segunda-feira, 20 de junho de 2011

Líder batista diz: "Fazemos homofobia"...

Líder batista afirma que a Igreja tem mentido sobre a verdadeira natureza da homossexualidade: “Fazemos homofobia”

O pastor Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul dos Estados Unidos e figura muito respeitada dentro e fora da denominação, disse no último dia 15 de junho, que os Batistas do Sul precisam se arrepender de uma “forma de homofobia” que mantém gays e lésbicas fora das suas igrejas. A declaração de Mohler foi dada quando respondia a uma pergunta de um conhecido blogueiro batista, Peter Lumpkins (vídeo abaixo), sobre se eram verdadeiros os comentários atribuídos a ele num artigo publicado em 24 de Março no Christian Science Monitor. Naquela ocasião, outro pastor batista, Jonathan Merrit, escreveu que Mohler teria dito o seguinte: “Nós temos mentido sobre a natureza da homossexualidade e temos praticado algo que somente pode ser descrito como uma forma de homofobia”, e “nós temos usado a linguagem da escolha quando está claro que a orientação sexual representa uma luta interna muito mais profunda e não meramente uma questão de escolha”.

Durante a recente Convenção anual dos Batistas do Sul (SBC – Southern Baptist Convention), o Pr. Mohler disse que “em nenhuma hipótese alguém de boa mente pode estar confundido sobre o que eu creio a respeito da homossexualidade”, porque ele já escreveu mais de 200 artigos sobre isso, mas “a realidade è que nós, como igrejas cristãs, não temos andado bem nessa questão”. Acrescentou que “os evangélicos, felizmente, têm falhado em seguir a trajetória liberal de mentir sobre a homossexualidade e sua pecaminosidade. Nós sabemos que a Bíblia claramente declara – não somente em versos isolados, mas na totalidade da sua apresentação e compreensão – o fato de que a homossexualidade não somente não representa o melhor de Deus para nós, como alguns tentam dizer, como também é pecado. Entretanto, nós como evangélicos temos uma história muito triste ao lidar com essa questão. Nós não temos falado a verdade, mas só a metade da verdade. Nós temos pregado a verdade bíblica, o que é importante, mas nós não a temos aplicado no sentido bíblico. Dizemos às pessoas que a homossexualidade é somente uma escolha quando é claro que é mais do que uma escolha. Isto não significa que seja menos pecaminoso, mas significa que não é algo que as pessoas possam simplesmente ligar e desligar. Nós não seremos pessoas do evangelho a não ser que entendamos que somente o evangelho do Senhor Jesus Cristo pode dar a uma pessoa homossexual qualquer esperança de ser liberta da homossexualidade”.

Mohler admitiu ainda que as igrejas não têm feito o seu trabalho, “já que existem aqueles que caíram na armadilha desse pecado e que estão sentadas entre nós”. Essas declarações deixaram o blogueiro Lumpkins “digerindo as informações”, já que o pastor Albert Mohler, por diversas vezes, se posicionou publicamente contra o casamento gay, a ordenação de pastores homossexuais e outros aspectos do que ele próprio chama de “normalizar o comportamento homossexual”, bem como chamou a iniciativa da Igreja Presbiteriana dos EUA em ordenar pastores homossexuais como “uma tragédia” e “um desastre teológico”. De qualquer maneira, a admissão pública de que existe um certo nível de homofobia dentro da igreja batista norteamericana, vinda de um líder dessa importância, deixou muita gente sem saber o que pensar.

Copiado de O Contorno da Sombra
Fonte original: Associated Baptist Press

Um comentário:

Pr. Josué Moura disse...

É muito importante o modo como as coisas que se fala são escritas. Por isso, tenho temor sempre que vou escrever em situações como esta. Mas, vamos lá. É verdade que são raras as iniciativas de evagelização de homossexuais. Tem sido mais fácil, e isto é compeensível, face da complexidade da questão, manter alguma indiferença religiosa para com os homossexuais. Em geral a entrada de um homossexual em nossos templos costuma provocar constrangimentos e não raro algum mal estar. Nosso entendimento é que a homossexualidade é pecado, e isto está declarado nas Escrituras. A questão é se acreditamos que há mesmo alguma esperança de salvação para tais pessoas. E neste sentido, acreditamos, mas temos sido bem omissos em abordar a questão sob um enfoque missiológico.
De resto, toda a sociedade tem posturas homofóbicas. A questão é: quais são as razões pelas quais essa ou aquela pessoa ou comunidade adota posturas homofóbicas.
De outro lado, o que me parece irracional é que os homossexuais ou suas agremiações que os representam aspirem uma posição social isenta de qualquer rejeição. Isto não tem sentido. Os protestantes e evangélicos foram, ao longo de sua presença no Brasil, vítimas de muito preconceito e discrimação. De certa forma isso faz parte da história das sociedades. As leis existem para regular essas relações.
Temos razão cultural, mas não legal para preconceito contra homossexuais. Ainda mais que nosso principal enfoque sobre tais pessoas deve ser antes de tudo missiológico, visto que homossexuais, como todos os outros pecadores, precisam da Graça do Pai na pessoa Maravilhosa de Jesus que pode operar o milagre de transformação da natureza pecaminosa na imagem do Filho de Deus.