segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vergonhoso!!

E ainda oram!!
Esta dissociação da moral espiritual da moral política foi tema de um seminário neste recente final de semana na PIB de Palmas. Que Deus tenha misericórdia destes pecadores e também de alguns de nós, que acabamos por colocá-los lá, a despeito de uma conquista territorial neste mundo! Ainda acredito que uma ética social verdadeiramente cristã é possível!

Eis a notícia, pinçada do site G1

Imagens do suposto esquema de mesada a deputados têm até oração

Deputados distritais se abraçam e rezam em um dos encontros.
Vídeo faz parte das provas reunidas por ex-secretário do governo.

Depois das cenas em que o atual presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM), guarda dinheiro nas próprias meias, feitas em 2006 (veja imagens no infográfico abaixo), o acervo de vídeos que mostram os bastidores do suposto esquema de pagamento de mesada para a base aliada do governo do Distrito Federal revela deputados rezando em um dos encontros com Durval Barbosa, autor dos vídeos.


O ex-policial, que era secretário de Relações Institucionais do governo de José Roberto Arruda (DEM), aceitou cooperar com a Polícia Federal em troca dos benefícios da delação premiada. No vídeo, o deputado Rubens César Brunelli (PSC), de camisa roxa, o atual presidente da Câmara, de camisa branca, e Barbosa se abraçam e realizam uma longa oração.

“Pai, eu quero te agradecer por estarmos aqui. Sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos”


Os deputados e o ex-secretário comemoram, batem palmas e começam a rezar: “Pai, eu quero te agradecer por estarmos aqui. Sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos”, diz o deputado Brunelli, que faz a oração. “Precisamos dessa tua cobertura, dessa tua graça, da tua sabedoria, de pessoas que tenham, senhor, armas para nos ajudar nessa guerra e, acima de tudo, todas as armas podem ser falhas, todos os planejamentos podem falhar, mas o senhor nunca falha”, complementa.

Vídeo:





A operação "Caixa de Pandora", da Polícia Federal, deflagrou uma profunda crise no Governo do Distrito Federal. Vídeos mostram o próprio governador Arruda recebendo um maço de dinheiro, quando ainda era candidato. De acordo com a denúncia de Barbosa, depois que o dinheiro era arrecadado com empresários, ele era distribuído para os integrantes do esquema.

Segundo o inquérito, recebiam o governador Arruda, o vice Paulo Octávio, secretários de governo, assessores e deputados da base aliada. Parte do dinheiro era entregue pelo próprio Barbosa, que filmou alguns desses encontros.

Neste domingo (29), o governador e o vice emitiram nota em que se dizem “perplexos” com as denúncias contra o governo, que classificaram como um “ato de torpe vilania”. Nesta segunda-feira (30), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu submeter o pedido de impeachment do governador do Distrito Federal à votação em seu conselho. O presidente nacional da entidade, Cezar Britto, e a presidente da seccional no DF, Estefânia Viveiros, defendem abertamente a apresentação do pedido de impeachment.


Acesse a matéria completa, inclusive com infográfico em G1.


sábado, 28 de novembro de 2009

Um bom artigo de Percival de Souza

Evangélicos mais para Código Penal do que para Bíblia...

Por Percival de Souza

Choque ético

“Até quando nós, cristãos, vamos permitir que posturas materialistas se sobreponham à autenticidade da Palavra? Que certos grupos e pessoas se aproximem mais do Código Penal do que da Bíblia?”

Não podemos mais fazer de conta de que isso não é conosco. Precisamos recolocar algumas coisas essenciais nos devidos lugares – desvios éticos, morais e doutrinários nos deixam envergonhados, não do Evangelho, que jamais nos envergonhará, mas da postura lamentável de certas pessoas e grupos que se apresentam como se fossem “evangélicos” e causam profundas decepções e amarguras. Ou seja: se tais grupos e pessoas pretendem se apresentar como modelos de sal e luz para um mundo que precisa ser salgado e iluminado, seus atos e comportamentos precisam ser compatíveis com o cristianismo e a fé dele decorrentes.

Sensível, o poeta Mário Quintana disse bem: “Todos esses que aí estão/Atravessando meu caminho/Eles passarão.../Eu passarinho!” Se podemos ser pássaros, não queremos e não devemos nos deixar aprisionar em gaiolas de falsos companheirismos, falsas interpretações, falsos conceitos, falsas doutrinas. Mercenários construtores de gaiolas pretendem ludibriar; falam menos de Deus e mais do diabo, e ousam pregar que ser bem-aventurado é possuir e acumular bens que traças corroem. Pior: fazem um proselitismo personalista, pelo qual se apresentam como passaportes humanos para obter conquistas. Em outras palavras, em primeiro lugar eles (que chegam a ser venerados por incautos), e depois o Senhor. Pior: hereticamente, dão “ordens” para Deus, “mandando” que o Senhor faça isso ou aquilo em horários e endereços pré-determinados.

A Deus nada se impõe ou se exige. Para Deus, apenas pedimos. Suplicamos; endereçamos preces. Sem cair no equívoco dos zebedeus, pretendendo que, na glória, Jesus os colocasse à esquerda e à direita. Resposta do Senhor: “Não sabeis o que pedis”. A fragilidade teológica de certos grupos e pessoas passa longe do que Paulo ensinou em I Coríntios 3.2, mostrando pedagogicamente a diferença entre nutrição espiritual para crianças e adultos, o leite e o alimento sólido.

Até quando nós, cristãos, vamos permitir que posturas materialistas se sobreponham à autenticidade da Palavra, sem a previsível – biblicamente falando – admoestação? Que certos grupos e pessoas se aproximem mais do Código Penal do que da Bíblia? Que preconceitos morais sejam impostos como receita de viver? Que desvios éticos e morais sejam acobertados e que a revelação da verdade seja escamoteada? Até quando vamos permitir desmandos, engodos, embustes, mentiras, estelionatos?

Há várias receitas bíblicas para prosseguirmos firmes no caminho. Uma delas é dada por Bartimeu. Veja-a em Marcos 10.46-52: ele era cego e mendigo. Vivia esmolando à beira da estrada para Jericó. Quando percebeu que Jesus passava, pediu por misericórdia. Foi atendido e voltou a ver. Imediatamente, passou a seguir Jesus. Vamos aprender com o professor Bartimeu. Professor da vida e de rumos certos!

QUem é Percival de Souza: escritor, jornalista e membro do Conselho Diretor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista

Fonte: Eclésia

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CONVITE ESPECIAL: 20 ANOS DE PASTOR

Convite do meu amigo pastor Clemir, em gratidão pelos 20 anos de ordenação pastoral.



CONVITE ESPECIAL
Culto de gratidão a Deus pelos 20 anos de ordenação pastoral de
Clemir Fernandes Silva
Data e horário:
 Próximo domingo, dia 29 de novembro de 2009, às 19:30h
Local: Primeira Igreja Batista do Rio Comprido
Rua Cândido de Oliveira, 290, Lote 5 – Rio Comprido, Rio de Janeiro.


25 de novembro de 1989, sábado, 15 horas. Na sala 301 do Edifício Crabtree, do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, foi formado o concílio que procedeu o exame visando minha ordenação pastoral. A sala estava repleta de pastores, colegas de turma e do Seminário, tanto homens como mulheres, embora não tivéssemos ainda pastoras ordenadas...

Presidiu o concílio o pastor Elias Werneck, então pastor da Igreja Batista XV de Novembro, no Rio, (onde eu fiz estágio no último ano do seminário), a pedido de minha igreja de origem, onde era membro, a PIB em Araguaína (Goiás, hoje, Tocantins).

O examinador geral – para surpresa minha, boa surpresa – foi o pastor Landon Booth Jones, doutor em Antigo Testamento, membro da Igreja Batista Bom Retiro, no Rio e nosso professor no STBSB.

Aprovado pelo concílio, foi marcada a ordenação para a quarta-feira seguinte, dia 29/11/89, no templo da Igreja Batista XV de Novembro. O culto aconteceu e foi uma celebração memorável, onde pregou o Pr. Silvino Carlos Figueira Netto, também nosso professor no STBSB e doutor em Educação Religiosa. Cantou o Coro Jovem da referida igreja, com apoio de colegas da turma e amigos do Coro do Seminário.

Os pastores presentes no exame e/ou no culto de ordenação, além dos já mencionados, foram: Walmir Vieira, Júlio César Miguel Rangel, Jacy Mattos Tostes, Herodiel Mendes Bastos, João Correia da Rocha Neto, Geraldo Rodrigues Pereira, Agostinho Gonçalves Ribeiro, Vilmar Nóbrega do Nascimento, José Mauro Rodrigues, Jair Braz, Elias de Oliveira Nogueira, João Francisco Silveira, Marcos Edgard Coutinho Coure e Denivan Silveira de Oliveira.

Bem, hoje completa 20 anos do exame e no próximo domingo, 29 de novembro de 2009, dia em que completa exatamente 20 anos da cerimônia de ordenação, a Primeira Igreja Batista do Rio Comprido realiza culto a Deus, agradecendo por estas duas décadas de minha ordenação pastoral, para o qual você é carinhosamente convidado.

Desejo muito recebê-lo em nossa comunidade para esta celebração, em que pregará o Pr. Elias Werneck, atual pastor da PIB de Jacarepaguá.

Louvado seja o Senhor por este período, pela família que ele me deu, pelas igrejas onde tenho atuado, por tantos amigos, colegas, alunos, "ovelhas" e companheiros de tantos e diferentes momentos/espaços destas duas décadas de atuação ministerial no contexto do Reino de Deus. Ao Senhor toda glória!

Abraço fraterno,

Clemir Fernandes
Rio, 25/11/09

Lições importantes

CINCO LIÇÕES SOBRE COMO TRATAR AS PESSOAS

1 - Primeira lição importante - A senhora da limpeza
Durante o meu segundo ano no ensino superior, o nosso professor deu-nos um teste.
Eu era um aluno consciente e respondi rapidamente a todas as questões até ler a última:
"Qual é o nome da mulher que faz a limpeza na escola?"
Isto só podia ser uma brincadeira. Eu tinha visto a mulher da limpeza inúmeras vezes.
Ela era alta, cabelo escuro, à volta dos 50 anos, mas como poderia eu saber o nome dela?
Eu entreguei o meu teste, deixando em branco a última questão. Mesmo antes da aula terminar, um dos estudantes perguntou se a última questão contava para nota.
"Claro", respondeu o professor. "Nas vossas carreiras irão encontrar muitas pessoas. Todas são significativas. Elas merecem a vossa atenção e cuidado, mesmo que tudo o que vocês façam seja sorrir e dizer 'olá'".
Nunca esquecerei aquela lição. Também aprendi que o nome da senhora era Dorothy.

2 - Segunda lição importante - Boleia na chuva (Boleia é carona!)
Uma noite, pelas 11:30 da noite, uma mulher de origem Africana, estava apeada numa autoestrada do Alabama, a tentar aguentar uma valente chuva torrencial. O carro dela tinha avariado e ela precisava desesperadamente de uma boleia.
Completamente encharcada, ela decidiu fazer stop ao carro que se aproximava. Um jovem, branco, decidiu ajudá-la, apesar de isto ser uma attitude de bravado naqueles dias de racismo (década de 60). O homem levou-a até um lugar seguro, ajudou-a a resolver a sua situação e arranjou-lhe um taxi.
Ela parecia estar com muita pressa, mas mesmo assim tomou nota da morada do jovem e agradeceu-lhe.
Uma semana mais tarde batiam à porta do jovem. Para sua surpresa, uma televisão de ecrãn panorâmico era-lhe entregue à porta. Um cartão de agradecimento acompanhava a televisão. Dizia:
"Muito obrigado por me ajudar na autoestrada na outra noite. A chuva não só encharcou a minha roupa, como o meu espírito. Foi então que você apareceu. Por causa de si consegui chegar ao meu marido antes de ele falecer. Que Deus o abençoe  por me ter ajudado e ter servido outros de maneira tão altruísta.
Com sinceridade, Mrs. Nat King Cole."

3 - Terceira lição importante - Lembra-te sempre daqueles que servem
Nos dias em que um gelado (sorvete) custava muito menos do que hoje, um rapazinho de 10 anos entrou no café de um hotel e sentou-se a uma mesa. Uma empregada de mesa trouxe-lhe um copo de água.
"Quanto custa um gelado de taça?" perguntou o rapazinho.
"Cinquenta cêntimos," respondeu a empregada.
O rapazinho tirou do bolso uma mão cheia de moedas e contou-as.
"Bem, quanto custa um gelado simples?" perguntou ele.
A esta altura já mais pessoas estavam à espera de uma mesa e a empregada começava a ficar impaciente.
"Trinta e cinco cêntimos," respondeu ela com brusquidão.
O rapazinho contou novamente as suas moedas.
"Vou querer o gelado simples." Respondeu ele.
A empregada trouxe o gelado, colocou a conta em cima da mesa, recebeu o dinheiro do rapazinho e afastou-se.
O rapazinho terminou o seu gelado e foi-se embora.
Quando a empregada foi levantar a mesa começou a chorar. Sobre a mesa, colocado delicadamente ao lado da conta, estavam 3 moedas de cinco cêntimos...
Não sei se está a ver, ele não podia comer o gelado cremoso porque queria ter dinheiro suficiente para deixar uma gorjeta à empregada.

4 - Quarta lição importante - O obstáculo no nosso caminho
Em tempos antigos, um rei mandou colocar um enorme pedregulho num caminho. Depois escondeu-se e ficou a ver se alguém retirava a enorme pedra. Alguns dos comerciantes mais ricos do Rei passaram e simplesmente se afastaram da pedra, contornando-a. Alguns culpavam em alta voz o Rei por não manter os caminhos limpos. Mas nenhum fez nada para afastar a pedra do caminho.
Apareceu então um camponês, carregando um molho de vegetais. Ao aproximar-se do pedregulho, o camponês colocou o seu fardo no solo e tentou deslocar a pedra para a berma do caminho. Depois de muito empurrar, finalmente conseguiu. O camponês voltou a colocar os vegetais ás costas e só depois reparou num porta-moedas no sitio onde antes estivera a enorme pedra.
O porta-moedas continha muitas moedas de ouro e uma nota a explicar que o ouro era para aquele que retirasse a pedra do caminho. O camponês aprendeu aquilo que muitos de nós nunca compreendem!
Cada obstáculo apresenta uma oportunidade para melhorar a nossa situação.

5 - Quinta lição importante - Dar quando conta
Muitos anos atrás, quando eu trabalhava como voluntário num hospital, conheci uma pequena menina chamada Liz, que sofria de uma doença rara e muito grave. A sua única hipótese de salvamento parecia ser uma transfusão de sangue do irmão mais novo, de cinco anos, que já tinha tido o mesmo problema e sobrevivido milagrosamente, desenvolvendo anticorpos necessários para a combater. O médico explicou-lhe a situação da irmã e peguntou-lhe se ele estaria disponível para dar o seu sangue à sua irmã.
Eu vi-o a hesitar por uns instantes, antes de respirar fundo e dizer "sim, eu faço-o se isso a salvar."
À medida que a transfusão ía correndo, ele mantinha-se deitado ao lado da sua irmã, sorrindo. Todos nós sorríamos, vendo a cor a regressar à face da menina. Foi então que o menino começou a ficar pálido e o seu sorriso a desaparecer.
Ele olhou para o médico e perguntou-lhe, com a voz a tremer, "Será que eu começo a morrer já?".
Sendo muito jovem, o menino não compreendeu o médico; ele pensou que teria que dar todo o seu sangué à irmã para a poder salvar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Galinheiro gospel



Para quem não conseguir visualizar o vídeo aqui no blog, vai abaixo o link direto
http://www.youtube.com/watch?v=AilMJlk78sA&feature=player_embedded

Lembrem-se de Mateus 18: 6,7

Enquete sobre a lei sobre o preconceito contra homossexuais

Enquete

Enquete





SEPOP - Secretaria de Pesquisas e Opinião Pública


Este era o resultado hoje cedo, por volta das 9h45



Enquete sobre a lei contra preconceito aos homossexuais

Enquete

Enquete





SEPOP - Secretaria de Pesquisas e Opinião Pública


Este era o resultado hoje cedo, por volta das 9h45



Adoradores, sim, mas incrédulos

Assim diz o SENHOR: Apresenta-te no pátio da casa do SENHOR e diz aos habitantes das cidades que vêm adorar na casa do SENHOR, todas as palavras que te mando que lhes fales; não omitas uma só palavra. Pode ser que ouçam e se convertam do seu mau caminho, para que desista do mal que planejo fazer-lhes por causa da maldade de suas ações” – Jeremias 26.2-3 (Almeida Século 21).

Palavra dura, mas bem clara: eram adoradores, mas incrédulos. Quem vê a dimensão que o termo “adorador” tomou no cenário evangélico, pensa que io que de mais importante podemos fazer é cantar corinhos ingênuos, com cara de quem sofre crise de cálculo renal, isto é, fazendo ar de quem sente dor, franzindo testa, levantando mãos, revirando olhos. Isto é o cúmulo do status da espiritualidade evangélica: cantar letras fraquinhas em músicas capengas, com instrumentos banais, fazendo ar compungido.

Os contemporâneos de Jeremias iam ao templo para adorar, mas eram incrédulos. Jogo de cena, voz tremelicada, gestual, nada disso é relevante, mas sim se a pessoa é convertida. Os adoradores do tempo de Jeremias não eram.

Alguns me dirão que não devo duvidar da conversão de ninguém nem julgar ninguém. Devo e posso. Jesus autoriza: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). Tanta gente dá bordoada em pastores, por que não posso duvidar de adoradores que não mostram na vida o que cantam? Por que sou obrigado a concordar com a idéia, falsa por sinal, de que cantar é sinal de espiritualidade? Desde quando ser adorador (cantar no culto) é sinal de conversão? O sinal de conversão são os frutos de uma vida regenerada. Estou cansado de pregar em igrejas onde os menestréis adoradores não levam Bíblia e saem do templo na hora da pregação. Estou cansado de ver tanta adoração na igreja evangélica brasileira e não ver vida séria.

Estou chocado com a falta de espiritualidade dos evangélicos, apesar do excesso de adoradores. Eis um trecho do livro que estou preparando sobre o fruto do Espírito e onde cito o jornal inglês The Guardian: Veja-se esta notícia, profundamente chocante, que veio na coluna do jornalista Cláudio Humberto, que é publicada em vários jornais brasileiros e na Internet, e que extrai do “Jornal de Brasília”: “CONTAGEM MACABRA – Criticando a crescente violência no Rio, o jornal inglês The Guardian acredita que ‘milhares vão morrer antes dos Jogos Olímpicos de 2016’. E fala de um novo tipo de bandidos: os traficantes evangélicos”. Aonde chegamos! Traficantes evangélicos? Como pode acontecer isto? Onde está aquele povo que tinha tanta preocupação com a conduta que excluía das igrejas quem fumasse um simples cigarro ou bebesse um copo de cerveja? Como chegamos a ter traficantes em nossas igrejas? Que evangelho está sendo pregado e que atraiu estas pessoas? Como alguém pode ter fé em Cristo (um evangélico, antigamente, era quem cria e seguia a Jesus) e ser traficante, arruinando vidas, vendendo morte, destruindo lares? Onde está o fruto do Espírito na vida desses evangélicos?

Adorar faz bem a quem adora. A pessoa se libera, solta energias, faz gestos, faz cara de sofredor, manifesta status (generalizou-se a idéia de que ser adorador é ser espiritual), mas o importante é retidão. Não é concebível haver evangélicos que sejam traficantes! Há tempos que pipocam notícias, esparsas e logo abafadas, de conivência de igrejas evangélicas com traficantes. Estes traficantes evangélicos devem adorar, mas não são convertidos.

Precisamos de crentes convertidos. De servos rendidos a Cristo. De gente regenerada pelo Espírito. Pode se ser adorador sem ser convertido. Mas não se pode ser convertido sem ter frutos dignos de arrependimento (Mt 3.8). Que tal menos alarido e mais frutos de convertidos?

Autor: Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Fonte: Site do pastor Isaltino
Recomendo: Blog Batistas Tradicionais

Comentário meu: Concordo em gênero, número e grau com o pastor Isaltino. Este homem de Deus traz palavra certeira, sensata e sempre muito bíblica sobre essa realidade pseudo-cristã que está se colocando atualmente no Brasil como a última bolacha do pacote. Reproduza este artigo, se possível, para o máximo de pessoas que puder. (Samuel Lima)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Fórum Fé em Prática

Com o nosso querido amigo Clemir Fernandes, tocantinense da gema.


Já foi leitura recomendável para crianças.

Turma na Mônica

apresenta personagem

(supostamente)

gay ou bissexual.



Caio, que é apresentado como melhor amigo de Tina na história de capa, assume ser "comprometido", indicando outro rapaz, o que causa estranhamento para os outros personagens. Ele não traz características estereotipadas dos homossexuais.

A assessoria de Maurício de Sousa considera que é a primeira vez que o assunto é abordado nas histórias, cumprindo promessa do autor de discutir questões ligadas ao universo adolescente, "de forma tranqüila e sem levantar bandeiras".

Tina, que agora é estudante de jornalismo, a personagem que foi criada nos anos de 1960, inicialmente com um visual hippie, e traços bem diferentes dos atuais, faz um discurso contra preconceito em geral.

O assessor da editora levanta a possibilidade de que ele seja bissexual, no entanto, ele também assegura que a história e o personagem terão a devida continuidade e encaminhamento.

Fonte: Terra

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Matheus Nachtergaele interpretará um pastor corrupto

Ator fala sobre o novo pastor corrupto que interpretará na TV Globo

Matheus Nachtergaele conversou com a imprensa na última terça-feira (3), no restaurante Baixo
Santa do Alto Glória, no Rio de Janeiro, sobre a segunda temporada da minissérie “Ó Pai Ó”.

“Vou interpretar o Queixão, um homem finge ser pastor para pegar dinheiro das pessoas do cortiço. É um vilão cômico e antagonista do Roque, (Lázaro Ramos), e de todos os moradores do cortiço”, explicou o ator, que comentou o caráter do personagem.

“Toda pessoa que ganha dinheiro com a fé dos outros tem que ser reprovada, porque é a maneira mais feia e suja de se ganhar dinheiro. Não é uma crítica específica a nenhuma religião, mas a todos que se aproveitam das pessoas”, finalizou.

Fonte: Notícias Gospel Mais

Comentário meu:
E não é que, de certa forma, ele tem razão em afirmar que é feio ganhar dinheiro com a fé dos outros.
Isso, para mim, é diferente de ser remunerado para pregar o evangelho ou estar à frente de uma congregação e receber remuneração (salário) por isso.
São coisas diferentes.
O feio, a meu ver, é locupletar-se com recursos de outras pessoas, valendo-se da boa-fé destas, enganando-as e prometendo coisas (milagres e outros badulaques, como queiram) em troca não apenas da fé, mas também do bolso das pessoas. Lembrem-se da venda de indulgências na ICAR, que acabou por resultar na Reforma iniciada por Martinho Lutero (na realidade foi apenas um dos pontos).
Se olharmos melhor à nossa volta, temos também a nossa "vendinha de indulgências" em muitas igrejas. E isso é reprovável. Isso, para mim, é charlatanismo e o dicionário conceitua bem o que quero dizer.
É isso.

Religião como enfeite

Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 6.1)

Por Isaltino Gomes Coelho Filho

(Publicado originalmente na revista “Você”)

Há um site de humor que mostra atrizes famosas, maquiadas, bem vestidas, enfeitadas, e exibe outra foto delas, ao natural, sem produção alguma, como se diz. A diferença é tão grande que muitas vezes nem se reconhece quem é. A imagem da pessoa enfeitada é bem diferente da pessoa real.

Acontece isto muitas vezes na área religiosa. As pessoas se enfeitam e aparecem como não são. Quando vistas na vida real, não há semelhança entre as duas imagens, a produzida, e a natural. Há muita religiosidade artificial, apenas enfeite na vida da pessoa. Serve para exibir uma imagem bonita aos outros, mas no fundo, a pessoa não é aquilo. Às vezes, a pessoa real é até feia.

Por exemplo: no culto há quem seja bem exagerado nos cânticos, com gestos e balanço de corpo, de modo que todos vejam sua participação, mas sua vida fora da igreja não condiz com o que canta. Há também a bondade exibicionista, em que o bem é feito para a pessoa mostrar aos demais como é generosa. Mas, no fundo, a pessoa não se importa muito com os sofredores.

Jesus advertiu contra isto, como vemos no texto que inicia nosso estudo. O bem que fazemos não deve ser para nossa exaltação, mas por amor ao bem. Quem faz coisas boas para ser visto não recebe recompensa de Deus Pai. Fez por vaidade e não por amor. Este é o princípio básico na caridade: fazer o bem por amor e não por exibição. Fazer o bem por causa do necessitado e não para ser admirado pelas pessoas, ou como ensinam algumas religiões, para comprar a Deus. Praticar o bem pelo bem. A bondade não deve ser utilitária, mas desprendida.

QUANDO, POIS …
Por isso Jesus diz: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa” (Mt 6.2). As esmolas faziam parte da religião de Jesus, em sua época. Além de a pobreza ser grande, não havia amparo social para órfãos, viúvas, deficientes, etc. As esmolas eram uma prática religiosa que ajudava essas pessoas a sobreviverem. Mas não deviam ser feitas ao som de trombetas.

A linguagem é figurada. Uma trombeta soando chama a atenção. Tem som forte e estridente que logo é ouvido. Quem a ouve, sem esperar, logo procura saber o que ouve. Os hipócritas faziam assim nas sinagogas. Davam esmolas como ato religioso, na casa de Deus, mas querendo que os homens vissem. E faziam também nas ruas, para que os passantes os notassem. Tanto na sinagoga como na rua, num prédio ou em lugar aberto, faziam questão que todos vissem seu gesto. “Para serem glorificados pelos homens” mostra seu objetivo: receber louvor dos homens. Por isso, como diz o versículo 1, não terão recompensa de Deus. Já receberam o que queriam, o elogio dos homens. Esta é a questão: fazemos as coisas para Deus ou para os homens? Para a glória de Deus ou nossa glória pessoal? Nossa vida cristã é direcionada para Deus ou para as pessoas?

O PADRÃO – DISCRIÇÃO
“Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 5.3-4). A mão direita não saber o que a esquerda faz era um provérbio popular da época de Jesus para mostrar a discrição nos atos. Quem ajuda alguém deve ser discreto. Os atos de bondade do seguidor de Jesus devem ser discretos.

Sendo discreta, a bondade não aceita o soar de trombetas. A atitude do alarido é humilhante para quem recebe a esmola. Ao invés de ser algo discreto, é mostrado a todos. E a pessoa que recebe ajuda fica numa situação desfavorável. Todos a vêem como um desgraçado ou pobretão, um miserável. A prática do bem é para Deus, não para auto-elogio de quem pratica nem para humilhação de quem recebe.

O exibicionista não recebe recompensa de Deus porque já recebeu os elogios dos homens, mas neste caso, sucede o oposto. Os homens não vêem, mas como foi feito para Deus, ele recompensa. Deus sabe quando foi feito para os outros e quando foi feito para ele. Deus gosta do “secreto”, daquilo que é feito sem trombeta. Por isso é bom evitarmos a religiosidade exibicionista, de maquiagem e arrumação para aparecermos bem diante dos outros.

E, QUANDO ORARDES…
Mas Jesus continua: “E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.5-6).

De esmolas ele encaminha seu assunto para a oração. De atos para com as pessoas, passa para a atitude diante de Deus. Os hipócritas gostavam de orar em pé nas ruas, bem mesmo nos cruzamentos de ruas. Não eram ruas como as nossas, mas eram muito movimentadas porque eram estreitas e as pessoas passavam a pé. De repente, o exibicionista parava no meio do caminho, levantava os braços, e começava a orar para que todos vissem sua espiritualidade. De novo a questão do exibicionismo, mas agora em nível mais dramático. Para quem esta pessoa orava? Para os outros ou para Deus? Para quem oramos, para quem cantamos, para quem desempenhamos tarefas na igreja? Para as pessoas verem nossa capacidade e nossa espiritualidade ou para Deus? Para sermos exaltados ou para bom relacionamento com Deus?

Mais uma vez Jesus mostra que quem age para ser visto pelas pessoas já recebeu sua recompensa. Deve-se orar para Deus, no secreto do quarto, que ele verá e recompensará. O Mestre não está invalidando a oração pública, pois ele orou em público. Nem dizendo que não se deve orar em pé. A posição que assumimos na oração é irrelevante. Qual era a posição de Jonas, no ventre do peixe? O que Jesus censura é a religião como enfeite, como um adorno para nossa vida. Tanto na prática do bem, que é a dimensão horizontal da religião, como na oração, que é a dimensão vertical da religião, ele nos mostra que devemos ser discretos.

TEU PAI, QUE VÊ EM SECRETO
Duas vezes Jesus usou esta expressão (vv. 4 e 6). Assim ele ressaltou bem uma realidade: o nosso relacionamento com Deus não precisa ser trombeteado, mas deve ser diretamente voltado para ele. Isto não exclui os atos de cultos, a freqüência à igreja, a comunhão com os irmãos. Mas nos lembra que Deus vê em secreto. Deus vê no íntimo. Disse bem Davi: “Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma” (Sl 51.6).

Deus deseja a verdade no íntimo. E nos conhece no íntimo. Ele sabe de nossas intenções. Jesus sabe quem somos, o que pensamos, o que está no nosso íntimo. Não é apenas o Pai que vê em secreto. O Filho conhece em secreto o que há dentro de nós: “E não necessitava de que alguém lhe desse testemunho do homem, pois bem sabia o que havia no homem” (Jo 2.25). Ele sabe de nossas intenções.

Por isso, preocupe-se em dar bom testemunho, em cultivar uma boa imagem junto às pessoas e em ter um procedimento correto diante delas. Mas não seja artificial nem hipócrita. Isto deve estar em seu coração, no seu íntimo. Não toque trombeta porque Deus não é surdo nem se ilude. Seja uma pessoa de fé, com bom relacionamento com Deus, e com boas ações, a partir de dentro. Não para se exibir às pessoas, mas como um ato de culto para com Deus.

CONCLUSÃO
O teólogo inglês John Stott cunhou uma expressão para designar o que ele considera uma doença da igreja contemporânea: “holofotite”. Segundo ele, é a ânsia que as pessoas têm em se colocar debaixo de holofotes para serem notadas e aplaudidas. Não seja assim conosco. Que os atos que mostram nossa fé sejam discretos. Que sejam vistos não para nosso engrandecimento, mas para a grandeza de Deus. Que ele brilhe, não nós.

Os reformadores usavam uma expressão latina, em seus escritos: Soli Deo gloria (“Para a glória de Deus”). Que seja um lema a reger nossos atos.

Fonte: Site do Pr. Isaltino Gomes

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Relatora cede e ameniza projeto da homofobia

Em busca de acordo com religiosos, senadora Fátima Cleide atenua proposta que torna crime a discriminação de homossexuais. Mais enxuto, novo texto reduz punição e também veda preconceito a idosos e deficientes

A relatora da proposta que torna crime a discriminação contra homossexuais, senadora Fátima Cleide (PT-RO), apresentou esta semana na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) uma versão em que ameniza o teor do chamado PL da Homofobia. Na tentativa de demover a resistência de parlamentares ligados aos segmentos religiosos, Fátima enxugou substancialmente o texto anterior e excluiu qualquer menção direta a homossexuais, bissexuais, lésbicas ou transgêneros, termos substituídos pela expressão “orientação sexual”.

Os 12 artigos previstos no texto original foram reduzidos a quatro. O artigo oitavo, que previa a livre manifestação da afetividade ao universo LGBT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) foi simplificado com a retirada do detalhamento da escolha sexual. Além de encurtar a proposta, o novo texto também veda a discriminação de idosos e deficientes físicos, práticas já passíveis de punições em outras leis.

As alterações feitas pela relatora dividem entidades do campo LGBT, mas foram recebidas com simpatia pelo principal opositor ao projeto no Senado, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Ele sinaliza a possibilidade de um acordo, mas pede mais tempo para discutir o assunto. A relatora, entretanto, defende que o texto seja votado pela comissão ainda este ano.

Veja a íntegra da nova versão do PL da Homofobia

Veja a versão anterior do PL da Homofobia, aprovada na Câmara

O novo texto tira o caráter específico do projeto, que havia sido concebido exatamente para defender os direitos do público LGBT, que não conta com uma lei exclusiva para assegurar sua liberdade. A nova versão também reduz as punições previstas. Os acusados de discriminação ou preconceito estarão sujeitos a reclusão de um a três anos em caso de impedir acesso a bares restaurantes ou locais semelhantes e abertos. O projeto original, o PL 122/06, previa reclusão de um a cinco anos.

O substitutivo apresentado amplia as leis que já proíbem a discriminação – mas que hoje se restringem a raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Ele passa a tipificar também como crime o preconceito por “gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero”.

“Congresso homofóbico”

Fátima Cleide (foto) admite ter cedido às manifestações dos parlamentares contrários para fazer as mudanças no novo texto, mas diz que não havia outra saída. Segundo ela, as alterações demonstram sua boa vontade para retomar o assunto.

“Não é possível que essa proposta continue parada com o novo texto. Se isso ocorrer, a sociedade pode falar com tranquilidade que o Congresso é homofóbico”, diz a senadora. “O projeto foi encurtado, mas não perde em nada na aplicabilidade e garantia dos direitos de quem sofre preconceito”, defende a petista.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado deverá realizar uma última audiência pública, a pedido de Marcelo Crivella, antes de apreciar o novo texto da relatora. “Estamos articulando o debate com as entidades religiosas. As mudanças poderão ajudar. Mas ainda é preciso construir um consenso”, argumenta o senador. Devem participar do encontro, que ainda não tem data marcada, representantes de segmentos religiosos, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Resistência religiosa

Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho do fundador da entidade, Edir Macedo, Crivella é taxativo ao dizer que os debates sobre o novo texto na comissão ainda devem se prolongar.

“Estamos empenhados em coibir a discriminação contra o homem. Agora, não vamos deixar de manifestar a posição da igreja. Da forma como o texto inicial foi apresentado, não dava para votar”, avalia. “O projeto só passou na Câmara porque era uma sessão de quinta-feira com plenário esvaziado”, completa.

O principal argumento apresentado pelos segmentos religiosos é que o projeto vai contra as liberdades individuais. Crivella alega que a proposta fere o direito de liberdade de culto, expressão, fé e opinião, uma vez que o assunto é tema recorrente em cultos religiosos. Com a aprovação da lei, pastores e padres ficam impedidos de fazer qualquer observação discriminatória contra o público LGBT, por exemplo.

De acordo com a relatora na CAS, o texto ainda tem um longo caminho de tramitação no Congresso até virar lei. Caso seja aprovado pelo colegiado, será enviado para a Comissão de Direitos Humanos antes de seguir para o plenário. Como tende a ser modificado pelos senadores, o projeto deve retornar à Câmara, onde foi aprovado em 2006. A proposta original é de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP).

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Fonte: Congresso em Foco

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Artigo: Milagreiros, milagres e retété

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Recentemente passei em frente a uma das muitas igrejas do famigerado “apóstolo milagreiro” Valdomiro Santiago. Logo na entrada, próximo à porta, havia um grande cartaz colorido com os horários das reuniões e o título das campanhas realizadas durante a semana. O banner continha letras garrafais bem realçadas e uma imagem grande do “apóstolo” sorrindo, usado como chamariz para atrair os fiéis a seus cultos.

Como sempre, o que é enfatizado nestas reuniões é o milagre, o alívio dos males que afligem as pessoas, a prosperidade e o bem-estar. Aliada à imagem do “apóstolo”, que já ganhou notoriedade através dos seus programas em várias emissoras de televisão, o cartaz serve como eficaz estratégia de marketing visual para divulgar os dotes miraculosos do milagreiro.

Essa igreja adota o mesmo expediente de outras tantas igrejas neo-pentecostais já conhecidas. O uso de amuletos ou símbolos usados como referenciais de fé e a exploração das carências e necessidades do povo. Para comprovar isso pude ouvir, com tristeza em meu coração, a veiculação da seguinte propaganda através de um carro de som alugado pela Igreja Mundial que rodava pelos bairros de minha cidade proclamando: “Venham receber a toalhinha ungida pelos obreiros e a água abençoada no monte”. O pior é que as pessoas acreditam nisso e lotam tais reuniões.

Tal discurso parece tão hipnotizador que até mesmo crentes de igrejas conhecidas nossas que ensinam a sã doutrina são levados a tais movimentos, muitos dos quais sem o conhecimento ou anuência dos seus pastores. Dia desses encontrei um irmão conhecido meu, da Assembléia de Deus, que abandonou a sua velha igreja e adotou a Igreja mundial como a sua nova “casa espiritual”. Está procurando milagres, que segundo ele não mais são vistos na sua antiga igreja. Ledo engano.

Assim como a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), a Igreja mundial adota o mesmo discurso em seus trabalhos. Oferece-se o alívio imediato para todos os problemas, sejam financeiros ou espirituais. Adotam uma linguagem agressiva, muitas vezes destituída de senso bíblico, atribuindo todas as mazelas dos indivíduos a demônios ou a maldições latentes nos mesmos, os quais são considerados as causas do sofrimento e do insucesso na vida. Tudo isso com o apoio de um maciço e poderoso aparato midiático.

Com tais ensinos e estratégias ardilosas esses movimentos arrebanham multidões, que em busca de soluções imediatas e mágicas para os seus males afluem a tais reuniões, tornando-se presas fáceis de espertalhões e charlatães que se aproveitam da credulidade alheia para se locupletar e expandir os seus impérios.

Infelizmente nós vivemos em uma época em que a bíblia não é levada em consideração. O que é pregado por esses indivíduos é aceito sem quaisquer ponderações. Percebe-se que não existe qualquer criticidade na maioria das pessoas que afluem a essas aglomerações. Daí tornarem-se objetos de manipulação nas mãos de hábeis prestidigitadores da fé.

Outro aspecto negativo perceptível no povo evangélico de nossos dias é a busca de experiências místicas. Não se contentam com a palavra de Deus. Querem poder, experiências transcendentais e outras sensações extraordinárias que os elevem ao nível metafísico. É exatamente aí que mora o perigo. Uma vez em busca destas coisas, caem nas malhas dos lobos travestidos de pastores que os usam como massa de manobra para engordar suas contas bancárias e expandir seus negócios milionários.

Nesta onda de modismos surgem até mesmo neologismos que são assimilados pela galera do “movimento” e passam a fazer parte do seu jargão cotidiano. Um exemplo disso é a palavra retété ou retreté. É o que tenho ouvido. Nestas duas formas. Tal termo é aplicado ao movimento pentecostal. Diz respeito às pirotecnias típicas e evoluções características das vigílias e cultos onde sapateiam,dançam, rodopiam, profetizam, entregam revelações, e outras coisas do gênero. As pessoas que participam destes movimentos são conhecidas como a turma do retété de Jeová.

Para estes, se você não se enquadrar nesse perfil, é considerado crente de segunda classe e tradicional. Pra fazer parte da turma do retété tem que ter fogo no pé, dizem. Tudo isso tem o seu ponto nevrálgico no afastamento doutrinário. O abandono dos princípios elementares norteadores da fé cristã produziram um pseudo-evangelho baseado em experiências místicas e não na solidez da doutrina e ensinos apostólicos. No seu bojo, tais afastamentos produziram indivíduos espiritualmente doentes e desequilibrados no tocante ao verdadeiro sentido do Evangelho. Veja o que o Pr.Isaltino Gomes Coelho Filho declara em seu artigo “ A saúde doutrinária e espiritual da Igreja” :

“A ausência de boa doutrina produz enfermidades nas igrejas. Há igrejas enfermas. E pastores idem. Por se desprezar a simplicidade do evangelho, surgem esquisitices, multiplicidade de seitas e igrejas de livres atiradores. Isto também se vê no escasso impacto que causamos no mundo, e nos problemas morais que se sucedem um após outro. A beligerância entre grupos e pessoas lutando por espaço e por clientela mostra uma espiritualidade deficiente. Muitos grupos não têm doutrina nem espiritualidade. A ausência de doutrina não causou espiritualidade. Não a obstou nem a sua ausência produziu. Há igrejas e pastores não saudáveis.”

Muitos são os ministérios que estão surgindo atualmente. Muitos dos quais estão apenas imitando o modelo doentio de Evangelho que tem suas raízes no movimento de prosperidade, quebras de maldição, cura interior, psicologização, etc. Todas estas manifestações já conhecidas nossas e, portanto, perigosas à sã doutrina são o carro-chefe de muitos líderes que se inspiram em outros líderes mentirosos para propagar o erro. O apóstolo Paulo assevera:

“ORA, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.1-4).

Precisamos nos precaver de todo o ensino contrário à palavra que muitas vezes é imposto com uma roupagem de inovação, mas não passa da velha mentira satânica camuflada de uma nova roupagem que serve de engodo aos incautos crentes preguiçosos da leitura bíblica. Tais ensinos heréticos precisam ser rechaçados e não tolerados. Porque levam ao tropeço na fé e à perdição. Que Deus guarde nossas igrejas do fermento de iniqüidade, isto é, a falsa doutrina e o falso ensino que contaminam e causam danos à fé.

Soli Deo Gloria!

Autor:
Pb. Geovani F.dos Santos
Contatos: g1972i_@hotmail.com

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ex-paquito faz trabalho humanitário no "pior lugar do mundo"

Foto: Reprodução/Arquivo pessoalAlexandre Canhoni, que foi o paquito Xand, vive há oito anos no Níger.

País com o pior IDH do planeta 'não tem nada', contou em entrevista ao G1.



Alexandre Canhoni, o ex-paquito Xand, e crianças que ajuda em trabalho humanitário no Níger




O objetivo de Alexandre Canhoni era ajudar as pessoas que vivem no pior lugar do mundo. Depois de ter atuado na como paquito do "Xou da Xuxa" e de ter deixado a carreira musical de lado para se tornar evangélico, ele tinha se decidido a viajar para algum lugar como Iraque, Paquistão, Serra Leoa, países em conflito em que a população sofria, e fazer trabalho humanitário. Foi quando ouviu falar do Níger, último colocado do ranking de Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, pela primeira vez. “Perguntei o que tinha por lá, e me disseram que ‘nada’”, contou, em entrevista ao G1, por . Então, ele decidiu se mudar para Niamey, capital do país africano com a pior qualidade de vida do mundo, onde vive há oito anos.

“O país não tinha realmente nada”, contou. “Só agora chegaram detectores de metais no aeroporto, a previsão é de que chegue cartão de crédito daqui a cinco anos, há apenas três restaurantes e a cultura muçulmana é bem radical. Não tem cinema, são pouquíssimas as televisões, que normalmente têm uso comunitário e o que mais passa são programas religiosos islâmicos”, disse. Na capital, segundo ele, que hoje tem 38 anos, há algumas avenidas de asfalto e dois lugares com internet, como lan houses. A energia elétrica vem da Nigéria e muitas vezes falta. “Uma vez ficamos dois dias sem energia elétrica e perdemos muita comida que tínhamos em nossa .”

Foto: Ilustração/G1 mostra a localização do Níger, no oeste africano





Localizado no oeste africano, logo abaixo do deserto do Saara (parte do território fica no deserto), o Níger ficou em 182º lugar no ranking de qualidade de vida, com IDH de 0,34, pior que o do Afeganistão, palco de uma ação militar comandada pelos Estados Unidos. A população de 15,3 milhões de nigerinos tem uma expectativa de vida de apenas 52 anos, e apenas 28% deles são alfabetizados. Trata-se de um dos países mais pobres do mundo, com Produto Interno Bruto per capita anual de apenas US$ 700 (cerca de R$ 1.200) (o do é de US$ 10.200, quase R$ 17.500, segundo a mesma fonte, a CIA).
Apesar da pobreza, segundo Canhoni, há também pessoas muito ricas no país, que vivem da exploração de urânio e petróleo e que chegam a serviço de multinacionais que, segundo Canhoni, não ajudam no desenvolvimento local. O problema é que há um abismo entre os ricos e os pobres, sem uma classe média, e o preço das coisas à venda é muito alto. “Um litro de leite nos dois únicos mercados custa o equivalente a R$ 6, um quilo de tomate pode chegar a R$ 25. Quanto mais pobre é o país, mais caras são as coisas. Não adianta levar dinheiro e a gente leva do Brasil o máximo de coisa que a gente pode. As pessoas são ou muito pobres ou muito ricas. Vivemos em um dos melhores bairros, mas em frente a nossa casa há barracos em que vivem muitas pessoas que ajudamos. É um contraste muito pior de que o tradicional de prédio de luxo e favela, que se vê no Brasil”, disse.
Segundo ele, os empregos são raríssimos. As pessoas normalmente trabalham como guardas na frente da casa de estrangeiros e ganhando muito pouco, que dá no máximo para comer. Alguns oferecem serviços de turismo, também, levando as pessoas para conhecer o deserto do Saara. “Gostaríamos de incentivar a formação de emprego atraindo empresas para lá, e com algo como uma central de reciclagem de lixo.”

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Alexandre Canhoni e crianças nigerinas que recebem apoio no país de pior qualidade de vida do mundo


Brasileiros e ajuda

Canhoni é um dos criadores do grupo Ministério Guerreiros de Deus, que diz ser uma ONG aberta à participação de todos que queiram ajudar a população em dificuldade, não apenas uma instituição religiosa. No apoio que oferece à população carente, ele trabalha a nutrição e a formação de crianças e mulheres, sempre com trabalho religioso e leitura de bíblicas, contou. Esse tipo de ação em um país majoritariamente muçulmano (80%, segundo a CIA), faz com que sejam alvo de ataques e ameaças. “Chegaram a apedrejar nossa casa”, contou.

O grupo mora na capital, em uma casa alugada. Comprar imóvel por lá é muito caro, segundo ele. A casa é usada como moradia e abriga projetos de nutrição, aulas de músicas, marcenaria, cultos e atividades esportivas. O grupo também ensina mulheres a costurar, pintar e fazer artesanato. Canhoni disse que há também uma série de grupos internacionais que fazem projetos humanitários também. “Alguns só distribuem comidas, outras traduzem a Bíblia, mas somos pioneiros em dar uma apoio total de alimentação, lazer e formação de crianças carentes”, disse.

Entre as pessoas que atuam no trabalho humanitário, ele disse haver nove brasileiros. O país não tem uma representação oficial do Itamaraty, e a embaixada que cuida das relações com o Níger fica localizada na Nigéria – a região tem registro de 270 brasileiros entre os dois países, além de Burkina Faso. “Temos um conselho brasileiro de missionários no Níger. Sentimos falta de uma representação do Brasil, que está se tornando conhecido pelo nosso trabalho. Eles têm visto nossa bandeira, nossa cultura, mas falta representação oficial", disse.

Coisas boas no pior lugar

Em um país sem “nada”, Canhoni disse ver o lado positivo nas pessoas, os nigerinos, que são receptivos e buscam melhorar um pouco sua vida. “Elas são pobres, não têm muita expectativa, mas são boas, se aproximam dos estrangeiros, buscam sair dessa situação horrível em que se encontram.” Pela pobreza, a corrupção é evidente, e maior de que no Brasil, segundo ele. “Mas não tem problemas de roubo como no Brasil. A lei islâmica é muito rigorosa, então é raro ver as pessoas fazerem isso. Elas têm uma consciência de não pegar o que não é delas, mesmo com toda a pobreza. As pessoas param para rezar, deixam o dinheiro de lado, mas não ocorre roubo.”

Canhoni conta que quem está no Níger para trabalhar com ajuda humanitária acaba não tendo livre para lazer, então não sente falta disso. “Desde as 7h da manhã estamos ajudando eles, e trabalhamos até a noite.” Depois de oito anos vivendo assim, ele diz que sua expectativa é ficar lá até que o país saia da lista dos dez últimos países do mundo. “Ainda queremos montar escolas, centros esportivos, continuar desenvolvendo este trabalho para ajudar na vida difícil deles.”

Fonte: G1/Notícias Cristãs

Música da abertura de uma novela global

Pelo Avesso

Titãs

Composição: Sérgio Britto

(Abertura da novela global Cama de Gato)

Vamos deixar que entrem
Que invadam o seu lar
Pedir que quebrem
Que acabem com seu bem-estar
Vamos pedir que quebrem
O que eu construi pra mim
Que joguem lixo
Que destruam o meu jardim

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro

Vamos deixar que entrem
Que invadam o meu quintal
Que sujem a casa
E rasguem as roupas no varal
Vamos pedir que quebrem
Sua sala de jantar
Que quebrem os móveis
E queimem tudo o que restar

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
O mesmo desespero

Vamos deixar que entrem
Como uma interrogação
Até os inocentes
Aqui já não tem perdão

Vamos pedir que quebrem
Destruir qualquer certeza
Até o que é mesmo belo
Aqui já não tem beleza

Vamos deixar que entrem
E fiquem com o que você tem
Até o que é de todos
Já não é de ninguém

Pedir que quebrem
Mendigar pelas esquinas
Até o que é novo
Já esta em ruinas
Vamos deixar que entrem
Nada é como você pensa
Pedir que sentem
Aos que entraram sem licença
Pedir que quebrem
Que derrubem o meu muro
Atrás de tantas cercas
Quem é que pode estar seguro?

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão - a falta de futuro
O mesmo desespero




Satanás, agente secreto de Deus??

Demônio começou carreira como 'agente secreto' de Deus, diz pesquisador

Personagem é 'chefe do FBI' de Javé em livros do Antigo Testamento.

Para estudioso americano, papel continua valendo na Bíblia cristã.

Qualquer cristão com um mínimo de formação religiosa é capaz de fazer um breve resumo da carreira do Diabo: originalmente um anjo poderoso, ele teria se rebelado contra Deus no princípio dos tempos, induzido Adão e Eva a cometer o chamado pecado original e, ainda hoje, estaria pronto a induzir a humanidade a fazer o mal, manipulando tudo e todos nos bastidores. O problema, afirma um livro que acaba de chegar ao Brasil, é que essa trama básica não estaria em lugar nenhum da Bíblia, mas teria sido montada por teólogos cristãos dos séculos 3 e 4, responsáveis por uma leitura um bocado criativa das Escrituras. Segundo essa visão, o Satanás bíblico não seria um rebelde contra Deus, mas uma espécie de "agente secreto" ou "chefe do FBI" divino, responsável por testar a lealdade dos seres humanos
A tese polêmica está em "Satã - uma biografia" (Editora Globo), escrito por Henry Ansgar Kelly, professor emérito da Universidade da Califórnia em Los Angeles e autor de outros livros sobre a figura literária do Demônio. Kelly vai além da maioria dos outros estudiosos modernos da Bíblia, os quais, como ele, afirmam que as poucas aparições de Satanás no Antigo Testamento se referem a uma figura que é subordinada a Deus, e não inimiga do Criador. Para Kelly, no entanto, a situação não muda substancialmente nas menções ao Maligno no Novo Testamento.
"O Satã no Novo Testamento deve ser percebido como tendo uma posição equivalente a um Primeiro-Ministro, ou um Procurador-Geral da República, ou diretor do FBI, e não mais diabólico do que muitos dos mais zelosos representantes dessas posições aqui na Terra", escreve o pesquisador. A visão geral expressa nos Evangelhos e nos outros livros bíblicos do começo do cristianismo, segundo o autor, é que Satanás simplesmente toma gosto excessivo por suas funções de testador da humanidade, e por isso perde as boas graças de Deus, sendo expulso do Céu.

Problemas de nomenclatura

Antes de chegar a esse ponto, porém, Kelly tenta entender as primeiras aparições do personagem no Antigo Testamento, as quais são um bocado complicadas por problemas de nomenclatura. É que a palavra hebraica satan e seu equivalente aramaico satanah (o aramaico, é bom lembrar, era a língua provavelmente usada por Jesus no dia-a-dia) podem simplesmente funcionar como um substantivo comum, que significa algo como "adversário".
"Adversário" de quem, a propósito? Um dos poucos exemplos em que "o satã" (e não Satã/Satanás, como nome próprio) aparece na Bíblia hebraica é o livro de Jó. Nesse livro bíblico, um humano de altas qualidades morais e comportamento correto, o Jó do título, perde sua família, seus bens e sua saúde por instigação "do satã", que sugere a Deus um teste para a fé de Jó.
"No livro de Jó, 'o satã' é simplesmente um membro do Conselho Divino, um dos servos de Deus cuja função é investigar os acontecimentos na Terra e agir como uma espécie de promotor, trazendo os malfeitores à justiça", explica Christine Hayes, professora de estudos clássicos judaicos da Universidade Yale (EUA). "Quando Javé se gaba de seu piedoso servo Jó, o anjo-promotor simplesmente pergunta, seguindo sua função, se a fé de Jó é sincera", diz ela. Em algumas traduções da Bíblia, em vez de ser designado como "Satã", esse personagem é simplesmente chamado de "o Adversário". Aparentemente, ele é visto pelo autor anônimo do livro de Jó como um dos "filhos de Deus" -- expressão que se refere aos anjos que formam a corte divina.
No livro do profeta Zacarias, também no Antigo Testamento, a figura de Satã (que também pode ser traduzido como "o Acusador") reaparece, desta vez questionando diante de Deus a boa-fé o sumo sacerdote judeu Josué. Enquanto Satã funciona como promotor público, um outro anjo é o advogado de defesa, que consegue a absolvição do sumo sacerdote. As aparições satânicas na Bíblia hebraica se restringem a essas passagens -- a serpente que induz Eva e Adão a comerem o fruto proibido no livro do Gênesis nunca é explicitamente identificada com Satã.

Licença para tentar

A situação e a personalidade do Diabo (palavra de origem grega cuja etimologia é a mesma do hebraico satan) mudam no Novo Testamento? A interpretação tradicional é que sim, mas Kelly tenta demonstrar que esse dado não é tão seguro quanto parece.
Primeiro, os Evangelhos e outros livros da parte cristã da Bíblia mostrariam que Deus delegou a Satanás a missão de testar a lealdade e a fé dos seres humanos, permitindo que ele tentasse Jesus no deserto ou levasse os apóstolos a fraquejar em seu apoio ao Messias. Isso também explicaria o costume de chamar o Maligno de "Príncipe deste mundo" -- um poder delegado por Deus ao Tentador enquanto o plano divino não chegasse ao fim. Também não é traçada relação direta entre a serpente do Paraíso e Satanás pelos autores bíblicos cristãos, nem mesmo por São Paulo, que traça um elo entre o pecado de Adão e a salvação trazida por Jesus.
Em sua análise do livro do Apocalipse, Kelly afirma que a última parte dessa drama cósmico é a "demissão" de Satanás de seu papel de acusador na corte de justiça divina. No capítulo 12 do livro, lê-se: "Foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que os acusava, dia e noite, diante de nosso Deus". Essa visão é apresentada como uma profecia para o futuro, de forma que a chamada queda de Satanás e dos anjos que o seguem não poderia ter acontecido antes da criação do mundo.
"Os fatos são incontornáveis: Satã permaneceu em sua posição como o Acusador Celestial dos humanos desde os tempos da visão de Jó e Zacarias. Ele tem continuado a exercer essa função desde o presente e continuará no futuro, adicionando cristãos à sua lista de acusados. Mas ele se excede em suas acusações, com o resultado previsto de que não haverá mais lugar para ele nos Céus", escreve Kelly.

Nasce Lúcifer
Se essa é a interpretação correta dos dados sobre Satanás na Bíblia, de onde veio a história sobre a rebelião do anjo Lúcifer? Muito provavelmente da leitura que mestres dos primeiros séculos do cristianismo, como Orígenes de Alexandria (que viveu entre os anos 185 e 254 d.C.), fizeram da Bíblia, afirma Kelly.
O nome Lúcifer, ou "Portador da Luz", é só uma adaptação para o latim de Helel ben Shahar, ou "o Brilhante, filho da Aurora", termo poético usado pelo profeta Isaías no Antigo Testamento para se referir ao rei da Babilônia. Orígenes e outros pensadores cristãos, no entanto, interpretaram a passagem como uma referência à rebelião e à queda de um anjo poderoso, que teria se revoltado contra Deus por orgulho e, como vingança, levado Adão e Eva a pecar.

fonte : G1