terça-feira, 3 de março de 2009

Nove hábitos que alcançam e mantem os "sem-igreja"

Adaptado por João Pedro(*)

O que turmas de Escola Dominical, doutrina da igreja, banheiros limpos e boas-vindas amistosas têm em comum? Todos são fatores que têm ajudado a atrair pessoas sem-igreja para a igreja – e mantê-las ali. Esta é a conclusão de um estudo de 7 anos feito por Thom Rainer e sua equipe de pesquisa da Southern Seminary. O estudo, “Nove hábitos de igrejas que alcançam e mantêm os sem-igreja”, pesquisou de mais de 4000 igrejas e entrevistas com mais de 1000 pessoas.

Essa pesquisa inclui o que Rainer chama de “anteriormente sem-igreja”- pessoas que se tornaram cristãs nos últimos 12 meses e estavam ativas nas igrejas. Rainer afirma que “algo está errado porque os sem-igreja estão dizendo aos pesquisadores o que os alcançaria, mas não estão reagindo. Então nós perguntamos: haverá outro grupo que poderia nos dar alguma luz?”. A resposta veio na forma de entrevistas com os que recentemente entraram na igreja (os anteriormente sem igreja). “Ao invés de perguntar aos sem-igreja o que os alcançaria, porque não perguntar às pessoas que aceitaram a Cristo recentemente como elas vieram para a igreja? Porque não perguntamos o que Deus fez em suas vidas e o que a igreja fez para alcançá-las?”. Reunindo os resultados, a equipe de Rainer sugere os 9 hábitos:

1. O hábito da intencionalidade. Para uma igreja ser bem sucedida, ela deve tentar intencionalmente alcançar os sem-igreja. Em sua pesquisa, Rainer disse que mais de 83% das igrejas não tinham um plano intencional para alcançar os perdidos. Todavia, essa estatística inverteu-se entre as igrejas efetivamente evangelísticas. Dentre os anteriormente sem igreja, mais de 75% disseram que alguém compartilhou com eles o plano de salvação – e na maioria dos casos não foi um membro da liderança.
O “hábito da intencionalidade” também pode incluir assuntos aparentemente triviais. A pesquisa mostra que as pessoas frequentemente escolhem uma igreja por razões como a limpeza dos banheiros e berçários. Alguns saíram da igreja até mesmo porque não havia sinalização adequada, e portanto não podiam achar a entrada do santuário. A pesquisa também mostra que boas vindas amistosas na entrada da igreja pode ter um efeito enormemente positivo.

2. O hábito da percepção (sensibilidade cultural). “As igreja que alcançaram os sem-igreja foram altamente intencionais, mas também compreenderam a cultura. Isso não quer dizer que eles compactuaram com a cultura, mas que a compreenderam. Há algumas coisas que podemos fazer para sermos culturalmente perceptivos”. Um importante elemento para sermos culturalmente sensíveis é compreender a geração nascida entre 1977 e 1994 – a “geração dos construtores de pontes”. A pesquisa indicou que apenas 4% deste grupo é cristão. Em comparação, a pesquisa indicou que 65% da geração nascida antes de 1956 são cristãos. “Se há uma área em que somos culturalmente insensíveis, é quanto a essa geração. Esta é a geração mais sem-igreja da América”.

3. O hábito das grandes expectativas. Há uma correlação direta entre o quanto é requerida de um novo membro e quanto tempo ele permanece ativo na igreja. “Igrejas que esperam muito recebem muito. Igrejas que esperam pouco, recebem pouco”. Classes de novos membros são vitais para manter as pessoas na igreja. Entre todas as igrejas (eficientes ou não) na América, a taxa média de novos membros é de 35%. Se são oferecidas classes de novos membros, essa porcentagem salta para 72%. Se a classe é exigida para os novos membros, a porcentagem cresce ainda mais.
“Você traz essas pessoas a algum tipo de classe de novos membros, e verá um aumento significativo na retenção. Os tipos mais eficazes de classes de novos membros são as que dizem: “Queremos colocar você em um ministério quando você sair dessa classe”. Classes de evangelismo pessoal para novos membros podem ser muito frutíferas. “Uma das formas mais eficientes de envolver os novos é fazê-los compartilhar sua fé com os que estão no mundo dos sem-igreja”.

4. O hábito da doutrina clara. Rainer disse que os anteriormente sem-igreja disseram aos pesquisadores: “Nós queremos ouvir sobre a doutrina logo “de cara”. Não vamos assumir um compromisso com uma igreja onde só depois você vai nos dizer no que acredita”. Isso pode ser através de um documento escrito, ou pelas classes de novos membros, lições de EBD e sermões.

5. O hábito de assumir riscos. “O que nós percebemos foi que as igrejas que estão alcançando os sem-igreja fazem coisas e assumem o que parecem ser riscos aos olhos do mundo – ou talvez aos olhos da igreja – e que outras igrejas não fazem. Nós vemos muito poucas igrejas que realmente agem por fé – não tolice, mas fé”. Entre as igrejas efetivas, 83% dos pastores podiam contar sobre um grande desafio pelo qual sua igreja se responsabilizou. “A atitude de assumir riscos é ressaltada pela disposição de perder membros. Igrejas efetivas não tomam decisões baseadas em quem pode deixá-las como resultado dessas decisões, mas em: Quem vamos alcançar?”.

6. O hábito de Pequenos Grupos Dinâmicos. Rainer disse que antes da pesquisa ele estava convencido que a EBD estava em declínio. Mas entre os anteriormente sem igreja, 68% estão envolvidos na EBD. O que é diferente entre as EBD de igrejas eficazes e as de igreja ineficazes? “Normalmente, em igrejas eficazes, é uma expectativa se estar envolvido em um ministério através daquela classe de EBD. EBDs não saudáveis são voltadas para dentro – apenas cuidam de si mesmos. EBD saudáveis estão constantemente olhando par além de si mesmas”.

7. O hábito da liderança eficaz. “Uma vez que as pessoas sem-igreja visitam as igrejas, elas dizem que o pastor e a pregação são o fator mais importante para o seu retorno. Entre as igrejas eficientes, o pastor investe 5 horas por semana em evangelismo pessoal. Entre as ineficientes, o pastor investe menos de 10 minutos por semana. “Assim como a liderança de uma igreja faz, também o resto da igreja tende a fazer. Se o pastor não está fazendo, é altamente improvável que você veja a congregação alcançando os sem-igreja”. Os pastores efetivos de igrejas eficientes estão em média há 10,3 anos no cargo. Eles também são bons administradores do tempo.

8. O hábito da pregação eficaz. Entre as igrejas eficientes, os pastores investem uma média de 20 horas por semana em sermões – incluindo a pregação. Entre as igrejas ineficientes, os pastores investem uma média de 4 horas. “Isso significa que eles têm que abrir mão de alguma coisa em suas agendas. Eles se tornam pastores “Atos 6”: delegam e distribuem o ministério (as tarefas)”. A pregação expositiva foi o estilo dominante na pesquisa, embora nenhum pastor pregasse exclusivamente sermões expositivos.

9. O hábito da Oração. Rainer disse que igrejas que oram reunidas e com frequência mantiveram seus novos membros. Frequentemente os membros da igreja ligam para os novos membros e dizem: “Estamos orando especificamente por você”. Ministério de oração comunitária estavam funcionando e eram uma ênfase em 83% das igrejas eficientes.

*Artigo originalmente escrito por Michael Foust, traduzido noticiado no grupo Propósitos em 2/08/2001. Nove denominações diferentes fizeram parte desse estudo. As igrejas pesquisadas variavam entre uma frequência de 40 a 18 mil pessoas. As entrevistas com os anteriormente sem-igreja foram limitadas aos que eram membros do que Rainer chama de “Igrejas efetivamente evangelísticas”, que preenchiam certas exigências acerca do número anual de conversões em relação à sua membresia. Apenas 4% das igrejas nesta pesquisa atendiam a essas exigências.

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