terça-feira, 8 de julho de 2014

Grupo Doce Voz - Deus de Amor

Música: Deus de Amor (de Ana Paula Valadão Bessa)
Filmagem e edição: Val Medeiro
Piano: Aline Martins
Violão: Samuel Lima
Baixo Elétrico: Daniel Martins
Bateria: Wenderson Lopes

Vocal: Rosiane, Daniela e Swellen,

Gravado na Primeira Igreja Batista em Palmas, em 6 de julho de 2014.


A morte de igrejas evangélicas na Europa

O futuro das denominações

Pr. Aloizio Penido Bertho(*)

Pr. Aloizio Penido Bertho é titular
da PIB em Juiz de Fora (MG)
Em minha última viagem missionária com um grupo de irmãos da Igreja que pastoreio a Europa, constatei tanto em Portugal, Inglaterra e França a morte das denominações evangélicas e com elas o desaparecimento quase que total das igrejas.  Durante boa parte daquela viagem procurei saber com os lideres de algumas poucas igrejas que  conseguiram sobreviver quais as razoes que levaram a tamanha destruição a ponto dos templos grandes e bem arquitetados de muitas igrejas serem transformados em Mesquitas, salões de festas e casas de shows? As respostas eram praticamente as mesmas: as próprias denominações, e não apenas o secularismo cultural como imaginamos, foram as responsáveis pelo próprio desaparecimento. As maiores igrejas batistas independentes hoje existentes não tem mais do que 300 pessoas frequentando as reuniões porque o islamismo aproveitou o vazio e rapidamente se expandiu. Mas o que as denominações fizeram que provocou o seu quase total desaparecimento? Infelizmente tenho que confessar que foi o mesmo que estamos vendo acontecer no Brasil com as denominações históricas: As igrejas deixaram de ser vistas como autônomas e as denominações passaram a impor sobre elas regras rígidas para serem cumpridas; Tais imposições eram quase sempre baseadas em normas religiosas que não deixavam espaço para a atuação do Espírito Santo na vida das igrejas; As decisões tomadas eram quase sempre baseadas em acordos e conchavos humanos muito próximo do que acontece no meio político secular que tanto reprovamos; Como conseqüências vieram os rachas e as divisões; As estruturas denominacionais passaram a ser gerenciadas por pessoas que não tinham mais o temor de Deus e, por conseguinte, sem perceberem começaram a sufocar as igrejas tirando-lhes a espontaneidade, a ação do Espírito, os recursos para gerirem seus próprios negócios, levando-as a frieza, indiferença e a secularização. Os pastores deixaram de orar e de estudar a Bíblia e, por isto, não mais ouviam a voz de Deus. Os sermões se tornaram frios e os cultos em liturgias mortas. Tudo na vida das igrejas se tornou mecânico e sem vida porque o espaço para a ação do Espírito Santo foi tirado prevalecendo tão somente a vontade humana. Mas como diz um dos belos hinos do nosso hinário cristão que foi feito num tempo de avivamento espiritual, "... sem a graça do Senhor a Igreja murcha."
Durante os meus 35 anos de ministério tenho sido participante atuante nos diversos segmentos da nossa denominação que tanto aprendi a amar. Seja como Executivo do Estados de Minas por 15 anos, ou como membro do Conselho da CBB por mais de 20, presidindo a Ordem dos Pastores do Brasil por dois mandatos e de igual modo a JMN, o Encontro dos Executivos Batistas, ou como integrante da diretoria da CBB, tenho constatado que muito do que aconteceu na Europa está acontecendo também entre nós há muito tempo. Na verdade não é de hoje que as denominações no Brasil vem perdendo forças e já se percebe o raiar do pós denominacionalismo acontecendo por todas as partes com o isolamento de muitos pastores tentando "salvar suas igrejas". Em alguns Estados o poder da máquina administrativa tanto das convenções como das ordens de pastores tem procurado tirar cada vez mais o espaço das igrejas tentando fazer delas apenas caixas de ressonância das estruturas. O problema maior é que dificilmente se encontra nos postos de comando das denominações pessoas que tenham deixado uma igrejas crescente e submissa a voz de Deus para ocupar essas funções. A conseqüência natural quando a liderança é formada por pessoas que não foram bem sucedidas no ministério é a tentativa de sufocar as igrejas com a imposição de regulamentos e regras que as torne robotizadas para servirem aos interesses das estruturas denominacionais, quando devia ser exatamente o contrário. Este é um caminho de morte já vivido na Europa e não precisamos esperar acontecer aqui para lamentarmos o passado de perdas como já fazemos com  o enfraquecimento de seminários que já foram referencia no mundo, perdas de colégios que viveram tempos de glória e o fechamento de instituições como a JUERP que já teve o maior parque gráfico da América Latina para produção de bíblias, revistas, hinários e materiais que auxiliavam as igrejas no seu projeto de evangelização.
Na última reunião dos pastores batistas mineiros em junho desde ano, sob muitas palmas, 80% votaram dizendo não as mulheres pastoras que queiram fazer parte da OPBBMG e uma Igreja que há sete anos vinha sendo acompanhada por uma comissão doutrinária com muita dificuldade, mesmo com o parecer favorável da comissão para a permanência da igreja, precisou que o seu pastor fizesse um apelo público afirmando que gostaria de continuar no quadro das igrejas cooperantes com a Convenção para escapar da exclusão e aos candidatos concorrentes a presidência da Convenção foi-lhes imposto o constrangimento de afirmarem se suas igrejas contribuíam com 10% para o Plano Cooperativo, caso contrário, como aconteceu com um Pastor indicado, que teve que dizer publicamente que sua igreja não é cooperante nos termos impostos, não pode concorrer.
Se tais ocorrências que aparentemente representam zelo com o Causa são relevantes ou não, não tenho como ajuizar, mas também não sei para onde tudo isto nos levará. Espero que as experiências do passado já vivenciadas na Europa nos ensinem algumas lições, porque de uma coisa eu sei, se as igrejas forem sufocadas e perderem o fervor espiritual a queda é certa, pois igreja não é negócio de homens; é sim, a expressão maior do poder de Deus na face da terra e nada pode deter-la, a não ser a própria estrutura da qual é parte. Pensemos nisto antes que seja tarde demais.

(*) Pr. Aloizio Penido Bertho é titular da Primeira Igreja Batista em Juiz de Fora (MG)

Fonte: email