostaria de tê-los vendidos por outros, distribuídos gratuitamente, ou coisa assim... A menos que eu autorizasse isto. Ou seja, o mínimo que se espera é que peçam a autorização do autor da obra e, se concedida, que atribuam a autoria ao mesmo. É um direito moral. A CCLI, então se encarrega de obter esta autorização? Para que as pessoas entendam melhor, o exemplo é valido?

A CCLI funciona com base na mesma legislação que dá direito aos autores de protegerem suas obras contra eventuais usos indevidos (ex. plágio, distribuição ilegal, etc) ou de cobrar pela venda de um CD ou DVD de música ou de um livro produzido de forma independente ou por uma editora, por exemplo.

- Genizah- Então a CCLI se propõem a cuidar destas licenças, para a igreja que pretenda obter tais autorizações e usar a obra de terceiros da forma que você disse antes. Não se trata de cobrar por músicas entoadas em culto. Contudo, as igrejas são obrigadas a contratar o serviço da CCLI? A CCLI obriga ou apresenta os seus serviços como obrigatórios?

A CCLI nunca irá impor ou obrigar a participação de nenhuma igreja em seus programas. Por entenderem nosso real propósito, milhares de igrejas já tomaram esta decisão voluntariamente.

- Genizah- A CCLI fiscaliza igrejas?

Para ficar bem claro: Não fiscaliza, nunca fiscalizou e nunca irá fiscalizar!

Daniel Freitas, da CCLI
- Genizah- A CCLI obriga ou apresenta os seus serviços como obrigatórios?

Sabemos que, muitas vezes, a simples utilização do termo “direito autoral” acaba se tornando sinônimo de “ameaça” apenas por falta de conhecimento ou entendimentos equivocados. Toda comunicação oficial e todo material institucional da CCLI apresenta claramente qual o limite da cobertura legal que oferecemos às igrejas. O que é obrigatório está previsto na lei, e não na CCLI.

- Genizah - Daniel, uma última pergunta: A fim de tranquilizar as pessoas interessadas na correção, no proceder legal e na ação ilibada, como deve ser da parte de todo cristão, em especial temor quando se trata das coisas da igreja, que atividades seriam ilícitas às igrejas sem a devida licença dos autores, conforme a lei?

Muita coisa está mudando na música, antes gravada em LPs, K7s e VHSs, ainda distribuída em CDs e DVDs, e hoje compartilhada pela Internet com alguns clicks. E muita coisa ainda vai mudar... No passado a Igreja utilizava músicas em hinários, e a responsabilidade de produzi-los de forma legal, respeitando a legislação e o direito dos autores, era exclusiva das editoras que os publicavam.  Em todos os casos, quando a utilização é feita legalmente, o autor pode escolher se deseja receber ou não pela sua música, pelo seu livro ou por qualquer outra obra que a lei proteja. Mas quando a utilização é feita de forma irregular, o autor deixa de ter essa escolha. Hoje as igrejas utilizam músicas de tantas formas e nem sempre sabem que podem estar violando a legislação em alguns casos. “Montar” um CD para os ensaios do ministério de música, deixar de informar o crédito do autor de uma música ou então traduzir uma música sem autorização do autor original são apenas alguns exemplos de irregularidades. A CCLI “facilita a vida” das igrejas que se preocupam com estas questões e com o trabalho dos autores que vivem (ou não) do ministério da música. Com a Licença de Direitos Autorais da CCLI, por exemplo, a igreja pode regularizar a utilização de músicas em materiais impressos, arranjos personalizados, sistemas de projeção e em gravações ao vivo do louvor em CD e DVD.

Temos também o SongSelect, nosso portal que é uma alternativa àqueles sites “colaborativos” que publicam letras, cifras e também partituras sem muita qualidade e, em muitos casos, também sem autorização dos autores. Ainda que estes sites não cobrem por este serviço, milhões de reais (exatamente, milhões!) são faturados a cada mês com banners e anúncios publicitários sem que o autor receba nenhuma parte destes valores que são obtidos apenas porque a sua música estava sendo “divulgada”.

Muita coisa ainda vai mudar, mas nem a CCLI, nem eu, Daniel Freitas, estamos aqui para condenar ou apontar o dedo em nenhum destes casos! Mas como cristãos, temos a integridade como princípio, o que nunca irá mudar, e não podemos ser enganados por algo “que todo mundo faz”, “porque não tem muito o que fazer” ou “porque aquele cantor já está ganhando muito dinheiro”. Busque informações em fontes confiáveis, leia o texto da Lei de Direitos Autorais  e decida você mesmo o que quer fazer sobre este assunto. O mercado da música está “de olho” na música evangélica não porque é um dos únicos que ainda é possível receber alguma receita com a venda de CDs e DVDs originais, mas porque existe este princípio que não muda “por trás” do povo que ouve estas músicas. É por isso que igrejas, autores, músicos, cantores, ministérios, etc. devem sempre estar atentos aos seus direitos e obrigações para que não haja abuso e nem exploração daquilo que é justo e dos talentos que o Senhor deu a cada um. Quem sabe na próxima a gente possa conversar um pouco sobre mordomia na música?

-Genizah- Quem sabe em outra oportunidade. Mas já que você falou em dim-dim, a fim de remunerar os serviços da CCLI e pagar aos autores os seus direitos, caso a igreja realize as atividades relacionadas com o ministério de música que você enumerou acima e queira pagar o que manda a lei, quanto custa tal a licença?

Estamos falando de valores a partir de R$ 35,00 por ANO. Por questão óbvias, os serviços são cobrados em função do porte da congregação. No caso de uma igreja de 1.000 membros, são R$ 440,00 reais por ano. Não dá nem o preço de meio hinário simples por mês. E não se trata só de remunerar direitos dos autores. Decorre dai diversos serviços de qualidade como os relativos ao SongSelect. 





-Genizah-  Você pode nos informar quais são os outros serviços oferecidos por estes valores ou podemos conferir estas funcionalidades do tal SongSelect?


- Daniel Freitas - No site de SongSelect (AQUI).



A titulo de ilustração e para dirimir dúvidas, Genizah pesquisou os valores cobrados pelo ECAD em eventos musicais públicos. Em uma reportagem do Conjur vimos que a cobrança fica na casa de 90 mil reais em shows para mais de 15 mil pessoas. Não é o caso aqui, mas se estivéssemos falando de direitos de autorais de reprodução em eventos públicos, os tais 35 reais por ano não davam nem para a um “aleluia” mensal. E como está muito claro que não se está tratando de mercantilização do louvor, onde não importaria o preço cobrado, não há valor monetário para isto, conclui-se pela precipitação na questão.


Resumo da Ópera gospel


Malgrado o estado de constante tensão em que vivemos nestes dias onde a igreja é constantemente assaltada por mercenários da fé, é preciso ter cuidado com as informações a fim de não provocar um tumulto infundado.

Como atestou esta reportagem, os serviços da CCLI não envolvem a cobrança de direitos de execução e, de fato, esta informação está clara até mesmo na carta enviada a algumas igrejas. No ímpeto do protesto, o uso de termos “notificação” e “arrecadação” na denúncia do bispo McAlister não correspondem à verdade dos fatos. Notificação – judicial ou extrajudicial, pressupõem a cobrança obrigatória de um direito ou uma reinvindicação.

"As palavras 'pesam' " alerta o advogado Luiz Paulo Menezes. Acrescido do uso do temível substantivo “arrecadação”, arrepiam-se os cabelos de todos nós contribuintes ressabiados.  Menezes, esclarece: "O fato é que nem a CCLI está cobrando direitos, e, tão pouco, notificando judicialmente igrejas neste sentido. E vai mais: Independentemente de qualquer serviço ou licença que a igreja venha a contratar da CCLI , se o ECAD decidir mudar a sua política e passar a cobrar direitos de execução de música nas igrejas, o resultado de algumas decisões judiciais recentes poderia até inibir ou dificultar a iniciativa da demanda, mas o fato é que a lei dá espaço para isto e cabe ação. Teríamos de resolver este conflito.'" 

Menezes tem razão. Basta conferir a lei (AQUI). Contudo, o que esta reportagem apurou é que, verdadeiramente, TODAS as partes envolvidas nesta questão, incluindo a CCLI e o ECAD divergem da cobrança. O ‘comício’ criado não tem razão de ser e, para uma solução final, é necessário pressionar o legislativo para mudar a lei e garantir esta isenção de forma  permanente. Segundo Menezes, "a legislação atual - LEI Nº 9.610 em seu capítulo V artigo 46 - já oferece algumas isenções, ou seja situações em que o uso não constitui ofensa aos direitos autorais. A maioria destas está relacionada com atividades de jornalismo e educação. Portanto, basta incluir neste rol o uso nos serviços religiosos".

Quanto ao tipo de licença oferecido pela CCLI, esta diz respeito a outros usos, como vimos. O direito dos autores é garantido pela lei, caberá a cada igreja decidir se vai ou não reconhecer estes direitos e usar os serviços da CCLI para o devido repasse se, e somente se, entender que no seu caso específico tais usos da obra de terceiros se aplicam. Se a igreja imprime, edita, arranja a produção musical de terceiros, fica desde já ciente de que deveria pagar por isto. É uma mixaria, pouco mais de 3 reais por mês a ser dividido pelas centenas de autores de músicos das canções impressas, gravadas, arranjadas, editadas, etc. todos os meses nas igrejas; mas é do autor da música. E, fosse o preço que fosse, um centavo ou mil reais, não se trata de cobrança de execução de músicas em cultos. Nâo se está querendo por preço na adoração. Isto é que é importante.

 “Que o episódio sirva de lição. Eu mesmo já estava com 10 pedras na mão para atirar no primeiro cantor gospel que estivesse participando de cobrança para ter sua música tocada em cultos. Pra mim, que toco há 10 anos nos cultos da minha igreja, nas vigílias e acampamentos. sem cobrar nada (e com a minha própria guitarra!) isto seria um absurdo total. Depois de me informar, vi que não era assim. Acho que nestas horas, antes de divulgar listas de traidores da igreja, coisa que autoridade eclesiástica adora fazer, melhor seria investigar.” Comentou João Fernando musico da Assembleia de Deus em Recife, Pernambuco.

Com toda a vênia devida ao bispo McAlister, houve muita confusão de conceitos e precipitação. E, feita a denúncia, talvez nem mesmo o bispo tenha conhecimento das ofensas e inverdades proferidas na cadeia de boataria surgida nas redes sociais. Como desfazer a injustiça? É preciso humildade e serenidade para reconhecer os exageros.

 




Ficou claro para esta reportagem que a CCLI não está -ver prints acima– colocando em dúvida a natureza da igreja. Não se trata, como os fatos e a lei atestam, de cobrança para cultuar. Se isto fosse verdade, este site seria o primeiro a soltar uma bomba. “Nossa história atesta a ameaça, risos. Há muita gente atacando a igreja do Senhor Jesus. Fiquemos com as ameaças reais. Podemos dormir em paz e voltar amanhã nossos olhos para os verdadeiros lobos da igreja: os apóstolos, patriarcas, semi-deuses, jeovás juniores, gospelentos superpoderosos dos palcos e demais autoridades ungidas. ” – alfinetou Danilo Fernandes, editor do Genizah. 

Finalmente, outro aspecto relevante que, com certeza, muito contribuiu para esta celeuma foi a propaganda de péssima qualidade técnica (no aspecto comunicação) enviada pela CCLI a igrejas. O material é muito incisivo e alguns termos causam confusão, em especial para quem não é do ramo. Genizah teve a oportunidade de expor aos executivos da CCLI suas criticas em relação ao material.Deixamos claro que uma leitura menos atenta pode dar a falsa impressão de um tipo de cobrança mandatória e, na ausência de maiores esclarecimentos, gerar confusão de atribuições com o ECAD. A CCLI errou neste ponto e tem grande parcela de culpa no imbróglio. Já há muita boataria sobre a possiblidade de cobrança de direitos de execução de musicas em igrejas, diante disto, ânimos já se exaltam e a dúvida ganha mais força.

O próximo fuzuê se dará quando as pessoas comuns descobrirem que se paga direitos autorais por boa parte das Bíblias usadas no Brasil. SIM! Exatamente o que você leu! Certas versões, traduções do texto tem direitos reservados e, por conseqüência, decorre o mesmo com bíblias de estudo, comentadas, temáticas, etc. Isto sem falar das parafrases e outras.  Certas verdades são como salsicha, melhor não ver como se faz.





Fonte: Genizah
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