quarta-feira, 19 de maio de 2010

Demissão de pastores nos EUA

Doação em queda faz igrejas dos EUA demitirem pastores

Quando Tim Ryan foi convidado para uma reunião urgente ano passado para discutir seu trabalho como pastor da juventude na Igreja Evangélica Livre West Shore, sentiu na hora que algo estava errado.
"É muito difícil. Não sei como fazer isso", disse o pastor executivo John Nesbitt, um dos líderes do rebanho de 2,5 mil pessoas da megaigreja em Mechanicsburg, no Estado da Pensilvânia.
A igreja, parte da denominação Igrejas Evangélicas Livres da América, tem crescido rapidamente, mas as doações tinham ficado bem abaixo das previsões devido aos efeitos da recessão nos fiéis. Por isso Ryan estava perdendo seu emprego, assim como estava outro pastor.
Embora a economia dos Estados Unidos pareça estar se recuperando da pior recessão em gerações, mais sacerdotes estão desempregados e as igrejas continuam lutando contra o declínio das doações. Em 2009, o governo contabilizou mais de 5 mil religiosos procurando empregos, ante 3 mil em 2007 e 2 mil em 2005. Os funcionários administrativos das igrejas também estão sentindo os efeitos da crise. Numa pesquisa em outubro, cerca de um em cada cinco membros da Associação Nacional de Administradores de Igrejas, que reúne várias denominações e tem mais de 3 mil associados, disseram que foram obrigados a demitir durante a recessão.
O índice oficial de desemprego do clero nos EUA está em 1,2%, bem menor que a média nacional, mas as demissões podem ser especialmente dolorosas para essas pessoas. As igrejas não contribuem com os fundos de seguro-desemprego, então os demitidos não podem receber os mesmos benefícios que os outros trabalhadores.
A West Shore manteve Ryan, de 42 anos, e o outro pastor na folha de pagamento por cinco meses enquanto procuravam outros empregos, mas muitas igrejas não oferecem pacotes de rescisão, dizem especialistas.
"As igrejas vacilam tanto na hora de demitir as pessoas que na hora em que precisam não têm os recursos para um bom pacote de indenização", diz Bob Clarke, que dirige um programa de assistência a pastores em dificuldades da Igreja Presbiteriana na América.
Duas coisas contribuíram para as demissões: o declínio de longo prazo na participação em várias denominações, combinado aos estresses de curto prazo da recessão.
Quase 30% dos fiéis disseram que reduziram o dízimo desde novembro de 2009, segundo uma pesquisa com 1.008 adultos realizada no fim de janeiro e início de fevereiro pela Barna Group, uma firma de Ventura, na Califórnia, que pesquisa tendências religiosas e presta consultoria a igrejas. Quase metade dos 3.000 integrantes da Associação Nacional de Administradores de Igrejas diz que teve de reduzir ou congelar salários e benefícios.
Algumas lideranças religiosas temem que as doações não voltarão ao nível de antes da recessão enquanto o desemprego continuar alto. Pesquisas com as igrejas descobriram que as doações desabaram a partir de novembro de 2008, quando o desemprego estava em 6,7%. Desde então, as contribuições caíram junto com a expansão do desemprego.
Algumas das mais prejudicadas pela recessão foram as megaigrejas, ou as que comportam 2 mil fiéis ou mais num culto. Ano passado, a Igreja Comunitária de Granger, no Estado de Indiana, com seus 6 mil membros, teve de demitir 8 empregados e cortar o horário de 15 outros.
A saída de um pastor pode ter um impacto especialmente emocional sobre uma congregação. Quando a West Shore anunciou quais pastores seriam demitidos, vários membros na audiência mostraram choque. "As pessoas sabiam que não andavam doando muito, mas não acho que entendiam que a situação chegaria a isso", disse Ryan.
Além de Ryan, a igreja demitiu o pastor que cuidava dos 60 fiéis com deficiências físicas. O pastor, que agora trabalha num asilo no Estado de Nova York, não respondeu a pedidos de entrevista.
Um ajudante de garçom de 44 anos que tem problemas cerebrais disse a várias pessoas que começou a chorar quando o pastor anunciou que estava indo embora. "Tive de sair da sala para tomar um ar fresco. Foi difícil para a gente", disse ele.
Até que ponto os pastores são suscetíveis a demissões depende em parte da igreja ou denominação em que trabalham. Os bispos católicos e metodistas unidos indicam seus pastores. Assim, quando uma paróquia se vê obrigada a eliminar um cargo, o bispo pode transferir o sacerdote para outra igreja que possa mantê-lo. Enquanto isso, escritórios de colocação de rabinos afirmam que o período médio que esses sacerdotes passam procurando emprego aumentou, mas poucos templos e sinagogas tiveram de demitir.
Mas pastores de outras denominações cristãs ficam praticamente sozinhos na hora de enfrentar o desemprego e a busca por um novo trabalho. No momento, a Igreja Presbiteriana na América, que tem 1,7 mil igrejas, tem cerca de cinco pastores procurando emprego para cada uma de suas 54 vagas, o dobro de antes da recessão, disse o administrador do grupo, John Robertson.
A forte concorrência não é o único obstáculo enfrentado pelos sacerdotes. Cada emprego tem uma lista extensa de qualificações que às vezes são até mais específicas que o habitual no setor privado. Os tribunais têm se negado a interferir na contratação de membros do clero por enxergarem na primeira emenda constitucional, que trata da liberdade religiosa, um impedimento. Assim, as proibições da constituição americana à discriminação com base em deficiências físicas, idade e sexo não se aplicam, diz Dianna Johnston, advogada da Comissão de Igualdade nas Oportunidades de Emprego, agência que fiscaliza as leis federais de combate à discriminação no trabalho.
Uma oferta de emprego na Flórida para um pastor, no site da Convenção Batista do Sul, por exemplo, exige que o interessado seja casado e tenha entre 30 e 49 anos. Outro anúncio para um cargo de meio período no Kansas alerta que o comitê não vai considerar os candidatos divorciados.
Ryan, que trabalhou na West Shore por um ano e meio mas nunca foi ordenado, resolveu não mudar a mulher e os quatro filhos e aceitou um emprego laico com reformas caseiras, oferecido por um integrante da congregação.
O novo trabalho? Carpintaria. A profissão de Jesus e de seu pai, José, segundo a Bíblia. "Entendo muito bem a ironia disso", disse Ryan.

Fonte: Valor Econômico, 18/05/2010 (versão impressa - online só para assinantes)

Atenção! Detectada doença mortal no meio evangélico

Por Márcio de Souza

Existe doença hoje mais ameaçadora que a gripe suína? Sim existe. O nome dela é neopentecostalismo. Estou convencido de que esse sistema é um mal sem precedentes na igreja evangélica. Você já percebeu quantas pessoas são adeptas do neopentecostalismo? Não? Basta então olhar para os templos de denominações como IURD, Igreja da Graça, Igreja Mundial do Poder de Deus, Deus é amor e ver como estão abarrotados de pessoas enganadas pelas falsas promessas e pela falsa doutrina dessas seitas.

Porque devo me abster do neopentecostalismo?

Primeiro porque ele prega um falso Jesus que não tem poder pra livrar o homem de maldições, visto que, as campanhas milagrosas que promovem são todas voltadas para retirar encostos, quebrar maldições e forçar Deus a nos dar coisas que nos deve, é nosso por direito.

Segundo, porque ele vai além da Bíblia. Ele baseia sua doutrina e prática em parte em experiências, visões, sonhos e revelações extrabíblicas.

Terceiro, as seitas neopentecostais montaram um sistema de extorsão do povo baseado em falsas promessas e curas forjadas. Uma verdadeira lavagem cerebral que faz o pobre entregar até seu último centavo em busca de redenção.

Quarto, promove a "incorporação" da liturgia afro-brasileira nas práticas cristãs. Alguns cultos neopentecostais são verdadeiros espetáculos de transe e meninice e lembram muito um terreiro de umbanda.

Quinto, age pela teologia do medo, dizendo que existem demônios territoriais e uma geopolítica infernal que controla a terra. Mantém seus fiéis presos a instituição por conta da idéia de que se saírem da cobertura espiritual do ministério serão consumidos pelo diabo.

O neopentecostalismo é uma doença, e o evangelho de Jesus é a cura! Precisamos ensinar e pregar a verdade nas nossas igrejas, instruir o povo de Deus sobre as verdades espirituais e sobre a realidade da vida.

Chega de regressões ao útero materno, liberação de perdão a Deus, Novas revelações dos 12, campanha dos 7 reais, sabonete de arruda, caminho do sal, travessia do rio Jordão e etc... O sacrifício já foi feito e o preço foi pago na cruz por Cristo, agora só nos resta agradecê-lo servindo-o e ao próximo.

Fiquem com Deus e digam não ao neopentecostalismo.


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Fonte: Márcio de Souza, no Púlpito Cristão

sábado, 15 de maio de 2010

Ouçam e comparem os discursos

É a mesma pessoa, ontem e hoje.
Silas Malafaia mudou seu discurso, principalmente em relação à Teologia da Prosperidade.
Tá duvidando? Ouça abaixo suas pregações, de ontem e de hoje


terça-feira, 11 de maio de 2010

Batistas perderam a identidade?

Batistas: Se há tantos modelos e padrões é porque não há identidade. 
 
Vigiai entrevista o pastor batista Sandro Pereira de São José dos Campos-SP
 
1) Recentemente o irmão escreveu o artigo "Batistas Brasileiros devem pedir perdão" e que teve grande impacto. Na sua análise onde se concentram os problemas dos batistas?

Creio que não tenho como pontuar com precisão as causas, as raízes e o centro do tornado que assola a igreja batista e outras denominações. A instituição não tem culpa, ela é excelente, o problema sempre será o homem, quando corrompido. A corrupção do coração do homem teve início com o pecado da vaidade, que foi o estopim de toda tragédia humana e que começou fora da terra. Não tenho motivos para duvidar que a vaidade encontrou um grande e confortável espaço no coração da liderança, pois para mim é sobre ela que se concentra a maior carga de responsabilidade, nossas igrejas são reflexos de seus líderes. Quando os líderes deixaram de ser pastores todos os problemas começaram. Os problemas não surgiram agora, mas apareceram agora. São reflexos da indiferença, da ganância, da busca por status, da busca pelo dinheiro, da busca pelo conforto, dos conchavos, da omissão, da Laodicéia do século vinte. Concertos são necessários, mas sem arrependimento será impossível. Poderíamos começar com quem ostenta o título de pastor, que seja de fato.


2) Certamente todas as denominações têm problemas, têm homens, têm suas imperfeições... O irmão colocou a política como um problema. O irmão é contra o envolvimento dos pastores com a política partidária?

Totalmente contra, que o Senhor me livre deste mal. Não seria membro de uma igreja em que meu pastor se dividisse entre o púlpito e o palanque político.
Tenho colegas que se enveredaram por este caminho, eles sabem de minha posição e que nunca terão meu voto. A plataforma de defesa que diz que a posição de um pastor como vereador, deputado, senador, etc, pode ser uma ferramenta em favor do povo de Deus é desonesta. Quem pensa assim deve pedir perdão a Deus. As atribuições legislativas, executivas são para irmãos preparados para tais. Há muitos irmãos competentes, instruídos, eficientes, criativos, que devem ser os representantes de uma política sadia e honesta. Lugar de pastor é na igreja, atrás do púlpito, na casa da ovelha, no hospital com a ovelha, chorando com a ovelha, rindo com a ovelha, ensinando a ovelha, doutrinando a ovelha, orando com ovelha, cuidando do rebanho.
“...Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vesti-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligaste, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor. Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e se tornaram pasto para todas as feras do campo, por não haver pastor, e que os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois apascentam as si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, - portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores e deles demandarei as minhas ovelhas; porei termo no seu pastoreio, e não se apascentarão mais a si mesmos; livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que já não lhes sirvam de pasto. Ez. 34.2-10

Este texto deveria provocar um choque no sistema nervoso de todo pastor. Quando não provoca, não é bom sinal.


3) O irmão vive na cidade onde se tornou um centro missionário e de novas experiências de evangelismo/administração, como a igreja com propósitos, com grande sucesso. Como o irmão vê o modelo de Rick Warren? Ele veio prá ficar?

Toda igreja deve ter propósitos, sem não tiver, não é igreja. O modelo em questão é um modelo sistemático de administração e crescimento, que para alguns funcionam para outros não, deu certo para alguns, para outros não. Existem muitos métodos, mas quem dá o crescimento é o Espírito Santo, se há méritos no modelo CP, nunca foi e nunca será do Rick. Mas bato na tecla que muito do crescimento que estamos vendo na verdade (em geral) não é crescimento, é uma avalanche de crentes trocando de igreja. Crescimento deve ser medido pela conversão, batismo e permanência de vidas no corpo da igreja. Quanto à permanência de modelos de igreja sinto que todos sofrem a mesma pressão, que é a da acomodação. Com o passar do tempo tudo vai se acomodando e o que era novo passa a ser trivial. O que era interessante por ser novo, diferente, chamativo, fica normal. Criam-se então mais novidades, programas, eventos, tudo para se manter diferente e que desperte interesse, a igreja passa ser uma empreendedora de entretenimento. O método fica refém de si mesmo, isso é perigoso. A igreja que permanece é a que fica cheia do poder do Espírito Santo.
Se tivesse que escolher, ficaria com o ensino do Pr D.L. Moody:
“Se quisermos o poder para reviver nossos amigos mortos em pecado, temos de olhar para Deus, não para homem. Se nos voltarmos só para os ministros, se nos voltarmos só para os discípulos de Cristo, para que façam essa obra, ficaremos decepcionados. Se olharmos para o Espírito de Deus e esperarmos que ele e somente ele nos conceda essa graça, então lhe daremos toda honra, e o Espírito fará sua obra”.


4) O investimento batista em missões não é alto, mas, é o maior entre as igrejas brasileiras. Mas, existem outros modelos com custos muito inferiores, como a OM em São José dos Campos, Kairós, entre outras missões. Os batistas deveriam rever o seu projeto de missões?

Sim, é preciso rever principalmente o modo de administrar os recursos. O Vale do Paraíba é um exemplo. Todos os eventos evangelísticos, missionários [que ainda são poucos], na maioria são exclusivos de igrejas. Quais as campanhas expressivas e de repercussão foram organizadas pelos Batistas Brasileiros no Vale nos últimos anos?
Isso sem falar nos problemas existentes; igrejas e congregações que não avançam, fracas, quase sem forças, correndo o risco de fechar; igrejas sem pastor; pastores deixando o campo; os seminaristas não estão mais a frente de congregações - não são sustentados pela denominação; missionários batistas circulando pelo vale a serviço da denominação, onde estão? De fato, muita coisa precisa ser revista pelos batistas brasileiros no campo missionário.


5) Os batistas sempre foram considerados grandes estudiosos bíblicos, mas, isto está mudando entre os mais jovens. O que está acontecendo?

Respondo com uma pergunta: Quais os exemplos e incentivos que eles recebem?


6) Os batistas mais fundamentalistas sempre criticaram os batistas tradicionais, mas, o crescimento deles sempre foi pequeno e com muitas igrejas fundamentalistas com um pequeno número de fiéis, com raras exceções. Os batistas tradicionais estão abandonando mesmo os princípios batistas em nome da modernidade?

Já vivemos a pós-modernidade! Segundo a definição do filósofo francês Lyotard, a pós-modernidade é a situação em que as grandes narrativas [sistemas filosóficos dos quais a consciência e a ação do homem tomam base] deixam de ter credibilidade que tinham. Aplicando isso a nosso contexto, muito do que era bom, saudável, alicerce, convicção, hoje é tachado como ultrapassado. Está em moda o relativismo, o liberalismo. Ainda que não digam abertamente, para vários, a bíblia passou a ser um livro de história em quadrinhos, cheia de personagens imaginários, míticos, alegóricos.
Não acho interessante o fundamentalismo exagerado, mas não compactuo com a teologia liberal. Estratégias são negociáveis, princípios nunca.


7) A ruptura dos batistas renovados com os batistas tradicionais causou um grande problema denominacional, mas, hoje existe uma proximidade com os renovados. Entretanto, hoje dezenas de igrejas tradicionais se renovaram e até com modelos fora dos padrões, como o G.12, e vivem no cobertor denominacional. Isto atrapalha a identidade batista?

Pois é, qual é identidade batista brasileira em 2010?
Se a denominação deseja manter um padrão, um histórico é preciso se posicionar.
Se a denominação aceita e quer conviver com tudo e com todos também precisa se posicionar, tem que sair do muro. A defesa de que o método de igreja é prerrogativa da cada igreja local e que a democracia batista é intocável serve como uma janela de fuga para uma liderança que não quer se comprometer, que fica em cima do muro, que joga o jogo do politicamente correto. Se há tantos modelos e padrões é porque não há identidade. Já houve .


8) A Escola Bíblica Dominical batista sofreu muito com a extinção da JUERP, apesar da tentativa de se manter o conteúdo através da manutenção da produção das revistas, acabou que muitas igrejas mesmo mantendo o modelo tradicional, mudaram de fornecedor e a doutrina; dia a dia se perde um pouco de essência em muitas igrejas. O que fazer para combater isto?

A Juerp não sobreviveu porque não se modernizou. Um material que foi referencia durante muito tempo foi se enfraquecendo aos poucos. As últimas lições que tive a oportunidade de fazer uso eram carregadas, sem graça e de difícil compreensão por parte do aluno comum de igreja. Foi levada ao óbito por administrações desastrosas. Ainda há boas literaturas, mas o cuidado precisa ser maior na hora da aquisição.
Seria bom se pudéssemos voltar a ter um bom material batista à disposição das igrejas. Uma nova editora, bons escritores, boas lições, seria um ponto a favor da denominação. Talvez para o futuro isso volte a ser uma realidade, hoje é impossível. O que tenho feito em minha igreja é produzir o meu próprio material, também uso material de outras editoras, mas com critérios e para idades específicas.



9) A música sacra no meio batista sempre foi um ponto alto de convergência e de adoração. Hoje, 9 entre 10 igrejas se "alogonizaram" com os seus chamados Grupos de Louvor, onde em geral existe mais show do que adoração. Como ser atual sem perder a essência?

Certa vez em sala de aula no seminário, um professor de aconselhamento pastoral disse à sala que apontaria erros teológicos em todas as músicas que são cantadas na igreja em nossos dias. Há então falta de bíblia nos louvores, onde falta bíblia falta tudo.
Grande parte das músicas de hoje são ruins mesmo, aliás, nem sei se posso chamar de musicas. O que falar dos shows, tem de tudo, menos adoração. A palavra de Jesus para a samaritana ecoa em todo mundo, “o Pai procura por verdadeiros adoradores”. Muito barulho, aquelas mesmices nas ministrações, o apelo emocional. Dá pra ficar enjoado. Podemos ser atuais sem perder a qualidade e a espiritualidade. As musicas precisam melhorar, as letras precisam melhorar, os músicos e cantores precisam se consagrar, sem modismos e para quem ministra adoração na igreja, viver o que canta é fundamental.

10) Evangelismo pessoal, folhetos, estudo teológico, mídia gospel, internet, Associações... São tantos os assuntos. Vamos ter que fazer uma nova entrevista. Dê as suas considerações finais.

Já disse em outra oportunidade que me considero um pastor novo, 41, mas não gosto do que vejo em minha geração. Estão confundindo por demais a contextualização da igreja, usam pretextos para justiçar contextos que não estão nos textos. Podemos ser perfeitamente contemporâneos, sem perder qualidade. Se continuarmos como estamos sem sequer protestar, sem confrontar, sem se manifestar, sem fazer apologética, que tipo de igreja que meus netos irão freqüentar no futuro? Creio e vou lutando por uma igreja saudável.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Excelente artigo sobre ministério e política

Pastores que trocam o
ministério por cargos políticos



Por Renato Vargens

Bastam as eleições se aproximarem, que se torna absolutamente comum aparecer nos arraiais evangélicos, pastores afirmando que receberam um chamado especial da parte de Deus para se candidatar a algum cargo publico. Entretanto, a história recente do Brasil nos mostra que a chegada de políticos evangélicos a cargos públicos não tem feito diferença na ética política do país, isto porque, o universo político evangélico não constitui, uma referência ética à sociedade brasileira. Basta ver que, nos últimos anos, o envolvimento da maioria dos evangélicos com a política produziu mais males do que benefícios.

Lembro que certa feita enquanto oficializava uma cerimônia fúnebre, um destes “pseudos-politicos-cristãos”, solicitou-me uma pequena oportunidade para que publicamente pudesse demonstrar sua solidariedade à família enlutada, além obviamente de falar de sua candidatura à Câmara Municipal da Cidade. Fato que obviamente não permiti.

Em época de eleição é comum receber a solicitação de inúmeros pastores, os quais em nome de “Deus”, advogam a crença de que o Todo-Poderoso os convocou a uma missão hercúlea, a qual somente eles conseguirão viabilizar. Tais cidadãos fazem uso de chavões e de frases prontas do tipo: "Somos cabeça e não cauda", “ A política brasileira precisa de homens de Deus”, e etc.

Ora, não acredito em messianismos utópicos, nem tampouco em pastores especiais, que trocaram o santo privilégio de ser pregador do evangelho eterno por um cargo público qualquer. Não estou com isso afirmando de que o crente em Jesus não pode jamais concorrer a um cargo público. Tenho convicção de que existem pessoas vocacionadas ao serviço público, as quais devem se dedicar com todo esmero a esta missão. No entanto, acredito que o fator preponderante a candidatura a um cargo qualquer, deve ser motivada pelo desejo de servir o povo e a nação, jamais fazendo do nome de Deus catapulta para sua projeção pessoal. Agora, se mesmo assim o pastor desejar candidatar-se, que deixe o pastorado, que não misture o santo ministério com o serviço público, que não barganhe a fé, nem tampouco confunda as ovelhas de Cristo com o gado marcado para o abate. Que não comercialize aqueles que o Senhor os confiou, nem tampouco se locuplete do nome de Deus a fim de atingir seus planos e objetivos.

Encerro este artigo lembrando do pastor Billy Graham que ao receber o convite para concorrer à presidência da República dos Estados Unidos da América, recusou dizendo: “Por acaso eu trocaria o Santo Ministério da Palavra de Deus por um cargo tão insignificante?”

Pois é, cara pálida. Ouso afirmar que infelizmente alguns dos nossos pastores ao contrário do Dr. Billy Grahan aceitariam o convite na hora.
***
Renato Vargens é escritor, pastor e articulista de vários sites, entre eles o Púlpito Cristao

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Saiu na revista Época...

Fonte: Revista Época
Metade do Brasil será evangélica?
 
Estudiosos afirmam que o crescimento da religião pode dar uma nova cara ao país
 
Por Nelito Fernandes
Marcos Antonio
ADAPTAÇÃO
Bispo evangélico celebra culto em Belo Horizonte. No Brasil, os evangélicos tornaram-se mais flexíveis para ganhar fiéis

O que vai mudar na sociedade brasileira se houver mais evangélicos
EDUCAÇÃO
Para ter acesso à Bíblia, a escolaridade será mais valorizada
FAMÍLIA
Como a família é prioridade, o número de lares desfeitos poderá diminuir
ÁLCOOL E DROGAS
Evangélicos não bebem nem se drogam. O consumo cairá
VIOLÊNCIA
É incerto se um Brasil mais evangélico será menos violento
Revista Época
O Serviço de Evangelização para a América Latina, organização protestante de estudos teológicos conhecida pela sigla Sepal, fez, recentemente, uma estimativa surpreendente: de que a metade dos brasileiros será evangélica em 2020. A projeção baseia-se na premissa de que a taxa de crescimento dessa religião na próxima década continue a mesma dos últimos 40 anos. Em 1960, os evangélicos eram apenas 4% da população. Hoje, na falta de estatísticas recentes, estima-se que sejam quase 24%. Agora os estudiosos do Sepal preveem que em 12 anos essa proporção poderá dobrar. Seria um salto enorme.
A partir do crescimento numérico, outro fenômeno parece se delinear no horizonte: o aumento da influência desses fiéis em todas as esferas da vida brasileira. Para teólogos e antropólogos ouvidos por ÉPOCA, os evangélicos não vão apenas mudar a sociedade brasileira. Eles mudarão com ela. A antropóloga Christina Vital, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), diz que a igreja evangélica caminha para uma flexibilização. “Enquanto a Igreja Católica vai dizendo ‘não pode camisinha’, a igreja evangélica vai se adaptando à sociedade. Essa flexibilidade é justamente o fator de crescimento deles”, afirma. Os evangélicos adotaram regras menos rígidas e passaram a buscar a religião não só como forma de subir aos céus, mas também de alcançar a prosperidade. “O movimento adapta-se aos costumes, o que deverá continuar nos próximos anos. Hoje já temos igrejas evangélicas que aceitam gays”, diz Christina.
A transformação evangélica inclui o aparecimento de um fiel diferente do crente com a Bíblia embaixo do braço. “Já começam a surgir os evangélicos não praticantes. Isso acontece com toda religião que cresce muito”, diz o antropólogo Ari Pedro Oro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especializado em religião. Esses não praticantes podem fazer diminuir a média de R$ 32 mensais pagos de dízimo às igrejas evangélicas, o que fará com que o poderio financeiro do grupo não cresça mais em ritmo frenético.
Uma população maior de evangélicos não significa, ainda, que nos próximos dez anos eles elegerão um presidente da República, pretensão frequentemente atribuída ao grupo. Apesar de o líder da Igreja Universal, bispo Macedo, ter escrito em seu livro Plano de poder que “a potencialidade numérica dos evangélicos pode decidir qualquer pleito eletivo”, hoje isso não acontece. Embora sejam 23,8% da população, os evangélicos têm apenas 7,2% da Câmara Federal. Dos 81 senadores, dois apenas são da Frente Evangélica.
Para Oro, o Brasil de 2020 não será uma espécie de Estados Unidos atual, onde a moral conservadora é parte essencial da crença e do culto. “A religião foi abrasileirada. Não tem um foco tão grande no moralismo”, afirma. Os estudiosos do protestantismo dão como certo que o aumento da população evangélica levará à diminuição no consumo de álcool (todas as denominações protestantes pregam contra ele) e preveem que a escolaridade aumente, já que crianças protestantes são incentivadas a ler a Bíblia. A violência, porém, deverá prosseguir. Nas favelas do Rio de Janeiro, pastores e traficantes convivem lado a lado. Os delinquentes respeitam os líderes evangélicos e atendem apelos eventuais. Mas o tráfico continua. E mata.







segunda-feira, 3 de maio de 2010

Jornal da Sibapa

Uma boa iniciativa.

Campanha em Defesa da Família

Slides da PIB em Araguaína
Campanha em Defesa da Família