terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A igreja não cresce, a culpa é do pastor!

A igreja não cresce, a culpa é do pastor!

Por Pr. Sandro Pereira (*)
 
Quantas vezes o pastor absorve a pressão e a responsabilidade pela mingua no crescimento da igreja. Em outros casos assume ser o único e suficiente para tal. Diante de pressões, indecisões, visões, nascem as mirabolantes estratégias ministeriais para crescimento de igrejas, que em grande parte tem seus conceitos apoiados em pesquisas de antropólogos, sociólogos e etc. Entretanto a melhor forma de uma igreja crescer é continuar sendo igreja, só igreja. Por conta de uma busca contínua por crescimento uma metamorfose tomou conta da organização igreja, se distanciado de seus princípios, objetivos e missão. Há quem pense diferente, mas pra mim:
  • Igreja não é supermercado – não é lugar para comprar bênçãos, pastor não é vendedor ou repositor;
  • Igreja não é uma empresa – não há produtos manufaturados, pastor não é gerente, executivo ou engenheiro de produção;
  • Igreja não é shopping – não tem obrigação de ter vitrines, não tem obrigação de ter cinemas, não tem obrigação de praça de alimentação, pastor não é manager business;
  • Igreja não é circo – não tem que ter espetáculo, pastor não é palhaço ou mágico;
  • Igreja não é clube – não há compromisso com pagamentos de mensalidades, igreja não tem sócios, pastor não é zelador;
  • Igreja não é SPA – não há motivos para criar programas a fim de agradar ou fazer mimos nos seus congregados, pastor não é massagista (de egos);
  • Igreja não é uma bolsa de valores – ninguém precisa dar lances, a salvação não tem valor comercial, pastor não é corretor;
  • A culpa está no desvio de propósitos, fazer o que dá certo e não o que é certo. O crescimento é com o Espírito Santo. Ah sim, o pastor e a igreja precisam ter intimidade com Ele.


(*) Pr. Sandro Pereira é pastor da Igreja Batista Aliança, de São José dos Campos (SP). Ele é doutor em Ministérios pela Cohen University.



terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fiho de pastor é assassinado por causa de R$ 150

Filho de pastor é assassinado

por dívida de R$ 150 em Cariacica

Um rapaz de 18 anos teve a vida interrompida pelo envolvimento com o crack. Gleidison Hugo Andrade morava com a família em Vila Betânia, Cariacica, e foi assassinado por traficantes em um acerto de conta por uma dívida de R$ 150. O jovem - que é filho de um pastor - foi alvejado com sete tiros. "Era um menino que cativava e era brincalhão", afirma a mãe da vítima, Marta Andrade.
Segundo a família, Gleidison se envolveu com as drogas aos 15 anos. "Aos 15 anos ele praticou o primeiro roubo. Descobrimos dessa forma. Enquanto ele era pequeno a gente tentou levar para a igreja, para a escola dominical, mas quando ele cresceu a gente perdeu o controle", diz Moises Andrade, pai do rapaz.
O pai de Gleidison afirma que é religioso e não mediu esforços para tentar recuperar o filho. "Em uma das audiências aconteceu uma coisa que eu nem imaginava. O juiz enviou um ofício para o pastor Geraldo Casangrande, que tem uma casa de recuperação. A gente procurou ajuda mas ele ainda era menor de idade, o local não recebia menor e ele não podia ser internado. Então voltamos para a estaca zero", desabafa o pastor.
A morte de Gleidison aconteceu após uma viagem da família e os pais do jovem acreditam que o momento foi uma despedida. "Esses dias que nós passamos de férias foram uma despedida. Na última hora o pai dele conseguiu convencê-lo de ir. Creio que o Senhor proporcionou isso. Foi muito bom", relata Marta Andrade. "Deus nos deu esses dez dias num momento de família", afirma o pai do rapaz assassinado.
Mesmo com essa perda, os pais tentam retomar a vida e não deixam a fé ser abalada. Eles acreditam que a religião é uma solução para quem quer se livrar das drogas. "A gente nunca acredita que o filho da gente vai se envolver com qualquer coisa. A gente sempre acha que é o filho dos outros. O que aconteceu serve de alerta e o único caminho para sair de tudo isso é Jesus", diz a mãe.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sexo entre jovens solteiros... Assunto polêmico?

Carlos Moreira (*)

Pastor, sexo antes do casamento é pecado?”. Se você é um clérigo ou um líder, esta é uma das perguntas que você mais ouve quando está no meio de jovens. Obviamente, a grande maioria responde: “sim, é pecado”. E eu, o que penso sobre o tema? Bem...
Eu penso que a igreja trata a questão como se ela não existisse, quase com desdém. O “problema” só se materializa quando aquele casalzinho que senta lá no canto, acompanhado ou não da família, nos procura no gabinete pastoral para informar-nos que, em 9 meses, teremos mais um membro para ser batizado na família de Deus! Aleluia!...
A verdade é que a igreja, normalmente, faz vista grossa para essa questão. O casal está ali, juntinho, namorando e, se não der bobeira, se transar com camisinha, se fizer tudo direitinho, não vai ser muito incomodado pela ortodoxia doutrinária vigente. Aqui, ali, terá de ouvir coisas do tipo: “fornicação é pecado”; “quem transar antes de casar perde a benção de Deus”; “masturbação entristece o Espírito”; e por aí vai... Ora, isso tudo, com um pouco de cinismo e cara de pau, dá para ir levando. Dá?...
Agora, quando a “bomba” explode, e o bebê está a caminho, aí a coisa muda de figura, pois todo mundo fica furioso, sobretudo a “fariseada”. Engravidou, tem que casar! Será?... O casalzinho, coitado, será exposto aos extremos, execrado, em alguns casos, ficará afastado temporariamente da Ceia, ou, em outros, submetido a uma “disciplina” maluca qualquer. Quase certamente, sofrerá muito mais do que seria preciso, contudo se tornará um “exemplo” para todos!
Ora, em tais situações, as conseqüências, obviamente, virão em curtíssimo prazo, pois, sem apoio da comunidade, sem orientação e, em muitas situações, sem a ajuda da própria família, o jovem casal, sem qualquer preparo para a vida conjugal, estará separado em 1 ou 2 anos no máximo. Estou, neste momento, com um caso deste na igreja, herdado de outra “comunidade”...
Quer falar sério sobre o tema? Quer tratar a situação com coragem? Então vamos às Escrituras. Qual o padrão bíblico para casamento? Vou simplificar: deixar pai e mãe, ou seja, possuir capacidade de romper os vínculos emocionais e financeiros com a família; voto público, que é assumir para a sociedade, seja pela via do casamento civil ou do religioso, que os dois passam a constituir uma família, com todas as implicações vigentes; e, finalmente, manter relação sexual.
Nos dias de Isaque e Rebeca a coisa era assim, muito simples. O garoto começava a se coçar demais, olhava as cabras de forma estranha, e aí o Pai, macaco-velho, dizia: “este menino está precisando casar”. Arrumava-se uma noiva, da parentela mesmo ou da vizinhança, desde que fosse da mesma fé, o pai doava ao filho um pedaço de terra, meia dúzia de cabras, uma vaca leiteira e pronto! O sujeito entrava na cabana com sua “gazela” e estava tudo consumado. Que benção!
E como é hoje? O menino e a menina chegam aos 15, 16, 17 anos e começam a namorar.  Estão terminando o ensino médio e ainda terão pela frente o vestibular e 4 ou 5 anos de faculdade.  Vencida esta etapa precisarão trabalhar, conseguir um bom emprego. Em seguida, vão comprar um carro legal, depois o apartamento financiado e, só então, poderão pensar em se casar. E olha que eu estou falando de jovens cristãos sérios, que começaram a namorar com o propósito de, um dia, se casarem. Mas, convenhamos, eles são à exceção da exceção da exceção!
Ora, eu sei, por experiência, que a grande maioria da meninada quer é curtir a vida, “ficar” bem muito ao invés de namorar, que dá muito mais trabalho, transar o tanto que puder, pois muitas relações darão mais experiência – trágico equívoco – e, só quando se estiver chegando na casa dos 30 é que começarão a desacelerar o “motor” para pensar em constituir algo sério, ou seja, casar.
Agora, uma questão: pensando no primeiro exemplo, o do jovem casal cristão sério, que começou a namorar cedinho, o que eles farão para segurar os hormônios nesta sociedade erotizada na qual vivemos, onde propaganda de pneu tem mulher pelada? Me responda mesmo: dos 15 até chegarem aos 30 anos, quando estarão em condições, dentro dos padrões estabelecidos em nossa cultura, para se casar, como eles lidarão com estas questões? Vão jejuar e orar? Ora meu mano, faça-me o favor... Você fez isso?
Aí vem a igreja, e seus ilustres representantes, naquela santidade medieval, e diz para o casalzinho: “olha, vocês devem se guardar um para o outro. Sexo antes do casamento é pecado, viu?”. E fica a meninada com a pulha na cabeça: transar ou não transar, eis a questão! E ainda tem umas almas sebosas que dizem: “quem estiver abrasado, então que se case”. Ótima solução! Quero eu lhe dizer que o sujeito não está abrasado não, ele está em chamas já há muito tempo! Isso é que é fogo!
Na verdade, em determinadas circunstâncias, só existem dois caminhos: como pastor, sei o que estou afirmando: ou o cara deixa a namorada “em paz” e vai para a internet ver sacanagem de todo tipo e, como o pecado só se aprofunda, pois “um abismo chama outro abismo”, mas cedo ou mais tarde ele estará com prostitutas em sua cama, ou vai transar com a “irmãzinha” e ficarão os dois num complexo de culpa sem fim, pois recairá sobre eles toda a ortodoxia protestante dogmática e fundamentalista pregada e inoculada em suas mentes durante anos. Estou exagerando?!

Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento”. Ec. 11:9.

Estou eu aqui aconselhando os casais de namorados a transar? Não coloquem palavras em minha boca! Sou defensor de uma teologia liberal e por isso não levo em consideração os preceitos de santidade das Escrituras? Vocês não me conhecem para afirmar isto. Então, o que estou querendo dizer, afinal? Duas coisas: discernirmos o tempo em que vivemos, com todas as suas idiossincrasias, e investirmos na formação de uma geração que tenha uma consciência compatível com o Espírito do Evangelho. O mais, queira me desculpar, é tapar o sol com a peneira, é tratar da conseqüência, e não da causa, é jogar o “lixo” para debaixo do tapete.
O texto de Eclesiastes nos dá uma dica do que podemos fazer! Ensinar os jovens! Podemos dizer-lhes “façam suas escolhas, tracem seus caminhos, sigam suas rotas, construam seus mapas, aproveitem a vida! Mas saibam: tudo na existência humana tem conseqüência, pois há um princípio bíblico que afirma que aquilo que o homem semear, isto também ceifará”. Fato é que Deus criou o sexo e o casamento com um propósito e, só imersos em Sua vontade, nos realizaremos em nossa sexualidade e conjugalidade.
Olha moçada, namorar com 10, 20, 30 pessoas diluirá sua alma, banalizará em seu coração o significado de relacionamento, tornará o sexo coisa trivial e não aquilo para o qual ele foi concebido. Você perderá todas as referências sobre lealdade, amizade, cumplicidade e, dificilmente, será capaz de construir uma família sadia, um casamento bem sucedido, uma relação para toda a vida, pois a frase “que seja eterno enquanto dure”, fica linda do ponto de vista da poesia, mas, existencialmente falando, é um desastre sem precedentes. 
Sei que este é um tema que ninguém quer tratar, ou escrever, pois é “nitroglicerina” pura! Almocei hoje com um amigo que me disse: “tu vais mexer nisso?”. Eis aí um de nossos problemas: evitar lidar com o que está diante de nossos olhos! A igreja, no que diz respeito a estas questões sexuais, e olha que eu estou só levantando a ponta do iceberg, prefere coar o mosquito e engolir o tiranossauro rex, é viver no “faz de conta”.
Se eu tenho a solução? Ora, isso é um problema que cada um deve lidar, pois cada um construirá na terra seu caminho com Deus e isso conforme sua própria consciência. Fico impressionado como crente gosta de fórmulas feitas para resolver suas questiúnculas. Agora, quanto a mim, perdoem-me a sinceridade, prefiro engolir o mosquito e, de preferência, com Coca-Cola.

(*) Carlos Moreira é culpado por tudo o que escreve. Está convencido de que a verdade e a consciência são os grandes investimentos que a igreja pode deixar de legado aos jovens de hoje. Ele escreve aqui no Genizah e na Nova Cristandade.

Eu vi isto no Genizah

Se você ler os comentários do texto, no blog do Genizah, vai ver que algumas pessoas parece que não entenderam a mensagem. Então, o autor do texto coloca lá mais um adendo ao texto, como comentário:

"Moçada amiga,

Você querem uma posição minha? Ora, minha posição é que cada um faça o seu caminho com Deus na terra. Vocês querem um "profeta" para vaticinar o que pensam, querem um pastor para "legalizar" o que é proibido? Não é este o objetivo do meu texto. Eu apenas levanto questões para serem pensadas pelas pessoas e pela igreja. Quem disse que eu tenho que colocar qual é a saída da questão? Ela existe? Está na bíblia? Ora, cada caso é um caso, e eu como pastor, diante de casos reais, tomo minha posição em consciência e fé. Você querem que eu construa a fórmula para tratar do tema que, há séculos é discutido no mundinho cristão e não se chega a conclusão alguma? Dou a cara para bater com o que está escrito. Quem quiser entender, que entenda. Quem achar que eu estou em cima do muro, procure aconselhamento pastoral, com questões concreta, e vai ver se eu fico no banho morno... Com respeito e reverência, Moreira".