sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Louvor a Deus em meio à tragédia comove bombeiros

Os religiosos pertenciam à Igreja Assembleia de Deus e haviam saído de Alegre

Dois pastores evangélicos e um motociclista morreram num acidente envolvendo sete veículos, na manhã de ontem, na Rodovia do Contorno, trecho da BR 101 que liga Serra a Cariacica.
Os religiosos pertenciam à Igreja Assembleia de Deus e haviam saído de Alegre, município da Região Sul do Estado, rumo a uma convenção estadual da igreja em Nova Carapina II, na Serra.
Os veículos - cinco caminhões, uma moto e um automóvel Del Rey - bateram um atrás do outro. O engavetamento aconteceu às 8h15, no quilômetro 277, na Serra. Os pastores estavam no carro.
Tudo começou quando um caminhão freou por causa do intenso fluxo de carros no sentido Cariacica - Serra. Os veículos que vinham atrás dele frearam também, mas o último caminhão - de uma empresa de cerveja - não conseguiu parar a tempo. Com isso, os veículos que estavam à frente foram imprensados uns contra os outros.
Os pastores José Valadão de Souza e Nelson Palmeira dos Santos e o motociclista Jonas Pereira da Silva, 52 anos, morreram no local. Dois outros pastores, que também estavam no Del Rey, sobreviveram, e o motorista de um dos caminhões sofreu arranhões nas pernas. Nenhum dos outros caminhoneiros ficou ferido.
O proprietário e condutor do Del Rey é o pastor Dimas Cypriano, 61 anos, do município de Alegre. Ele saiu ileso do acidente e teve ajuda do motorista José Carlos Roberto, carona de um dos caminhões, para sair do veículo.
Seu amigo de infância, o pastor Benedito Bispo, 72, ficou preso às ferragens. Socorristas do Serviço Médico de Atendimento de Urgência (Samu) e bombeiros fizeram o resgate dele. O pastor teve politraumatismo e foi levado para o Hospital Dório Silva, na Serra.
A mulher de Benedito chegou a ver o marido sendo socorrido e teve que ser amparada por um familiar. Ela também seguia para a convenção num outro veículo. A rodovia ficou interditada durante vários momentos da manhã de ontem nos dois sentidos. O trecho só foi totalmente liberado no início da tarde.
O pastor Dimas Cypriano, que sobreviveu ileso ao acidente na manhã de ontem, no Contorno, contou que usava cinto de segurança e que ficou preso ao tentar sair. Ele dirigia o Del Rey e disse que precisou de ajuda para sair do carro. Mas depois continuou no local, acompanhando os trabalhos de resgate do colega, Benedito Bispo. Nas mãos, levava uma Bíblia que ficou suja de sangue. Mas isso não impediu que o pastor orasse durante o socorro.
O mais comovente do triste episódio, foi o relato dado por 2 pastores sobrevivente, e pelos bombeiros que tentavam tirar os pastores ainda com vida, que estavam presos nas ferragens.
As testemunha citadas acima, contam que os pastores Nelson Palmeiras e João Valadão, ainda com vida e presos nas ferragens, em meio a um mar de sangue que os envolvia, começaram a cantar o Hino 187 da harpa cristã:

Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!
Ainda que seja a dor
Que me una a ti,
Sempre hei de suplicar
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!

Andando triste
Aqui na solidão
Paz e descanso
A mim teus braços dão
Nas trevas vou sonhar
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!

Minh'alma cantará a ti Senhor!
E em Betel alçará padrão de
Amor,
Eu sempre hei de rogar
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!

E quando Cristo,
Enfim, me vier chamar,
Nos céus, com serafins irei
Morar
Então me alegrarei
Perto de ti, meu Rei, meu Rei,
Meu Deus de ti!

Aos poucos suas vozes foram silenciando-se para sempre.
As lagrimas tomaram conta dos bombeiros, acostumados a resgatar pessoas em acidentes graves, porem jamais viram alguem morrer cantando um hino; como foi o caso dos pastores Nelson Palmeiras e João Valadão .

Fonte: AHora/Notícias Cristãs

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Dez dicas para não se casar com a pessoa errada

Dez dicas (da tradição judaica) para não se casar com a pessoa errada

Por Rabino Dov Heller - http://aish.com

Com a taxa de divórcio acima de 50%, aparentemente pessoas demais estão cometendo um grave erro ao decidir com quem pretendem passar o resto de sua vida. Para evitar tornar-se uma "estatística", tente  interiorizar estes dez pontos a fim de não entrar em uma "fria".

1. Você escolhe a pessoa errada porque espera que ele/ela mude depois do casamento.
O erro clássico... Nunca despose um potencial. A regra de ouro é: Se você não pode ser feliz com a pessoa como ela é agora, não se case. Como disse, muito sabiamente, um colega meu: "Na verdade, pode-se esperar que alguém mude depois de casado... para pior!" Portanto, quando se trata da espiritualidade, caráter, higiene pessoal, habilidade de se comunicar e hábitos pessoais de outra  pessoa, assegure-se de que pode viver com estes como são agora. 
2. Você escolhe a pessoa errada porque se preocupa mais com a química que com o caráter.
A química acende o fogo, mas o bom caráter o mantém aceso. Esteja consciente da síndrome "Estar apaixonado". "Estou apaixonado" freqüentemente significa "Sinto atração física." A atração está lá, mas você averiguou cuidadosamente o caráter dessa pessoa? Aqui estão quatro traços de personalidade para serem definitivamente testados:
Humildade: Esta pessoa acredita que "fazer a coisa certa" é mais importante que o conforto pessoal?
Bondade: Esta pessoa gosta de dar prazer aos outros? Como ela trata as pessoas com as quais não tem de ser agradável? Ela faz algum trabalho voluntário? Faz caridade?
Responsabilidade: Posso confiar que esta pessoa fará aquilo que diz que fará?
Felicidade: Esta pessoa gosta de si mesma? Ela aprecia a vida? É emocionalmente estável?
Pergunte-se: Eu desejo ser como esta pessoa? Quero ter um filho com esta pessoa? Gostaria que meu filho se parecesse com ela?
3. Você fica com a pessoa errada porque o homem não entende aquilo que a mulher mais precisa.
Homens e mulheres têm necessidades emocionais específicas, e quase sempre, é o homem que simplesmente "não consegue." A tradição judaica coloca sobre o homem o ônus de entender as necessidades emocionais de uma mulher, e de satisfazê-las. Para a mulher, o mais importante é ser amada - sentir que é a pessoa  mais importante na vida do marido. O marido precisa dar-lhe atenção consistente e verdadeira. Isso fica mais evidente na atitude do judaísmo para com a intimidade sexual. A Torá obriga o marido a satisfazer as necessidades sexuais da mulher. A intimidade sexual é sempre colocada em termos femininos. Os  homens são orientados para um objetivo, principalmente quando se trata desta área. Como disse certa vez uma mulher inteligente: "O homem tem  duas velocidades: ligado e desligado." As mulheres são orientadas pela  experiência. Quando um homem é capaz de trocar as marchas e torna-se mais orientado pela experiência, descobrirá o que faz sua esposa muito feliz. Quando o homem se esquece de suas próprias necessidades e se  concentra em dar prazer à mulher, coisas fantásticas acontecem.
4. Você escolhe a pessoa errada porque vocês não partilham metas de vida em comum e prioridades.
Existem três maneiras básicas de nos conectarmos com outra pessoa:
1. Química e compatibilidade
2. Partilhar interesses em comum
3. Compartilhar o mesmo objetivo de vida
Assegure-se de que você compartilha o profundo nível de conexão que objetivos de vida em comum proporcionam. Após o casamento, os dois crescerão juntos ou crescerão separados. Para evitar crescer separado, você deve entender para que "está vivendo" enquanto é solteiro - e então encontrar alguém que tenha chegado à mesma conclusão que você. Esta é a verdadeira definição de "alma gêmea." Uma alma gêmea tem o mesmo objetivo - duas pessoas que em última instância compartilham o mesmo entendimento ou propósito de vida, e portanto possuem as mesmas prioridades, valores e objetivos.
5. Você escolhe a pessoa errada porque logo se envolve sexualmente.
O envolvimento sexual antes do compromisso de casamento pode ser um grande problema, porque muitas vezes impede uma completa exploração honesta de aspectos importantes. O envolvimento sexual tende a nublar a mente da pessoa. E uma mente nublada não está inclinada a tomar decisões corretas. Não é necessário fazer um "test drive" para descobrir se um casal é sexualmente compatível. Se você faz a sua parte e tem certeza que é intelectual e emocionalmente compatível, não precisa se preocupar  sobre compatibilidade sexual. De todos os estudos feitos sobre o divórcio, a incompatibilidade sexual jamais foi citada como o principal motivo para as pessoas se divorciarem.
6. Você fica com a pessoa errada porque não tem uma profunda conexão emocional com esta pessoa.
Para avaliar se você tem ou não uma profunda conexão emocional, pergunte: "Respeito e admiro esta pessoa?" Isso não significa: "Estou impressionado por esta pessoa?" Nós ficamos impressionados por um Mercedes. Não respeitamos alguém porque tem um Mercedes. Você deveria ficar impressionado pelas qualidades de criatividade, lealdade, determinação, etc.
Pergunte também: "Confio nesta pessoa?" Isso também significa: "Ele ou  ela é emocionalmente estável? Sinto que posso confiar nele/nela?"
7. Você se envolve com a pessoa errada porque escolhe alguém com quem não se sente emocionalmente seguro.
Faça a si mesmo as seguintes perguntas: Sinto-me calmo, relaxado e em paz com esta pessoa? Posso ser inteiramente eu mesmo com ela? Esta pessoa faz-me sentir bem comigo mesmo? Você tem um amigo realmente íntimo que o faz sentir assim? Assegure-se que a pessoa com quem vai se casar faz você sentir-se da mesma forma! De alguma maneira, você tem medo desta pessoa? Você não deveria sentir que é preciso monitorar aquilo que diz porque tem medo da reação da outra pessoa. Se você tem receio de expressar abertamente seus sentimentos e opiniões, então há um problema com o relacionamento.
Um outro aspecto de sentir-se seguro é que você não sente que a outra pessoa está tentando controlá-lo. Controlar comportamentos é sinal de uma pessoa abusiva. Esteja atento para alguém que está sempre tentando modificá-lo. Há uma grande diferença entre "controlar" e "fazer  sugestões." Uma sugestão é feita para seu benefício; uma declaração de controle é feita para o benefício de outra pessoa.
8. Você fica com a pessoa errada porque você não põe todas as cartas na mesa.
Tudo aquilo que o aborrece no relacionamento deve ser trazido à baila para discussão. Falar sobre aquilo que incomoda é a única forma de avaliar o quão positivamente vocês se comunicam, negociam e trabalham  juntos. No decorrer de toda a vida, as dificuldades inevitavelmente surgirão. Você precisa saber agora, antes de assumir um compromisso:
Vocês conseguem resolver suas diferenças e fazer concessões que sejam boas para ambas as partes?
Nunca tenha receio de deixar a pessoa saber aquilo que o incomoda.
Esta é também uma maneira para você testar o quanto pode ficar vulnerável perante esta pessoa. Se você não pode ser vulnerável, então não pode ser íntimo. Os dois caminham juntos.
9. Você escolhe a pessoa errada porque usa o relacionamento para escapar de problemas pessoais e da infelicidade.
Se você é infeliz e solteiro, provavelmente será infeliz e casado,  também. O casamento não conserta problemas pessoais, psicológicos e emocionais. Na melhor das hipóteses, o casamento apenas os exacerbará. Se você não está feliz consigo mesmo e com sua vida, aceite a  responsabilidade de consertá-la agora, enquanto está solteiro. Você se sentirá melhor, e seu futuro cônjuge lhe agradecerá.
10. Você escolhe a pessoa errada porque ele/ela está envolvido em um triângulo.
Estar "triangulado" significa que a pessoa é emocionalmente dependente de alguém ou de algo, ao mesmo tempo em que tenta desenvolver um outro relacionamento. Uma pessoa que não se separou de seus pais é o exemplo clássico de triangulação. As pessoas também podem estar trianguladas  com objetos, tais como o trabalho, drogas, a Internet, passatempos, esportes ou dinheiro. Assegure-se de que você e seu parceiro estejam livres de triângulos. A  pessoa apanhada em um triângulo não pode estar emocionalmente disponível por completo para você. Você não será a prioridade número um. E isso não é base para um casamento.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Música gospel poderá ser beneficiada pela Lei Rouanet

A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira (23) um projeto de lei que permite que eventos de música gospel possam ser beneficiados pela Lei Rouanet. A proposta, que segue para apreciação em plenário, reconhece a música gospel e eventos relacionados como manifestação cultural, o que permite que artistas evangélicos possam obter recursos por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).
“Há muito, a música gospel vem se difundindo pela sociedade brasileira, constituindo uma tradição cultural própria. No Brasil, o gospel é reconhecido como gênero musical para além de suas manifestações estritamente confessionais. (...) dada a sua relevância cultural, a música gospel e os eventos a ela relacionados devem gozar dos benefícios instituídos pelo programa”, justificou o relator, senador Papaléo Paes (PSDB-AP).
Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), o mercado da música gospel é um dos três maiores do país e movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano.

O projeto tramita no Congresso desde outubro de 2007. A proposta é de autoria do deputado Bispo Rodovalho (DEM-DF), que afirma que a música gospel no Brasil tem sido divulgada em grandes eventos e tem mobilizado parte significativa da juventude, o que justificaria o recebimento de recursos públicos. Rodovalho é fundador e presidente da Igreja Sara Nossa Terra, sediada em Brasília.

Veja a íntegra do relatório aprovado na CE

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Entre blocos e retiros...



Hermes C. Fernandes

Uma parábola sobre o papel da igreja durante o Carnaval
Epêneto era o presbítero responsável pela igreja em Roma, desde que Priscila e Áquila tiveram que deixar a cidade em busca de novos campos missionários. Epêneto foi um dos primeiros a se converterem através do trabalho realizado por Paulo nessa cidade.
Aquela igreja era muito ativa, sempre aberta a acolher as pessoas. Quando havia algum cataclismo, fome ou guerra, os cristãos se mobilizavam para socorrer as vítimas. Por causa de seu envolvimento com a dor humana, ganhou a simpatia de todos, inclusive de funcionários do palácio de César.
Num belo dia, ouviu-se o clangor do clarim. Todos se reuniram para ouvir o que o mensageiro do império tinha para anunciar. Em duas semanas, o exército romano estaria chegando de uma campanha militar bem-sucedida. O próprio César o receberia com uma Parada Triunfal, que seria seguida de um feriado prolongado dedicado aos deuses Marte e Saturno, também conhecidos como Apolo e Baco, divindades da guerra e do vinho, respectivamente. Seria uma grande festa, regada a bebidas alcoólicas e todo tipo de luxúria. A população sairia às ruas para assistir ao desfile das tropas romanas, dando-lhes boas-vindas, e assistiriam à execução de milhares de prisioneiros. Ninguém trabalharia naqueles dias.
Epêneto ficou preocupado com a notícia. Qual deveria ser o papel da igreja durante essa festa pagã? Ainda inexperiente como líder, reuniu alguns dos mais antigos membros da igreja para discutir o que fazer.
Um deles, chamado Narciso, pediu a palavra e deu sua sugestão:
- Amados no Senhor, por que não aproveitamos o ensejo para promover um desfile paralelo, onde demonstraremos ao mundo a nossa força, revelando a todos nossa lealdade ao Rei dos reis, Jesus Cristo? Podemos até copiar algumas de suas canções, adaptando-as à nossa fé. Em vez de exibirmos prisioneiros, exibiremos testemunhos daqueles que foram salvos. Vamos montar nosso próprio bloco, quer dizer, nossa própria parada triunfal. Pode ser uma grande oportunidade evangelística.
Epêneto, depois de algum tempo pensativo, respondeu: Caro Narciso, a idéia parece muito boa. Porém, quem ouviria nossa voz durante os momentos de folia? Nosso modesto bloco se perderia no meio de toda aquela devassidão. Ademais, a maioria das pessoas estará embriagada, incapaz de entender nossa mensagem. Também não estamos preocupados em dar uma demonstração de força. Jesus disse que nosso papel no mundo seria semelhante à de uma pitada de fermento, que de maneira discreta, sem chamar a atenção para si, vai levedando aos poucos toda a massa. Por isso, acho que sua idéia não é pertinente. Quem sabe em gerações futuras, haja quem a aproveite?
Levantou-se então Andrônico, que gozava de muito prestígio por ser parente de Paulo, e sugeriu:
- Amados, durante o Desfile Triunfal e as Saturnais, a situação espiritual da cidade ficará insuportável. Divindades pagãs serão invocadas, orgias serão promovidas em lugares públicos à luz do dia. Não convém que estejamos aqui durante essa festa da carne. A melhor coisa a fazer é nos retirarmos, buscarmos um refúgio fora da cidade, e aproveitamos esse tempo para nos congratularmos, sem nos expormos desnecessariamente às tentações da carne.
Todos acenaram com a cabeça, demonstrando terem gostado da idéia. Já que seria mesmo feriado, ninguém precisaria trabalhar. Um retiro parecia a melhor sugestão.
O velho presbítero ficou um tempo em silêncio, meditando. Todos estavam atônitos esperando sua palavra, quando mansamente respondeu:
- Irmãos, não nos esqueçamos de que somos o sal da terra e a luz do mundo. Se no momento de maior trevas nos retirarmos, o que será desta cidade? Por que a entregaríamos ao controle das hostes espirituais das trevas? Definitivamente, nosso lugar é aqui. Não Precisamos deexposição, como sugeriu nosso irmão Narciso, nem de fazer oposição à festa, retirando-nos da cidade, como sugeriu Andrônico. O que precisamos é estar à disposição para acolher aos necessitados, às vítimas da violência, aos desassistidos, aos marginalizados.
A propósito, não temos estado sempre disponíveis para atender as pessoas durante as tragédias que tem abatido o império? E o que seriam tais desfiles, senão tragédias morais e espirituais? Saiamos às ruas, mesmo sem participar da folia, e estendamo-los as mãos, em vez de apontar-lhes o dedo, oferecendo compaixão em vez de acusação, amor em vez de apatia. Que as casas que usamos para nos reunir estejam de portas abertas para receber quem quer que seja, e assim, revelaremos ao mundo Aquele a quem amamos e servimos. Afinal, o reino de Deus se manifesta sem alarde, sem confetes, sem barulho, mas perturbadoramente discreto.

Depois dessas sábias palavras, ninguém mais se atreveu a dar qualquer outra sugestão.

* Esta é apenas uma parábola que elaboramos para emitir nossa humilde opinião acerca do papel da igreja durante o período carnavalesco.

Hermes Fernandes é um dos mentores da Santa Subversão Reinista no Genizah

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ConJubato 2010 no Orkut

Você vai ao Congresso da Juventude Batista do Tocantins (ConJubato) em Araguaína?
Faça parte da comunidade ConJubato 2010! Eu vou!!
Clique na imagem abaixo para ser redirecionado ao Orkut!

Acredite: isto é em Palmas!!!

Impressionante...
Quando vi estas fotos (abaixo) custei a acreditar que fossem daqui da Capital.
Confira o que a falta de escoamento adequado da água faz. Parece cena da capital paulista
As fotos são de Fábio do Vale, gentilmente cedidas para divulgação neste blog.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Entenda de onde vem a Teologia da Prosperidade

Hoje o post é um pouco mais longo que o usual, mas a leitura vale muito a pena! Há muita gente sendo enganada e precisamos nos municiar através da Palavra de Deus e também com artigos como este.

Boa Leitura

Samuel Lima (O Ølheirø)

Teologia da Prosperidade

06/11/09 10h40

João R. Weronka
É fundador do Napec (Núcleo Apologético de Pesquisas
e Ensino Cristão). É também Bacharel em Ciências Econômicas pela PUC-PR.

A Bíblia Sagrada, conforme os cristãos afirmam, trata-se da única fonte de autoridade, regra de fé e moral; a Palavra de Deus deve ser a bússola que indica se o caminho que estamos seguindo de fato corresponde ao “norte” espiritual.
Em textos anteriores já falei sobre a triste condição da igreja brasileira, que dia-a-dia se deixa contaminar por valores nada cristãos, que nada tem da Palavra de Deus. A Bíblia é muito mal utilizada, e ao invés de trazer edificação e genuíno alimento espiritual, tem sido empregada por homens perversos que fazem dela um instrumento de escravidão, manipulação e tortura espiritual. Tal instrumento de tortura se forma pela distorção de textos isolados que estes falsos mestres fazem, coagindo o povo despreparado, com uma enxurrada de textos descontextualizados.
Modas sempre são bem-vindas neste meio tão sedento por atalhos. Emocionalismo barato vale mais que sã doutrina e os valores do capitalismo passam a fazer parte da igreja, fazendo desta um lucrativo negócio. Neste texto vamos tratar da Teologia da Prosperidade, uma corrente nefasta que tem semeado discórdia e inversão de valores na igreja.
História

Marca registrada de praticamente todas as igrejas neopentecostais, avançando com força contra as confissões pentecostais e fisgando muitos tradicionais, esta corrente enganosa produz toneladas de livros, manuais, Bíblias de Estudo (estudo?) DVDs, CDs, filmes e até grifes que movimentam muito dinheiro.
Tais materiais e seus divulgadores se tornaram parte do cotidiano de muitos crentes que estão com os lábios cheios de clichês como “eu profetizo”, “eu determino”, “eu reivindico”, “eu tomo posse”, “eu exijo meus direitos”, “eu resgato” ou o absurdo “eu ordeno minha benção”. Repare que o “eu” é o eixo desta teologia. O antropocentrismo que vemos hoje em dia é também conhecido como movimento da “Confissão Positiva”, “Palavra da Fé” ou “Evangelho da Saúde e da Prosperidade”.
Por se tratar de algo tão nocivo, não é de se estranhar que suas origens são influenciadas por misticismo, esoterismo e heresias. O que hoje é um movimento que tem se espalhado como fogo em palha, possui uma história, um ícone, divulgadores e seguidores.
O precursor: Essek Willian Kenyon

Poucos dos crentes que abraçam a Teologia da Prosperidade sabem que a ideologia desta remonta a um homem chamado Essek Willian Kenyon (1867-1948).
A conversão de Kenyon ocorreu em sua adolescência. Posteriormente ele se envolveu com movimentos metafísicos e recebeu forte influência de Mary Baker Eddy, fundadora da herética Ciência Cristã. 1
Kenyon é o pai de uma expressão que se desdobrou com o tempo. É dele a frase “o que eu confesso, eu possuo”. É o embrião da Confissão Positiva.
Como sempre existe alguém disposto a levar adiante uma distorção feita por um falso mestre, coube a Kenneth Hagin divulgar o pensamento de Kenyon.
O proclamador: Kenneth Erwin Hagin

Muitos acreditam que as origens da Teologia da Prosperidade estavam em Hagin (1917-2003). Fato este devido ao nível de divulgação e influência que Hagin conseguiu, através do vasto material por ele publicado. Após passar por uma experiência miraculosa relacionada à cura de sérios problemas de saúde na infância e adolescência, Hagin passa a militar em favor da filosofia que hoje influencia a vida de muitos crentes.
Hagin acreditava que era necessário seguir passos para a vitória. Era necessário crer, declarar verbalmente a fé e então agir como se já tivesse recebido a bênção. 2
Sua vida foi um apanhado de inúmeras experiências pessoais que, ao serem registradas em livros, folhetos e áudio, viraram regra de fé e prática para milhares de incautos seguidores. Como é de se supor, suas vastas experiências carecem de suporte bíblico, como por exemplo, viagens até o inferno para “provar” da realidade daquele lugar.
O legado de Hagin e os desdobramentos no Brasil

Muitos são os pregadores da fé que deram continuidade naquilo que Kenyon criou e que Hagin difundiu, e destes, a grande maioria é muito conhecida no Brasil, onde seus ensinos são divulgados por livros, programas de TV, DVDs e congressos.
Nomes internacionais como Kenneth Copeland, Benny Hinn, Frederick Price, Paul (David) Yonggi Cho, Mike Murdock e Morris Cerulo fazem parte do cotidiano de muitos líderes da igreja brasileira, que por força da sua influência, tem levado o membro comum a achar que este tipo de literatura é boa, quando na verdade são materiais e ensinos cheios de sofismas e engano.
No Brasil, também existe uma relação de nomes que são responsáveis pela divulgação deste veneno espiritual: Edir Macedo, René Terranova, R.R. Soares, Valnice Milhomens, Cristiano Netto e tantos outros que no seu anonimato continuam a propagar este falso evangelho de riquezas.
Como o povo brasileiro em geral, e o crente em específico, são amantes de novidades, modinhas e métodos que servem como atalho, a Teologia da Prosperidade veio importada dos EUA encontrando solo fértil por aqui, infelizmente.
Males da Teologia da Prosperidade: minha vivência

Minha conversão se deu numa denominação que apregoa demasiadamente a Teologia da Prosperidade e seus métodos falaciosos. Agradeço ao Senhor pois - ainda no erro - pude conhecê-Lo, e na medida que a verdade me confrontava, o engano era retirado de minha vida, ao ponto de romper definitivamente com coisas que não encontram conformidade com o genuíno Evangelho de Cristo. A maravilhosa graça do Pai me alcançou, e hoje reconheço inteiramente que o mérito em tudo é de Cristo, e que não posso fazer do Reino de Deus um negócio. A Teologia da Prosperidade que outrora movia minha vida, hoje faz parte de um passado distante.
Não tenho por costume cuspir no prato onde comi – isso é deselegante e antiético. Mas minha conversão não teve por conseqüência o suicídio da razão, sendo assim, tenho plena liberdade de discordar das coisas que são apregoadas sem o respaldo bíblico. A discordância não representa um meio de menosprezar e ridicularizar a crença alheia, mas nos motiva a desmascarar o erro por amor e benefício do próximo. Nos primeiros passos como cristão, vi e vivi muito dos ensinos da Teologia da Prosperidade, e sei, na prática, do potencial maléfico que ela tem.
Participei de dezenas das famosas “campanhas” de fé e finanças, onde a mola mestra era a barganha com Deus. Tudo girava em torno dos “sacrifícios” financeiros onde até mesmo valores mínimos de oferta eram exigidos. Pregadores negavam a suficiência da cruz e o Sacrifício Supremo de Jesus e estabeleciam parâmetros esdrúxulos, ao ponto de dizer: “EU não aceito menos de R$ 30,00 neste envelope (por exemplo)”. Quanto maior o sacrifício, maior a profecia, a benção, a visão, a unção - como se Deus fosse um menino que Se vende por agrados.
Os “valentes” recebiam doses especiais de poder e seu ego era alimentado por fazer parte da classe dos que faziam sacrifícios acima da média. Expressões como “se garantir a festa na casa de Deus, Deus garante a festa na minha casa”, ou “o valor que você der de oferta vai determinar o valor que Deus dará ao seu próximo ano”, além de anti-bíblicas, manipulam, enchem de medo e apartam o cristão redimido no sangue de Cristo das genuínas benesses do Calvário.
Para variar, o Novo Testamento era praticamente esquecido em tais campanhas, e textos mal-emendados da Antiga Aliança – e promessas exclusivas do povo judeu naquele contexto – eram “liberadas” sobre a igreja – desnutrida e mal alimentada da Palavra. Desta forma, o palco para apostasia fica completo.
Num contexto como esse, não é de se admirar que muitos se apartaram, partindo para pastos onde alimento genuíno é servido. Infelizmente, muitos dos que receberam uma avalanche de promessas nunca cumpridas – e irresponsavelmente “liberadas” – fazem parte do contingente de decepcionados com Deus e com a igreja. Um contingente que cresce de modo alarmante. Assim como disse Karl Kepler, isso faz parte de uma neurose:  “Com o fenômeno das igrejas neopentecostais, uma nova safra de crentes evangélicos inundou o Brasil e, à medida que os anos passam e as promessas de prosperidade não se cumprem, uma nova safra de ex-crentes decepcionados deve estar voltando para as ruas”. 3
E ainda pude constatar uma coisa neste tempo: a Teologia da Prosperidade funciona muito bem, mas apenas para aqueles que a pregam. Nas palavras de Hank Hanegraaff:
“Basta caminhar pelo estacionamento dessas conferências ou mesmo dum culto dominical, ligado ao movimento da Fé, para responder à pergunta: ‘Esse tipo de ensino realmente funciona?’ Fi-lo recentemente no quartel-general e igreja dum dos principais mestres da Fé e obtive minha resposta. Havia Cadillacs, Mercedes e uns poucos reluzentes Lexus ali estacionados – todos eles porém, nos lugares reservados aos pastores e seu pessoal. No mais, entretanto, o parque de estacionamento parecia com qualquer outro, numa grande variedade de cupês, pick-ups e furgões. Ouça cuidadosamente: Era como qualquer outro parque de estacionamento da cidade. Ora, como é que pode ser isso?” 4
Muito simples: a Teologia da Prosperidade é falaciosa. Doutra forma, todos que a seguem deveriam ser CEO de multinacionais, possuir jatinho próprio, carros importados e mansão em Miami, afinal, devem ser cabeça e não cauda! Mas a realidade é diferente do mundo encantado apregoado pelos mestres da riqueza. Enquanto eles se deleitam na gordura do sacrifício alheio, estão cegos para as verdades espirituais, tal como o sacerdote Eli (1 Sm 1 e 1 Sm 2).
Comerciantes da Fé

Tenho uma graduação em Ciências Econômicas, e através desta ciência aprendi sobre a Lei de Mercado ou Lei de Oferta e Demanda, que pode ser assim definida: “conjunto de conceitos que designam a disponibilidade de bens e serviços à venda no mercado, por um lado, e sua demanda solvável, por outro”. 5. Em resumo, para que o mercado da fé exista, é necessário que existam os que ofertam o serviço e os que demandam o serviço, ou seja, os “profetas” da prosperidade são os agentes de oferta, e os crentes imaturos são os agentes de demanda. Cada qual com sua responsabilidade neste emaranhado de erros.
O modelo a seguir representa o que temos visto nos dias de hoje em muitos templos e denominações “evangélicas”:

Fico pasmo em saber que isso é tão somente a ponta do iceberg. Ao ver declarações como as que seguem abaixo, fico a me perguntar até que ponto os pregadores de riquezas chagarão um dia:
“Deus está falando que a benção será triplicada, O seu salário vai se multiplicar por três. Quando você receber seu salário ainda terá do antigo para gastar. É tempo de fartura. É tempo de Deus. Todos os moradores da terra receberão a notícia de que é tempo de restituição.” 6
“Faça esta oração: Senhor meu Deus, ao ler este livro, aprendi que, se desejo receber muito dinheiro, devo plantar o equivalente em Tua obra no mundo.” 7
“Mais uma vez, como profeta de prosperidade para estes negros dias de crise, eu afirmo: DEUS ESTÁ INTERESSADO NO BOM ANDAMENTO DE SUAS FINANÇAS. Acredite nisso. Ele é um Pai amoroso. Pare um pouco, respire fundo e repita em voz audível e com convicção, por três vezes: DEUS ESTÁ INTERESSADO EM MEU SUCESSO FINANCEIRO. Agora repita em voz alta, como um brado de vitória: DEUS VAI MUDAR MINHA VIDA FINANCEIRA PARA MELHOR (ênfase do autor)” 8
“Muitas pessoas acreditam que Jesus Cristo foi muito ‘pobrezinho’ mas a verdade é que Jesus foi a pessoa mais próspera que já pisou sobre a face da Terra. (...) Ele andava montado num burro, que era o ‘cadilac’ da época.” 9
“Você estará colhendo de acordo com a espécie que você mesmo determinar. Lembre-se: Se você plantar carro, vai nascer carro! Se você plantar emprego, nascerá emprego! Se você plantar uma casa própria, nascerá uma casa própria! Você acredita na Palavra de Deus?” 10
“Agora, você já sabe que é você quem determina, fixa os limites e diz o que você terá ou não. Por isso, pare de orar chorando, de se lamentar, suplicando que Deus, com Sua bondade, lembre-se de você. Esse tipo de oração pode parecer espiritual. Alguém pode achar lindo orar assim, mas isso não ter valor algum.” 11
Reparou como as declarações destes homens se aproximam muito daquilo que Essek W. Kenyon entendia (o que eu confesso, eu possuo)? E o que mais espanta são as declarações a seguir:
“Estejam ou não a par disso, são seus pensamentos predominantes de riqueza que lhe trazem riqueza” 12
“Como em todas as leis da natureza, nessa também a perfeição é absoluta. Você cria sua vida. Você colherá tudo o que semear! Seus pensamentos são sementes, e sua colheita dependerá do que plantar.” 13
“Esta é a sua vida, e está esperando que você a descubra! Até agora você talvez tenha pensado que a vida é dura, uma luta, e, portanto, pela lei da atração, deve ter sentido a vida como dura e uma luta. Comece imediatamente a gritar para o Universo: “A vida é tão fácil! A vida é tão boa! Todas as coisas boas vêm até mim”. 14
“O que de fato você quer? Sente-se e escreva numa folha de papel, usando o presente do indicativo. Você poderia começar assim: ‘Eu estou tão feliz e grato neste momento que...’ E então explique como você quer que sua vida seja, em qualquer área.” 15
“Mas, se você quer uma máquina de costura, guarde a imagem dela com a certeza absoluta de que ela está sendo feita ou de que está a caminho. Depois de formar o pensamento uma vez, acredite absoluta e definitivamente que a máquina de costura está a caminho. Nunca pense ou fale nela a não ser com a certeza de que vai chegar. Afirme que ela já é sua”. 16
“Nunca olhe para as provisões invisíveis; olhe sempre para as riquezas ilimitadas na Substância Informe e SAIBA que elas estão vindo em sua direção tão depressa quanto você pode recebê-las e usá-las”. 17
Se você ainda não conferiu as notas no final deste estudo, eu pergunto: de qual pregador de prosperidade são as declarações acima? Infelizmente, são declarações de obras de cunho esotérico, mas que se forem “cristianizadas” por um dos mestres da riqueza (e muitas já o são), facilmente se tornarão Best Sellers nas fileiras do gospel Brasil. Realmente é chocante a semelhança entre o pensamento positivo dos esotéricos e do positivismo e determinismo apregoado pela Teologia da Prosperidade. E esta semelhança se dá, pois ambos têm o mesmo foco: o eu do homem. O homem é o centro. O ego é deus.
Enquanto a Bíblia nos adverte a focar os esforços nas coisas eternas e atemporais (sem tratar com relaxo das coisas temporais, evidentemente), os profetas da riqueza direcionam o rebanho a focar os esforços naquilo que é passageiro e que a ferrugem e a traça devoram.
A recente crise econômica mundial (2008-2009) afetou diversos setores da economia. Vimos conglomerados financeiros sendo derrubados como castelos de cartas, impérios de poder ruindo como castelos de areia a beira-mar, massas de pessoas sendo demitidas. Será que no meio destas milhares – ou milhões – de pessoas não tínhamos sequer um cristão? Será que nenhum crente em Jesus perdeu seu emprego? Endividou-se? Entrou no vermelho? Creio piamente que Deus cuida dos Seus. Creio que no meio de tantas lutas Ele provém sustento, mas chega ao ponto do ridículo imaginar que crises não atingem crentes. Mas ainda assim os profetas da riqueza, tomados pela ganância, lançaram correntes e campanhas para amarrar a crise e prosperar os crentes.
Este episódio me lembra de dois personagens bíblicos. Jeremias e Hananinas. Veja este exemplo:
“O problema não é de hoje. É multissecular. O profeta Jeremias fazia o que podia para convencer os reis e o povo de Israel da famosa tríade que estava para chegar a qualquer momento: a guerra, a fome e a peste (Jr 14.12; Jr 21.7; Jr 24.10; Jr 27.8; Jr 29.17; Jr 32.24; Jr 34.17; Jr 38.2; Jr 42.17; Jr 44.13). Enquanto isso, o profeta Hananias, no mesmo lugar e para o mesmo público, profetizava “prosperidade” (Jr 28.9, NVI e BP), ou “paz” (NTLH, ARA e BV), ou “felicidade” (Tradução da CNBB). Um e outro usavam a mesma introdução: ‘Assim diz o Senhor’”. 17
E como já falamos muito sobre história, é hora de, partindo por estes dois exemplos, refutar, de modo bíblico e definitivo, a falaciosa Teologia da Prosperidade.
A Verdade Bíblica

Quando observamos as verdades Bíblicas nos confrontamos de modo profundo com aquilo que é ensinado pela Teologia da Prosperidade. A bem da verdade, muitos de nós já ouviram por aí absurdos sem fim para defender que o crente deve ter riquezas e uma saúde de ferro, e claro, aqueles que assim ensinam tentam respaldar-se na Bíblia. De fato, se tomarmos meia dúzia de textos isolados (principalmente promessas de bênçãos materiais feitas aos judeus), poderemos com base na Bíblia criar extravagâncias e aberrações diversas. Muitas são as seitas que aplicam este método falacioso. São muitos os problemas que a ignorância bíblica pode produzir no rebanho e essa sonolência espiritual tem permitido a entrada de falsos mestres e falsos ensinos no meio da igreja. Concordo plenamente com John MacArthur quando afirma que:
“Talvez a igreja hoje seja bem mais suscetível aos falsos mestres, aos pervertedores de doutrinas e ao terrorismo espiritual do que em qualquer outra geração na história da igreja. A ignorância bíblica dentro da igreja talvez seja muito mais profunda e mais generalizada do que em qualquer outra época desde a Reforma Protestante. Se você duvida disso, escolha aleatoriamente um dos sermões de qualquer dos principais pregadores evangélicos anteriores a 1850 e o compare com o sermão típico de hoje. Além disso, compare a literatura cristã de hoje com qualquer obra publicada há cem anos ou mais, pelas editoras evangélicas. (...) Os temas característicos dos sermões estão carregados de questões centralizadas no homem (tais como relacionamentos pessoais, vida bem-sucedida, auto-estima, listas de ‘como fazer’ e assim por diante) – a ponto de excluir muitos pontos da doutrina bíblica que exaltam doutrinários nas Escrituras que enaltecem a Cristo.” 18
Pois bem, se você chegou até aqui, percebeu que os problemas mencionados nos seguintes textos bíblicos são reais em nossos dias:
“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1 Tm 6.9-10
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 2 Pe 2.1-3
Entendendo que o amor ao dinheiro e poder está no coração dos pregadores da Teologia da Prosperidade e que eles estão no nosso meio, pois o joio cresce com o trigo (Mt 13.30), passamos a examinar as palavras do Senhor Jesus sobre as questões materiais.
"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam." (Mt 6.19-20)
Creio que as palavras de Russel N. Champlin caem como uma luva neste contexto, quando diz que “o deus Mamom atrai mais que o Cristo da Galiléia” 19. Forte e duro, mas real. Será que o modelo de vida seguido por Jesus está ultrapassado para a igreja pós-moderna (ou hiper-moderna?)?
Se os membros destas igrejas se dessem ao trabalho de examinar as Escrituras, descobririam que nossa riqueza está em boas obras (1 Tm 6.18), na fé (Tg 2.5) e que somos herdeiros das insondáveis riquezas que estão em Cristo (Ef 3.8). Os divulgadores da Teologia da Prosperidade estão cegos em suas ambições materialistas e não percebem que Jesus deixou muito claro que as riquezas não são o alvo da igreja. Jesus não morreu para que nós O fizéssemos um banqueiro. É triste constatar isso, mas muitas das igrejas evangélicas, e muitos dos que carregam o rótulo de “evangélico” não estão mais adorando ao Deus Vivo, mas estão prestando culto à Mamom. Muitas igrejas nos dias de hoje são altares dedicados à Mamom.
"E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui". (Lc 12.15)
Certa feita, ouvi de um destes profetas da riqueza que acabara de comprar um bem de alto valor, que tal fato tinha ocorrido por ser um presente de Deus para ele. Ressalva: creio que Deus concede dádivas aos Seus filhos, porém dentro da Sua soberania e vontade, e nunca na nossa vontade. No entanto, em tom de superioridade, estes pregadores cortam o coração das ovelhas ao dizer que são merecedores de tais dádivas mais que os meros mortais do rebanho, ou seja, Deus tem nestes homens Seus filhinhos preferidos, a ponto de conceder presentinhos a uns, mantendo outros em angustia.
Outro destes profetas comprou, com recursos eclesiásticos, um automóvel importado de quase R$ 100.000,00 para que, através do uso “pastoral” pudesse ostentar quão abençoado ele é. O problema surgiu quando as fontes da igreja começaram a minguar, sendo rapidamente achada a solução: levantar, durante os cultos, apelos de gordas ofertas para quitação das parcelas do veículo de uso “pastoral”. Mais uma vez, ovelhas manipuladas como fantoches financiando a carruagem de ministros de impérios e reinos próprios. Um ultraje à cruz de Cristo e ao puro Evangelho da Graça.
Como o texto bíblico acima mencionado diz, é preciso tomar muito cuidado com a avareza e com o amor pela ostentação. A vida cristã é muito mais que isso. É infinitamente mais que isso.
O anseio por uma vida de luxo e riquezas traz de “brinde” a atrofia espiritual e desvirtua o cristão do seu caminho.
"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". (João 16.33)
Talvez você foi mal orientado e “programado” que deve orar demasiadamente por algo. Talvez tenha sido ensinado a sempre “profetizar”, “determinar”, “tomar posse”, “exigir seus direitos” e as coisas nem sempre aconteceram como você queria. Ao invés da tão esperada benção, houve um silêncio incomensurável. Mas não se desespere! O modelo dos pregadores da Teologia da Prosperidade não segue o modelo bíblico e não condiz com o que Jesus ensinou.
As tribulações existem. Elas virão sobre muitos cristãos. Ainda assim não devemos desanimar, pois estamos ligados nEle independente de circunstâncias externas (2 Co 4.8-9). Se Deus deu o privilégio de todos desfrutarem do Sol e da chuva (Mt 5.45), por que pensar que sendo cristãos não teríamos problemas, lutas e tribulações? Se Cristo passou pelo que passou, seus discípulos não passariam? Tente imaginar esta mensagem de saúde de ferro e prosperidade financeira sendo pregada no contexto da Igreja Primitiva ou – em nossos dias – em países como Afeganistão, Sudão e Coréia do Norte, onde o simples viver é a maior de todas as bênçãos?! As prioridades foram invertidas, as raízes do cristianismo bíblico precisam ser expostas.
"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." (Mt 6.33)
Este versículo é o supra-sumo, conclusão, síntese daquilo que Jesus deixou como a verdadeira prioridade de vida para o cristão. O propósito sublime está no Reino de Deus. É impossível que um pregador da Teologia da Prosperidade não se incomode com a verdade explícita registrada neste versículo.
Se tais homens realmente tivessem o Reino de Deus e Sua justiça impregnados no coração, de modo algum estariam propagando as mensagens que assombram a igreja, seja nos templos, na TV, no rádio, internet ou livros. É hora de dar um basta nisso! Se você ainda é um seguidor de tal teologia, faço um apelo que leia imediatamente o capítulo seis do Evangelho de Mateus e veja que Jesus faz ali um verdadeiro manifesto contra o materialismo; peça que o Espírito Santo lhe dirija na busca e descoberta da verdade do Reino de Deus. O Consolador te levará ao Senhor Jesus, e nunca a Mamom. Em seu comentário bíblico, disse William MacDonald sobre este versículo específico:
“O Senhor, portanto, faz um pacto com seus seguidores. Em resumo, ele diz: ‘Se você colocar os interesses de Deus em primeiro lugar na sua vida, eu garantirei suas necessidades futuras. Se você buscar, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, então eu cuidarei para que nunca lhe falte as necessidades da vida’” (destaque do autor) 20
Dada a exposição das Escrituras, não vamos nos ater tão somente a mostrar o problema e expor a ferida. Propomos uma solução à questão.
Solucionando o Problema

Alguns se conformam com a existência desta falsa teologia e de seus mestres simplesmente por considerar que isso é parte da apostasia do tempo do fim. Ignorar este problema é um grave erro.
Outros acham que o crente não pode, em hipótese alguma almejar um equilíbrio em sua vida. Estes são os adeptos da “Teologia da Miséria”, pois bradam em alta voz que “crente bom, é crente miserável”. Não! Este também não é o caminho. Acredito que o equilíbrio é o ideal. Nem oito nem oitenta.
Acredito também que ficarmos tão somente apontando problemas sem indicar soluções é perda de tempo. Por isso, proponho o seguinte:
1. Equilíbrio, moderação e bom senso: Todos nós ansiamos por coisas boas, isso é um fato. A grande maioria trabalha duro, estuda, se especializa com o objetivo de desenvolver carreira profissional e um bom salário, e nisso não há pecado algum. É evidente que quando projetamos tal aspecto em nossas vidas ansiamos em dar melhores condições de para nossos familiares e devemos almejar alcançar os aflitos com estes recursos. Se não fosse assim, tornar-nos-íamos ascetas nômades que tocariam a vida no modelo socioeconômico do escambo.
O que moldará a diferença em nossas vidas é o principal objetivo, é aquilo que está no centro de nosso coração. Nosso alvo deve ser acima de tudo e de todos, o Senhor Deus. O texto a seguir resume o que quero dizer: “não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”. (Pv 30.8-9).
Ou ainda, nas palavras de Craig L. Blomberg: “O principio de moderação explica as preocupações de Jesus e Paulo por uma vida simples, particularmente quando envolvidos no ministério, para não dar brecha desnecessária à má reputação do Evangelho”. 21
2. Ensino Bíblico em todas as áreas da igreja local: O ensino sadio é algo de fundamental importância para que nossas igrejas sejam realmente sadias. Discutimos isso em maior amplitude no texto “Tripé Básico do Cristianismo – Parte 2: Ensinar”, mas quero ressaltar aqui que o ensino não está condicionado a uma estrutura de classe em Escola Bíblica.
O púlpito deve ser um local de exclusiva exposição clara da verdade da Palavra de Deus. Os informativos e jornais locais devem ser mais que um calendário de eventos e datas de aniversário, podendo ser um instrumento de edificação e evangelismo quando trouxer breves reflexões e devocionais bíblicos. O louvor deve glorificar o Senhor e ser carregado da mensagem cristã.
Desta forma, proponho banir de uma vez por todas o triunfalismo barato que invadiu os púlpitos, retornando a exposição clara das verdades contidas na Palavra de Deus, sem manipulação ou adulteração, para todo o que a ouve possa chegar ao conhecimento da verdade (2 Co 4.2).
3. Mergulhar na graça e soberania divina: A graça é um favor de Deus para nós. A graça do Senhor soberano sobre tudo e todos nos foi concedida. Imagine só! O Deus todo-poderoso se importou conosco no mais sublime de Sua soberania (Mc 14.36; Mt 26.42; 1 Jo 5.14).
Durante muito tempo minha vida foi aterrorizada pelo fantasma do merecimento, do legalismo e da autojustificação. Pensava que precisava fazer obras para me justificar diante de Deus e então passar a receber boas coisas da parte dEle. Pensava que os famosos sacrifícios, propósitos, votos, dos mais variados meios e formas, dos mais distintos valores, eram uma espécie de meio de troca dos favores de Deus para com o homem.
Até que um dia a venda da religiosidade caiu, e pude contemplar a graça de Deus em minha vida. Compreendi que acima de quem sou ou faço o Senhor Excelso cuida de mim, zela por mim, provê em minha vida e me sustém em Sua mão. Confio nEle. Que Ele faça o que quer em mim e por mim. Sigo o exemplo de Cristo: faça Sua vontade Deus, e não a minha. A benção da graça precisa ser capturada pelo coração dos crentes.
Enfim, o materialismo da Teologia da Prosperidade é uma grande prova de apostasia. Entendemos sim que somos mordomos daquilo que Ele nos concedeu cuidado e que se Ele quiser proverá coisas boas em nossas vidas, porém nunca nos deixaremos dominar pelo materialismo.
Deus não é fantoche de ninguém e não pode ser manipulado por Suas criaturas.
Seja você um cristão genuinamente bíblico e deixe de procurar por mensagens agradáveis que você e seu ego desejam, mas busque aquilo que o Senhor quer para você, lembrando sempre:
“Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” 2 Co 4.18
Toda honra e glória ao Senhor!
Notas:

1 Fundada por Mary Baker Eddy, a Ciência Cristã ensina – baseada no conceito dualista grego – que toda matéria é má, que o mundo material é uma ilusão e que a mente é a única realidade. Deus é um conceito estranho, relacionada a mente; Jesus foi uma figura histórica apenas; o pecado não existe e o inferno não passa de um mau estado mental.
2 MATOS, Alderi de Souza. Raízes Históricas da Teologia da Prosperidade. Site Revista Ultimato
3 KEPLER, Karl. Neuroses Eclesiásticas. Arte Editorial. São Paulo, SP: 2009. p.18
4 HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. CPAD. Rio de Janeiro, RJ: 1996. p.235-236
5 SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. Editora Best Seller. São Paulo, SP: 2001. p.336
6 ENGEL, Joel. A Festa do Jubileu, 3ªed. Ministério Engel. Sobradinho, RS: 2004. p.77
7 NETTO, Cristiano. Como Prosperar em Tempos de Crise, 6ªed. Edição do Autor. Curitiba, PR: 2003. p.64
8 NETTO, Cristiano. Como Prosperar em Tempos de Crise. p.20.
9 NETTO, Cristiano. O Melhor Vencedor do Mundo, 5ª ed. Ed. e Distr. Provisão e Vida. Curitiba, PR: 2003. p.90
10 SOUZA, Raul de. A Lei da Semeadura. Épta Produções. Curitiba, PR: 2005. p.46
11 SOARES, R.R. Como Tomar Posse da Benção. Graça Editorial. Rio de Janeiro, RJ: 2004. p.47-48
12 BYRNE, Rhonda. O Segredo. Ediouro. Rio de Janeiro, RJ: 2007. p.6
13 BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.17
14 BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.41
15 BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.47
16 WATTLES, Wallace Delois, A Ciência de Ficar Rico, 6ªed. Editora Best Seller. Rio de Janeiro, RJ: 2008. pp. 38,41
17 Texto “Hananias, o mago da prosperidade”. Site Revista Ultimato - consulta em 01/10/2009 21h45m.
18 MACARTHUR, John F. A Guerra pela Verdade. Editora Fiel. São José dos Campos, SP: 2008. p.200-201
19 CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 1. Editora Hagnos São Paulo, SP: 2002. p.326
20 MACDONALD, William. Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento. Ed. Mundo Crsitão. São Paulo, SP: 2008. p.31
21 BLOMBERG, Craig L. Nem riqueza, nem pobreza. Editora Esperança. Curitiba, PR: 2009. p.245-246

Fonte: Site do Cléber Toledo